Antes da Embraer, Boeing já comprou outras fabricantes e cancelou produção
A negociação de compra da Embraer pela Boeing está próxima do fim. A empresa brasileira marcou para 26 de fevereiro uma assembleia de acionistas para a aprovação do acordo que prevê a venda de 80% da área de aviação comercial da Embraer.
Em sua história, a Boeing já adquiriu dezenas de empresas. Entre fabricantes de aviões, dois negócios se destacam: a compra da empresa "de Havilland" e da McDonnell Douglas. Os negócios foram fechados nas décadas de 1980 e 1990 e tinham a intenção de diversificar a linha de produção e ganhar poder em relação aos seus principais concorrentes da época. São justificativas bem parecidas com as apresentadas atualmente para a compra da Embraer.
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Depois das aquisições da empresa "de Havilland" e da McDonnell Douglas, a Boeing decidiu cancelar a produção de alguns dos aviões das duas marcas. Dessa vez, a Boeing garante que não fará o mesmo com os aviões da Embraer.
A diferença daquela época para agora é que a Embraer tem uma linha nova de aviões, a geração E-2 de seus jatos comerciais. Os modelos brasileiros despertaram interesse da Boeing após a Airbus comprar a divisão de jatos comerciais da Bombardier, concorrentes diretos dos aviões da Embraer.
"de Havilland" foi comprada e revendida com prejuízo
Em 1986, a Boeing comprou a fabricante "de Havilland" do governo canadense por cerca de US$ 155 milhões. Na época, a "de Havilland" produzia os modelos DHC-6 Twin Otter, Dash 7 e Dash 8. Dois anos após a aquisição da empresa, a Boeing anunciou o fim da produção dos modelos DHC-6 Twin Otter e Dash 7, mantendo apenas o Dash 8.
Em 1990, a Boeing decidiu vender a "de Havilland". O negócio foi fechado com a canadense Bombardier em 1992, e a Boeing recebeu apenas US$ 100 milhões, com um prejuízo de US$ 55 milhões.
Compra da McDonnell Douglas criou maior fabricante de aviões
A Boeing comprou a rival McDonnell Douglas em 1996 por US$ 13,3 bilhões, criando a maior fabricante mundial de aviões. O negócio foi fechado com um intercâmbio de ações, com uma ação da McDonnell Douglas por cada 0,65 ação da Boeing.
Na época da sua venda para a Boeing, a McDonnell Douglas contava com três modelos de aviões comerciais. Dois anos após o negócio, a Boeing cancelou a produção dos três.
Quando o negócio entre as duas empresas foi fechado, a McDonnell Douglas estava em fase avançada do desenvolvimento do MD-95. O avião fez seu primeiro voo em 1998, já sob o controle acionário da Boeing. Antes de entrar em serviço, o MD-95 foi rebatizado para Boeing 717. O último modelo desenvolvido pela McDonnell Douglas ficou em produção até 2006.
Da época da McDonnell Douglas, apenas um avião continua até hoje em produção. Trata-se do caça militar supersônico F-15. O primeiro conceito do avião foi apresentado em 1967, com o primeiro voo de teste feito em 1972. A Boeing afirma que o F-15 deve fazer parte da frota da Força Aérea dos Estados Unidos pelo menos até 2040.
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