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Avião Bandeirante, que deu origem à Embraer, completa 50 anos de seu 1º voo

Vinícius Casagrande

22/10/2018 04h00


O Bandeirante, avião que deu origem à Embraer, completa nesta segunda-feira (22) 50 anos de seu primeiro voo de testes. O modelo começou a ser desenvolvido em junho de 1965 pelo CTA (Centro Técnico Aeroespacial), órgão de ciência e tecnologia da Aeronáutica, e fez seu voo inaugural no dia 22 de outubro de 1968, em São José dos Campos, no interior de São Paulo.

O avião voltaria a voar novamente no mesmo local no dia 26 de outubro, desta vez em uma cerimônia oficial de demonstração, que contou com a presença de cerca de 15 mil pessoas, entre elas vários ministros de Estado e autoridades civis e militares.

Com o avanço dos testes em voo, o Bandeirante mostrava ser realmente um avião viável e com grande potencial. Para que a produção em série fosse viabilizada, era necessário desenvolver uma estrutura além do CTA.

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Assim, a Embraer foi criada em agosto de 1969 com a missão de colocar em prática a produção maciça do Bandeirante. Ao lado das obras da nova fábrica, em São José dos Campos, uma placa anunciava: "Aqui será fabricado o Bandeirante". A Embraer nasceu como uma empresa estatal vinculada ao então Ministério da Aeronáutica.

Chamado inicialmente de IPD-6504, o avião foi rebatizado de Bandeirante junto com a criação da Embraer. O avião recebeu esse nome em referência aos desbravadores bandeirantes e a seu papel na integração nacional.

A produção em série do Bandeirante só começou em maio de 1971, com uma encomenda de 80 aviões para a Força Aérea Brasileira. A primeira unidade foi entregue em fevereiro de 1973, com a presença do então presidente Emílio Garrastazu Médici, que fez o voo inaugural.

O Bandeirante foi fabricado durante 20 anos, até ter sua produção encerrada em 1991, quando foi iniciado o processo de privatização da Embraer, concluído em 1994. No total, foram feitos 498 aviões do modelo, sendo 253 aeronaves para o Brasil e 245 vendidas para o exterior. Ainda há diversos aviões do modelo em operação no Brasil e no exterior.

Projeto de uso militar e civil

O Bandeirante começou a ser desenvolvido pelo Centro Técnico Aeroespacial a pedido do então Ministério da Aeronáutica, que queria um avião para uso civil e militar no transporte de carga e passageiros. Em uma época de pouca infraestrutura aeroportuária no Brasil, o avião tinha a missão de chegar a pequenas e médias cidades em localidades remotas do país.

O avião foi criado pelo projetista francês Max Holste e pelo engenheiro brasileiro Guido Pessotti, sob a supervisão do engenheiro aeronáutico Ozires Silva, que se tornaria o primeiro presidente da Embraer. O primeiro protótipo do bimotor turboélice tinha capacidade para até oito passageiros.

Até iniciar a produção em série, o Bandeirante passou por diversas modificações. Batizado com o código EMB-110, o modelo aumentou sua capacidade para 12 passageiros para atender melhor às necessidades da Força Aérea Brasileira e também para ser viável na aviação comercial regional.

Diversas outras versões do modelo foram produzidas ao longo dos anos. O maior Bandeirante tinha capacidade para até 21 passageiros, com velocidade máxima de 426 km/h e alcance de 1.900 quilômetros.

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