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Ganho de aérea com extra, como mala despachada, sobe 6% e chega a US$ 47 bi

Todos a Bordo

18/09/2018 18h00

Receita como cobranças extras crescem continuamente nos últimos dez anos (Joel Silva/Folhapress)

Por Vinícius Casagrande

As receitas extras (como cobrança de bagagem) das companhias aéreas em todo o mundo cresceram 5,8% em 2017, atingindo a marca de U$ 47,2 bilhões (R$ 195,21 bilhões). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (18) pela agência Idea Works, que analisa a indústria da aviação. Em 2016, as companhias haviam arrecadado US$ 44,6 bilhões (R$ 184,46 bilhões).

Essas receitas, chamadas oficialmente de auxiliares, são compostas por cobrança de taxas extras para despacho de bagagem, marcação de assento, alteração de voo, receita com programas de fidelidade e até venda de produtos e de publicidade a bordo dos aviões.

A norte-americana Spirit Airlines é a que mais depende das receitas auxiliares. Segundo o relatório, 46,6% do faturamento anual da Spirit vem de receitas auxiliares, o que representa US$ 50,97 (R$ 210,81) por passageiro. No total, são US$ 1,23 bilhão (R$ 5,09 bilhões) com as receitas extras.

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A mexicana VivaAeroBus aparece em segundo lugar com 43,6% do faturamento total proveniente de receitas auxiliares. A empresa arrecada US$ 184,5 milhões (R$ 764,2 milhões) com taxas extras. Na norte-americana Frontier, as receitas auxiliares de US$ 811,9 milhões (R$ 3,36 bilhões) representam 42,4% do faturamento total da empresa.

Em números absolutos de faturamento, as companhias aéreas norte-americanas dominam as primeiras posições do ranking. A United Airlines é a líder mundial, com um faturamento anual de US$ 5,74 bilhões (R$ 23,74 bilhões). O valor representa 15,2% da receita total da empresa.

Gol tem maior percentual com receita extra no Brasil

Entre as brasileiras, a Gol é a que tem o maior percentual com receitas auxiliares, com 9,9% do faturamento, segundo a Idea Works. No total, a empresa teve US$ 316 milhões (R$ 1,3 bilhão) com esse tipo de receita.

Na Azul, foram US$ 224 milhões (R$ 926 milhões), o que representa 9,5% do total do faturamento da companhia. O Grupo Latam, que inclui as operações nos seis países onde o grupo atua, teve uma arrecadação de US$ 813 milhões (R$ 3,36 bilhões) com receitas auxiliares no último ano, o que representa 8,5% do faturamento total. O relatório não apresenta dados da Avianca Brasil.

Apesar de as companhias aéreas brasileiras terem começado a cobrar no ano passado pelo despacho de bagagem, a maior parte das receitas auxiliares ainda tem como origem os programas de fidelidade. O relatório da Idea Works ressalta, no entanto, que a receita com o despacho de bagagem nas companhias nacionais deve aumentar nos próximos anos.

Fontes variadas de receita

A fonte principal das receitas auxiliares varia bastante de acordo com a companhia aérea. Na norte-americana Southwest, 79% dessas receitas são provenientes de programas de fidelidade. No caso da islandesa WOW Air, 65,5% das receitas auxiliares são de cobrança de bagagem.

Segundo os dados da Idea Works, a irlandesa Ryanair apresentou queda nas receitas de bagagem. A perda, no entanto, foi compensada pelo aumento do número de passageiros que pagaram para marcar o assento no voo com antecedência ou ter direito ao embarque prioritário. No último ano, 50% dos passageiros pagaram para marcar assento e 20% compraram o embarque prioritário.

Aumento de 14 vezes em dez anos

A receita auxiliar das companhias aéreas que mais faturam com taxas extras aumentou 14 vezes nos últimos dez anos. O relatório da agência Idea Works aponta que o faturamento das dez companhias líderes nesse tipo de cobrança saltou de US$ 2,1 bilhões (R$ 8,69 bilhões) em 2007 para US$ 29,7 bilhões (R$ 122,84 bilhões) no último ano.

Segundo a Idea Works, esse tipo de receita apresentou crescimento contínuo em todos os anos desde 2007. "O preço das passagens pode subir ou descer, mas as receitas auxiliares têm crescido constantemente, contribuindo para o resultado da indústria", diz o documento.

No último ano, a agência analisou os relatórios financeiros de 146 companhias aéreas em todo o mundo, sendo que 73 declararam ganhos com receitas auxiliares. O número é três vezes maior do que o registrado em 2007, quando apenas 23 companhias aéreas relataram ter ganhos com taxas extras.

Veja as dez companhias aéreas que mais faturam com receitas auxiliares:

– United Airlines: US$ 5,74 bilhões (R$ 23,74 bilhões)
– Delta Air Lines: US$ 5,39 bilhões (R$ 22,29 bilhões)
– American Airlines: US$ 5,27 bilhões (R$ 21,8 bilhões)
– Southwest: US$ 3,04 bilhões (R$ 12,57 bilhões)
– Ryanair: US$ 2,3 bilhões (R$ 9,51 bilhões)
– Air France/KLM: US$ 1,97 bilhão (R$ 8,15 bilhões)
– Grupo Lufthansa: US$ 1,94 bilhão (R$ 8,02 bilhões)
– Alaska Air Group: US$ 1,33 bilhão (R$ 5,5 bilhões)
– Air Canada: US$ 1,33 bilhão (R$ 5,5 bilhões)
– EasyJet: US$ 1,28 bilhão (R$ 5,29 bilhões)

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