Avianca não é a única: 10 aéreas que já faliram em 2019 em todo o mundo
Vinícius Casagrande
23/04/2019 04h00
A Avianca Brasil não é a única companhia aérea que enfrenta graves problemas financeiros. Neste ano, dez companhias ao redor do mundo já declararam falência. São desde empresas de pequeno porte até companhias tradicionais, com quase cem anos de existência.
O número de falência em 2019 já é quase o mesmo de todo o ano passado, quando 13 companhias aéreas deixaram de operar em todo o mundo. Em 2017, foram 22 empresas que declararam falência.
O mercado de aviação é um dos mais instáveis para as empresas. Especialistas do setor apontam que o alto custo operacional, o investimento elevado e a baixa margem de lucro são os principais fatores de dificuldade para as companhias aéreas.
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Casos de recuperação judicial, como o da Avianca Brasil, são constantes. As três maiores companhias aéreas dos Estados Unidos – American Airlines, Delta e United – já tiveram de recorrer à Justiça e conseguiram se recuperar. No Brasil, os anos 2000 ficaram marcados pelo fim das operações de três das maiores companhias aéreas que o país já teve: Varig, Vasp e TransBrasil.
A situação da Avianca Brasil tem se agravado nos últimos dias. Com atraso no pagamento de leasing dos aviões, a empresa tem sofrido derrotas na Justiça e já teve de devolver a maior parte de seus aviões. Somente nesta semana, a empresa tem mais de mil voo cancelados.
Os problemas operacionais da Avianca Brasil colocam em risco até mesmo o leilão programado para o início de maio que pretende vender as operações da empresa. A Azul já anunciou que não deve mais participar. Latam e Gol continuam na disputa.
Veja as companhias aéreas que já faliram em 2019.
Tajik Air
País de origem: Tajiquistão
Primeiro voo: 1924
Uma das companhias aéreas mais antigas do mundo, a Tajik Air suspendeu suas operações após quase 95 anos de vida. No Tajiquistão, os aviões surgiram dois anos antes dos carros e cinco anos antes dos trens. Nos últimos anos, a Tajik Air passou a sofrer forte concorrência da empresa privada Somom Air. Sem conseguir competir, a empresa suspendeu os voos no dia 14 de janeiro, quando contava com apenas três aviões em sua frota.
Germania
País de origem: Alemanha
Primeiro voo: 1978
Com 4 milhões de passageiros transportados por ano, a alemã Germania voava para a Europa, África e Oriente Médio. A companhia aérea encerrou suas operações em 5 de fevereiro, alegando dificuldades financeiras por conta do aumento do preço do combustível e das variações cambiais. Em 2017, a Alemanha já havia visto a falência da Air Berlim, até então a segunda maior companhia aérea do país.
Flybmi
País de origem: Reino Unido
Primeiro voo: 1987
Flybmi, companhia aérea de voos regionais do Reino Unido, interrompeu suas operações em 16 de fevereiro. A empresa afirmou que foi seriamente afetada pelo aumento dos custos de combustível e pelas incertezas em relação ao Brexit (processo de saída do Reino Unido da União Europeia). A Flybmi tinha 17 aviões que voavam para 25 cidades europeias.
Insel Air
País de origem: Curaçao
Primeiro voo: 2006
A companhia aérea de Curaçao também encerrou suas operações no dia 16 de fevereiro com dívidas de mais de US$ 90 milhões. A empresa chegou a voar para diversos destinos no Caribe e na América do Sul, inclusive com voos para Manaus (AM). Antes de falir, no entanto, contava apenas com um avião Fokker 50 que realizava voos entre Curaçao e St. Maarten.
Asian Express Airlines
País de origem: Tajiquistão
Primeiro voo: 2011
A pequena companhia aérea do Tajiquistão foi a segunda empresa do setor no país a encerrar as operações neste ano. A Asian Express Airlines operava voos domésticos e internacionais para a Rússia. A empresa tinha apenas três aviões.
WOW air
País de origem: Islândia
Primeiro voo: 2012
A companhia aérea islandesa de baixo custo WOW transportou no ano passado mais de 3,5 milhões de passageiros em voos para a Europa, Estados Unidos e Canadá. A companhia chegou a negociar a venda para a Icelandair, mas não houve acordo. No dia 28 de março, a empresa anunciou o cancelamento de todos os voos e o fim das operações alegando problemas financeiros causados pelo aumento do preço do combustível. A WOW tinha mais de mil funcionários.
Aerolíneas de Antioquia
País de origem: Colômbia
Primeiro voo: 1987
A empresa iniciou suas operações com voos fretados em 1987 e 11 anos depois passou a fazer voos regionais na Colômbia a partir de Medellín. A companhia alegou que casos fortuitos em alguns aviões reduziram o número de passagens, causando dificuldades financeiras que impediam a continuidade das operações. A Aerolíneas de Antioquia encerrou seus voos no dia 29 de março.
Fly Jamaica Airways
País de origem: Jamaica
Primeiro voo: 2013
Com voos para Nova York (EUA) e Toronto (Canadá), a companhia aérea jamaicana encerrou suas operações no dia 31 de março. A empresa vinha sofrendo as consequências do acidente de novembro com seu Boeing 757, que após problemas hidráulicos em um voo para Toronto teve de fazer um pouso de emergência e ultrapassou a pista. Com apenas mais um avião na frota (um Boeing 767), as operações da empresa ficaram inviáveis.
Air Philip
País de origem: Coreia do Sul
Primeiro voo: 2018
A companhia aérea fez seu primeiro voo somente em junho do ano passado. Menos de um ano depois, a empresa não teve fôlego para continuar suas operações e encerrou todas as suas atividades no mês passado. A companhia fazia voos internos na Coreia do Sul e internacionais para Rússia e Japão com aviões Embraer ERJ-145.
Jet Airways
País de origem: Índia
Primeiro voo: 1993
A indiana Jet Airways foi a maior companhia aérea a quebrar em 2019 até o momento. A empresa era a segunda maior da Índia e tinha uma frota de cerca de 130 aviões. A Jet Airways vinha negociando suas dívidas, avaliadas em US$ 1,2 bilhão, há meses. No entanto, a situação financeira se agravou nas últimas semanas, e a companhia aérea encerrou seus voos na última quinta-feira (18).
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