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Avião chinês quer entrar no mercado brasileiro para fazer voos regionais

Todos a Bordo

21/08/2018 04h00

Bimotor chinês seria utilizado em voos regionais (Wikimedia)

Por Vinícius Casagrande

A fabricante do avião chinês Harbin Y-12E, a Avic Harbin General Aircraft Industry Company Limited, pretende entrar no mercado brasileiro para promover o aumento de voos regionais de curto alcance entre cidades de pequeno e médio portes. O bimotor turboélice tem capacidade para até 18 passageiros, velocidade de cruzeiro de 270 km/h e alcance máximo de 1.340 quilômetros sem paradas de reabastecimento.

O avião não deverá ser um concorrente direto da brasileira Embraer, que atualmente produz apenas jatos comerciais com capacidade entre 76 e 146 passageiros, além de jatos executivos.

Jorge Santos, sócio-diretor da importadora JCranes e representante exclusivo do Harbin Y-12E no Brasil, afirma que há uma expectativa de venda de até 220 aviões do modelo no Brasil nos próximos anos. Desde que foi criado em 1986, foram produzidas até o momento 226 unidades do mesmo modelo, que voam em 30 países.

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O avião ainda está em processo de homologação pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), processo de autorização para realizar voos no Brasil. A expectativa de Santos é de que o processo seja finalizado entre o final deste ano e início de 2019.

Dificuldades de mercado

Segundo Santos, o avião deve chegar ao Brasil ao preço de US$ 5 milhões (R$ 19,7 milhões) e ser utilizado por companhias aéreas regionais. O problema é que o avião é destinado a um mercado ainda pouco expressivo no Brasil. Aviões semelhantes são mais usados para o transporte de cargas no país, como o Cessna Caravan.

Santos diz acreditar, no entanto, que há espaço no mercado brasileiro para o crescimento desse tipo de aviação. "Já fizemos algumas pesquisas, e há a necessidade de novas ligações entre cidades que ainda não têm voos regulares. O Brasil vai mudar nesse sentido, e estaremos aqui", afirmou.

Enquanto não há mercado para a venda de aviões para o transporte de passageiros, Santos afirma que já manteve contatos com grandes empresas de transporte de cargas, como DHL e Fedex. "Tivemos algumas conversas, e eles se mostraram bastante interessados", disse.

Nova fábrica no Brasil

O representante do Harbin Y-12E no Brasil afirma também que os planos chineses são ousados para esse mercado, que pode incluir até mesmo a instalação de uma fábrica no país. "A ideia é trazer o avião, criar um centro de excelência com peças de reposição e até mesmo montar o avião no Brasil. Esse centro pode suprir toda a demanda da América do Sul", afirmou.

Entre 2003 e 2016, a fabricante chinesa foi parceira da Embraer na produção de jatos executivos na China. As duas empresas criaram uma joint-venture chamada Harbin Embraer Aircraft Industry (HEAI). Além do jato executivo Legacy 650, a fábrica chinesa também chegou a produzir o avião comercial ERJ-145.

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