Brasil disputa com Austrália, França, Japão e Índia novo táxi aéreo do Uber
O chefe de produtos de aviação do Uber, Nikhil Goel, afirmou que o Brasil, especialmente São Paulo, tem grandes chances de ser escolhido para receber o serviço de táxis voadores que a empresa pretende lançar nos próximos quatro anos. Goel esteve reunido nesta semana com membros do governo estadual e federal para discutir políticas para implementação do Uber Air no país.
"Começamos conversas com vários setores do governo que incluem desde políticas públicas até regulação da aviação, gerenciamento do espaço aéreo e certificação das aeronaves", afirmou o executivo em entrevista exclusiva ao blog Todos a Bordo.
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O Uber tem o projeto de começar os testes com seu táxi voador, uma espécie de drone para passageiros, já no próximo ano e iniciar os voos comerciais em 2023. Até o momento, Dallas e Los Angeles, ambas nos Estados Unidos, são as duas cidades confirmadas para receber o novo serviço.
O Brasil concorre com duas cidades: São Paulo e Rio de Janeiro. Outros países que estão na disputa são Austrália (Melbourne e Sydney), França (Paris), Japão (Tóquio e Osaka) e Índia (Nova Déli, Mumbai e Bangalore).
Principais fatores para definir a cidade vencedora
O executivo do Uber listou os três principais fatores que uma cidade tem de ter para receber o serviço dos táxis voadores:
- Mercado: "Queremos escolher um mercado que seja grande, que tenha milhões de pessoas interessadas em usar esse serviço em viagens de longa distância e que sejam cidades congestionadas".
- Condições climáticas: "Precisamos analisar como é o clima durante o ano, se há muita neblina, chuva, poeira e tempestades, para termos certeza de que podemos prover um serviço com segurança para os nossos clientes".
- Aspectos locais: "Analisamos como o Uber funciona hoje e como é a regulação, porque o sucesso do Uber Air depende do sucesso da Uber no chão".
"O Brasil vai bem em todos esses pontos, e, por isso, estamos conversando para dar o próximo passo para trazer o Uber Air", afirmou Goel.
São Paulo tem ainda a vantagem de ser uma das cidades com a maior frota de helicópteros do mundo, mercado com a qual o Uber concorreria diretamente.
Preços acessíveis
O Uber afirma que, no longo prazo, o serviço Uber Air poderá ser até mais barato que as corridas de carro na modalidade UberX. O chefe de produtos de aviação da empresa ressaltou que essa é uma meta para os próximos 15 anos, especialmente nos Estados Unidos.
Da avenida Paulista a Campinas em 20 minutos
Se São Paulo for escolhida para ser a terceira cidade do mundo a receber o Uber Air, uma das principais rotas deverá ligar a região da avenida Paulista à cidade de Campinas, especialmente o aeroporto de Viracopos. A distância entre os dois pontos é de 96 quilômetros.
"Uma das rotas que estudamos é da Paulista até Campinas. Hoje é uma das rotas mais longas do Uber e com bastante demanda. Uma viagem demora hoje duas horas nos horários de pico com o UberX e levaria apenas 20 minutos com o Uber Air", afirmou Goel.
Para que o projeto possa realmente ser implementado, ainda é preciso solucionar outras questões de infraestrutura. No início, poderiam ser utilizados os helipontos já existentes, mas com algumas adaptações, para o pouso e decolagem das aeronaves. Com o aumento do número de aparelhos, o Uber pretende construir o que chama de skyports, que teriam capacidade para receber diversas aeronaves simultaneamente.
O principal desafio, no entanto, está no sistema de controle de tráfego aéreo. "Queremos trabalhar muito próximos da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para garantir um espaço aéreo seguro. Já há uma grande frota de helicópteros que vai continuar crescendo. Quando nós acrescentarmos a nossa frota, queremos que haja uma integração bastante segura em todo o sistema", afirmou.
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