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Crise do Boeing 737 Max não afeta negócio com a Embraer, diz executivo

Vinícius Casagrande

14/03/2019 10h34

(Divulgação)

A crise enfrentada pela Boeing com a suspensão dos voos do modelo 737 Max não deve afetar as negociações da empresa norte-americana com a Embraer. "Não há conexão nenhuma e isso não afeta em nada a nossa parceria estratégica com a Boeing", afirmou vice-presidente financeiro da fabricante brasileira, Nelson Salgado, durante apresentação dos resultados financeiros da Embraer. A empresa teve prejuízo líquido ajustado no quarto trimestre de R$ 29,4 milhões.

Os acionistas da Embraer aprovaram no último dia 26 a venda de 80% da divisão de aviação comercial para a Boeing. Para que o negócio seja oficializado, falta ainda a aprovação das autoridades reguladoras do Brasil e dos Estados Unidos. As empresas afirmam que a conclusão do processo deve ocorrer até o fim deste ano. Até lá, ambas continuam operando de forma independente.

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Enquanto isso, a Boeing vive uma de suas maiores crises com a suspensão dos voos em todo o mundo de seu mais novo avião, o Boeing 737 Max. A nova versão do jato comercial mais vendido do mundo teve dois acidentes em apenas cinco meses.

Ontem, a agência de aviação civil dos Estados Unidos proibiu todos os voos com aviões do modelo feitos por companhias norte-americanas e dentro do território dos Estados Unidos. O jato também está impedido de voar em todo o continente europeu, na China, no Brasil e em diversos outros países.

A decisão foi tomada porque as primeiras investigações apontam fortes semelhanças entre os dois acidentes ocorridos com o Boeing 737 Max. O problema teria ocorrido em uma falha dos sistemas de prevenção ao estol (perda de sustentação). A Boeing afirmou nesta semana que já prepara uma atualização do software que controla o sistema.

Questionado se os engenheiros da Embraer poderiam colaborar na solução do problema, o vice-presidente financeiro da empresa brasileira disse que ainda é cedo para uma conclusão do caso. "Não posso comentar isso porque ainda precisamos aguardar a investigação [do acidente] e saber o que está por trás disso", afirmou Salgado.

Executivo diz que Embraer terá participação relevante

O vice-presidente financeiro da Embraer voltou a defender o negócio com a Boeing. Embora tenha a venda de 80% da divisão com as maiores receitas da companhia, o acordo é chamado de "parceria estratégica".

"A parceria estratégica é uma caracterização precisa do que está sendo negociado com a Boeing. Na aviação comercial, vamos manter uma participação muito relevante de 20% no resultado do negócio. Vamos ter um relacionamento de fornecedor muito importante e a Embraer vai fornecer todas as fuselagens do E2 a partir da planta de Botucatu", afirmou.

Acordo na área de defesa pode ser ampliado

A Embraer e Boeing também irão criar uma segunda empresa na área de defesa. O acordo inicial previa somente a produção e comercialização do novo cargueiro militar KC-390, mas pode ser ampliada para outros produtos como o Super Tucano.

"A parceria estratégica na área de defesa não está limitada ao KC-390. O KC-390 é o foco inicial dessa parceria", disse Salgado. "Em relação ao Super Tucano, temos uma parceria com a empresa estratégica norte-americana Sierra Nevada, mas não existe restrições no futuro se oportunidades aparecerem que possam envolver a Boeing para que isso não seja trocado", completou.

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