Piloto quer voar 5.000 quilômetros em avião movido a resíduos plásticos
Todos a Bordo
23/03/2016 06h00
O piloto e ambientalista australiano Jeremy Rowsell planeja viajar de São Francisco, na Califórnia, até Anchorage, no Alasca, a bordo de um avião movido por combustível feito a partir de plásticos que iriam para o lixo.
A distância entre as duas cidades é de pouco menos de 5.000 quilômetros e o voo está programado para o dia 1º de agosto. O avião escolhido é um pequeno WAM RV-9 de dois lugares e com motor desenvolvido para aceitar o novo combustível. A ideia veio depois que o piloto viu um documentário que mostrava o impacto do descarte de plásticos nos oceanos.
De acordo com o site do projeto, o plástico será transformado em combustível a partir de um processo chamado de pirólise. Nele, plásticos são aquecidos em um ambiente livre de oxigênio para evitar a queima. O lixo plástico é quebrado em componentes menores para criar o equivalente a um destilado de petróleo.
"Como não há nenhuma queima, mas sim um processo de fusão, não existem emissões tóxicas liberadas para o ambiente", explica o comunicado.
Para os mil litros de combustível que o avião precisará para a viagem, será necessária uma tonelada de plástico.
Rowsell ainda não divulgou quantas e onde serão as paradas para abastecimento durante o trajeto. O piloto fechou uma parceria com um programa de aventuras do Alasca que deve transmitir toda a viagem. Provavelmente, as paradas também devem ser estratégicas para as gravações.
Além do programa, o piloto criou uma campanha na internet para arrecadar US$ 400 mil. Cada pessoa que colaborar, terá seu nome estampado na aeronave. No entanto, o resultado não foi nada satisfatório. Faltando apenas 18 dias para o fim da campanha, pouco mais de US$ 1.800 foram doados.
Outras iniciativas
Nos Estados Unidos, um voo da United Airlines que vai de Los Angeles a São Francisco está usando biocombustível feito a partir de lixo orgânico. Duas empresas fornecem o combustível para a companhia aérea. Uma delas, a AltAir Fuels usa gordura e óleo como matéria prima. Já a Fulcrum BioEnergy produz combustível a partir de lixo comum, que iria ser jogado em aterros sanitários.
Além da vantagem ambiental, o uso de biocombustível é mais barato para as companhias aéreas.
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