Azul pode se beneficiar com a fusão da Embraer com a Boeing, diz presidente
A Azul, única companhia brasileira a operar jatos da Embraer, pode sair beneficiada com a fusão entre Boeing e Embraer, segundo seu presidente, John Rodgerson. Em entrevista ao Todos a Bordo no final de novembro, ele afirmou que o negócio deve gerar benefícios à Azul com a redução do preço dos aviões e de outros serviços, como manutenção.
"Acho que muda a habilidade para negociar. O fato é que a Embraer vai ter muito mais escala. Quando a Boeing senta com a GE ou com a Pratt & Whitney [fabricantes de motores de avião] para negociar, é uma outra conversa do que quando a Embraer senta com eles. Quem você acha que vai ter melhor negociação de preço, quem fabrica cem aeronaves por ano ou quem faz 60 aeronaves por mês?", afirmou Rodgerson.
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A Azul tem a maior carteira de pedidos do novo E195-E2 (51 aviões), que está em fase final de testes, e deverá ser a primeira companhia do mundo a receber o novo modelo da Embraer. Nos últimos anos, a empresa passou a voar também com aviões Airbus A320neo.
"Nós temos o maior pedido de compra do Embraer E2 do mundo e estamos animados com a aeronave. O Airbus A320 está ajudando a gente a crescer, mas o carro-chefe vai continuar sendo o Embraer. Não pense que nós vamos abandonar o Embraer. Para o ano que vem, vamos receber de seis a oito aviões E2", disse.
O presidente da Azul avaliou, ainda, que a fusão da Embraer com a Boeing era essencial após a Airbus ter comprado a Bombardier.
"Acho que [a fusão] é saudável. Quando a Airbus comprou a Bombardier, não era uma disputa justa mais por conta de todo o poder de negociação que a Airbus tem. O interessante é que a Airbus comprou a Bombardier por 1 dólar canadense, e a Embraer está sendo vendida por bilhões de dólares. Isso mostra que, na última década, quem fez melhor foi a Embraer. A Embraer vendeu muito mais e teve tanto sucesso que a Bombardier teve de ser vendida. Mas é difícil a Embraer competir com a Airbus, porque o volume deles é muito maior", afirmou.
A negociação da Airbus com a Bombardier foi feita em outubro do ano passado. A Airbus ficou com 50,01% da C-Series Aircraft Limited Partnership (CSALP), que fabrica e vende os aviões. A Bombardier ficou com 31%, enquanto a Investissement Québec tem 19% no negócio.
A negociação não envolveu custos para a Airbus. Em troca, os aviões da Bombardier, que não vinham recebendo encomendas, ganharam uma grande vitrine comercial.
Em julho, os modelos CS100 e CS300 foram rebatizados para Airbus A220-100 e A220-300. No mesmo dia, a companhia aérea norte-americana JetBlue anunciou a substituição de toda a sua frota da Embraer pelo novo modelo da Airbus. A JetBlue foi fundada por David Neeleman, o mesmo fundador da Azul.
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