EUA suspendem operações com os aviões Boeing 737 Max
Vinícius Casagrande
13/03/2019 15h58
A agência de aviação civil dos Estados Unidos suspendeu todas as operações com aviões da família Boeing 737 Max feitas por companhias aéreas norte-americanas ou dentro do território dos Estados Unidos. O modelo é o mesmo que sofreu um acidente na Etiópia no último domingo.
A agência afirmou que a decisão foi tomada após novas evidências coletadas e analisadas hoje no local do acidente. "Essas evidências, juntamente com os novos dados de satélite disponíveis nesta manhã, levou a esta decisão", afirmou a FAA.
A agência norte-americana não informou, no entanto, quais são essas novas evidências que levaram à decisão de suspender todos os voos com o modelo.
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A suspensão dos voos com os aviões da família 737 Max não tem prazo estipulado. Segundo a FAA, ela estará em vigor aguardando o resultado das investigações, o que inclui as informações das caixas pretas de gravação de dados do voo e também das conversas dentro da cabine de pilotos.
A decisão da FAA havia sido anunciada mais cedo pelo presidente Donald Trump em conversa com jornalistas. "A FAA está preparada para fazer um anúncio em breve sobre as novas informações e evidências que recebemos", afirmou Trump, segundo a agência Reuters.
Após o acidente de domingo com um Boeing 737 Max 8, diversos países e companhias aéreas já haviam paralisado as operações com o avião por motivos de segurança. A brasileira Gol paralisou as operações dos sete aviões do modelo na segunda-feira. Na terça-feira, a agência de aviação civil da União Europeia suspendeu todos os voos com aviões do modelo nos 32 países do bloco. A China, que tem mais de cem aviões do modelo, foi a primeira a impedir as operações do modelo.
Apesar da reação mundial, os Estados Unidos estavam resistindo a tomar medida semelhante. Passageiros e sindicatos de comissários de bordo já estavam pressionando para que o governo impedisse os voos com o avião.
As companhias aéreas dos Estados Unidos têm 76 aviões da família 737 Max:
Southwest: 34 aviões da versão Max 8
American Airlines: 26 aviões da versão Max 8
United Airlines: 16 aviões da versão Max 9
Além dos Estados Unidos, o Canadá também decidiu suspender os voos com o modelo nesta quarta-feira. A Air Canada tem 25 aviões e a WestJet mais 12 aviões do modelo. Com isso, já são pelo menos 342 dos 371 aviões do modelo que estão impedidos de voar, o que representa mais de 90% da frota mundial.
Boeing recomenda suspensão no mundo todo
Após a decisão dos Estados Unidos, a própria Boeing afirmou que recomendou que fosse suspensa temporariamente em todo o mundo a operação de todos os 371 aviões da família 737 Max que já foram entregues a companhias aéreas. A empresa afirma, no entanto, que tem total confiança na segurança do 737 Max.
"Estamos apoiando este passo proativo de enorme cautela. A segurança é um valor central na Boeing na produção de aviões, e será sempre assim. Não há prioridade maior para nossa empresa e nossa indústria. Estamos fazendo tudo o que podemos para entender a causa dos acidentes em parceria com os investigadores, implantar melhorias de segurança e ajudar a garantir que isso não aconteça novamente", afirmou a Boeing em comunicado.
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