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Viajar em pé, cobrar banheiro e taxar gordo: ideias de aéreas para lucrar

Todos a Bordo

18/09/2018 04h00

Ryanair é campeã em propostas inusitadas para taxar passageiros (Divulgação)

Por Vinícius Casagrande

As companhias aéreas de baixo custo estão sempre buscando novas formas de reduzir seus custos e aumentar as receitas auxiliares (taxas além do preço da passagem). As taxas extras mais comuns são pelo despacho de bagagem e marcação antecipada de assento. A "criatividade" das companhias aéreas, no entanto, parece não ter limites.

Por sorte dos passageiros, a maioria das ideias mirabolantes nunca saiu do papel ou não deu certo. Veja alguns exemplos:

Cobrança para uso do banheiro

Ryanair queria cobrar 1 euro de cada passageiro para usar o banheiro em voo (Divulgação)

Em 2009, o diretor executivo da irlandesa Ryanair, Michael O'Leary, afirmou que a empresa estudava começar a cobrar pelo uso dos banheiros durante os voos. A empresa já havia decidido até mesmo o valor a ser cobrado pelo uso do banheiro: 1 euro (R$ 4,82).

"Algo que analisamos no passado e estamos analisando de novo é a possibilidade de talvez instalar um espaço para depositar moedas na porta do banheiro", afirmou O'Leary, na época.

Além da cobrança, a Ryanair queria também diminuir de três para apenas um banheiro dentro dos aviões. A medida faria com que aumentasse o espaço disponível para colocar mais poltronas.

Especialistas avaliaram na época que, além de gerar a antipatia dos clientes, a medida poderia ter um efeito contrário. Com a cobrança para usar o banheiro, a venda de bebidas a bordo poderia cair. Além disso, os passageiros poderiam driblar a cobrança simplesmente mantendo a porta do banheiro sempre aberta.

Passageiros viajando em pé

Empresa italiana criou assento no qual os passageiros viajam quase em pé (Divulgação)

A ideia de levar passageiros em pé dentro dos aviões surgiu pela primeira vez em 2009 com uma proposta da Ryanair. No ano passado, o tema voltou ao debate com a colombiana VivaColombia. "Se podem aguentar uma horinha viajando em pé de ônibus por que não podem ficar uma hora de pé em um voo para Cartagena ou Amazonas?", afirmou o fundador e CEO da empresa, Willian Shaw.

Embora o projeto pareça absurdo e as autoridades aeronáuticas afirmem que isso seria completamente inviável por conta das normas de segurança, as empresas continuam em busca de alternativas para conseguir colocar cada vez mais passageiros dentro dos aviões.

No início deste ano, a empresa italiana Aviointeriors apresentou um projeto de assentos mais finos, com um suporte preso ao teto, nos quais os passageiros viajariam quase em pé. O modelo diminuiria em 13 cm o espaço para as pernas. Segundo a empresa, seria possível aumentar em 20% a capacidade de passageiros dos aviões.

Cobrança por peso dos passageiros

Companhia aérea de Samoa já cobrou mais caro dos gordinhos (Getty Images)

A principal forma de as empresas economizarem é a redução de peso dos aviões. É com essa lógica que elas afirmam ser necessário cobrar pelo despacho de bagagem. Ao menos uma companhia resolveu ir além e taxar os passageiros pelo seu peso corporal.

Em 2013, uma companhia aérea de Samoa (arquipélago do Pacífico, na Oceania) passou a calcular o preço dos bilhetes de acordo com o peso dos passageiros. Na ocasião, os preços variavam entre R$ 2 e R$ 8 por quilo, dependendo da distância do voo.

No momento da compra da passagem, os passageiros informavam o seu peso, que era conferido no momento do check-in. A companhia faliu em 2015.

No ano passado a finlandesa Finnair decidiu pesar uma série de passageiros antes do embarque. A ideia, no entanto, não era aplicar nenhuma taxa, mas ter uma informação mais precisa do peso médio de seus passageiros.

Levar a própria bagagem até o avião

Empresa queria que o passageiros levassem a mala até a porta do avião ( Lucas Lima/UOL)

Para cortar custos com o manuseio de bagagens dentro do aeroporto, a Ryanair também já chegou a propor que os passageiros levassem a própria bagagem até a porta do avião para serem carregadas no compartimento de carga.

A ideia naufragou de imediato por questões de segurança. Depois que as bagagens são despachadas no check-in, elas passam por um rigoroso controle de segurança. Além disso, há a questão do peso. As malas são armazenadas de forma a equilibrar melhor o peso dentro do avião. Para isso, precisam chegar com antecedência à porta do avião, para que os passageiros façam a distribuição do peso.

Voos sem copilotos

Ryanair queria diminuir o número de pilotos para reduzir gastos (Divulgação/Airbus)

Outra proposta da Ryanair para a redução dos custos foi realizar voos sem o copiloto. O diretor executivo da Ryanair, Michael O'Leary, chegou a dizer que os computadores de bordo seriam suficientes para substituir o copiloto.

Em caso de emergência, os comissários de bordo poderiam ser treinados para auxiliar o comandante em situações inesperadas. "Se o piloto tiver uma emergência, ele toca a sirene e chama a comissária", afirmou O'Leary, em 2010.

Embora os aviões estejam cada vez mais tecnológicos, essa é mais uma proposta que deve ficar apenas na imaginação de O'Leary. A presença de dois pilotos dentro da cabine de comando é considerada essencial para garantir a segurança do voo.

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