Acordo entre Embraer e Boeing envolve área que dá mais receita à brasileira
Por Vinícius Casagrande
A Embraer e a Boeing anunciaram nesta quinta-feira (5) a assinatura de um memorando de entendimento para a criação de uma joint venture que envolve a área de aviação comercial da companhia brasileira. Trata-se do principal setor da Embraer, responsável por 58% da receita líquida da empresa no ano passado.
Em 2017, a Embraer teve uma receita total de US$ 5,839 bilhões, segundo dados do relatório financeiro do último ano. Desse total, a área de aviação comercial foi responsável por US$ 3,387 bilhões.
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A receita da aviação comercial é mais do que o dobro da aviação executiva, que arrecadou US$ 1,518 bilhão. Por último, o setor de defesa e segurança da Embraer teve receita de US$ 934,29 milhões no ano passado.
O negócio entre a Embraer e a Boeing foi fixado em US$ 4,75 bilhões. Para adquirir 80% da aviação comercial da Embraer, a Boeing pagará US$ 3,8 bilhões.
Aviação comercial tem aviões maiores e mais caros
Apesar de ter mais do dobro de receita, a aviação comercial produziu menos aviões que a área de aviação executiva da Embraer. Foram 101 jatos comerciais contra 109 jatos executivos no último ano.
A diferença financeira ocorre por conta do porte e valor dos aviões. A área de aviação comercial produz jatos maiores, utilizados pelas companhias aéreas para o transporte de passageiros. Os modelos da fabricante brasileira têm capacidade entre 76 e 124 passageiros.
A área de aviação executiva fabrica aviões de menor porte, usados para o transporte particular. São aviões com capacidade para entre quatro e 19 passageiros.
O preço dos aviões comerciais varia entre US$ 42 milhões, caso do Embraer E175, até US$ 58 milhões, como o novo Embraer E190-E2, que começou a ser entregue neste ano. No ano passado, a Embraer entregou 79 unidades do modelo E175, 12 do E190 e dez do E195.
Os aviões executivos são bem mais baratos, comparativamente. O menor jatinho produzido pela Embraer, o Phenom 100, custa US$ 4,5 milhões. Modelo mais vendido da Embraer, o Phenom 300 tem valor de US$ 9,4 milhões.
Há aviões bem mais caros, como o top de linha Lineage 100, que custa até US$ 55 milhões. O avião, no entanto, é uma adaptação para o mercado executivo do jato comercial E190, com mudanças na configuração interna. É também o menos vendido da Embraer. No último ano, foi apenas uma unidade entregue.
Entre os jatos executivos, a Embraer produziu no ano passado 54 unidades do modelo Phenom 300, 18 do Phenom 100, 15 do Legacy 500 e 14 do Legacy 450.
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