Treinamento – Todos A Bordo http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br Todos a Bordo é o blog de aviação do UOL. Aqui você encontra as últimas informações, análises e notícias sobre o movimentado mundo das companhias aéreas, das fabricantes de aviões e de empresas aeroportuárias. Tue, 07 Jul 2020 19:46:06 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Vídeos mostram a luta de pilotos em pousos e arremetidas com vento forte http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/04/28/video-pousos-e-arremetidas-vento-forte/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/04/28/video-pousos-e-arremetidas-vento-forte/#respond Sun, 28 Apr 2019 07:00:41 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=9803

O vento é um fator que influencia significativamente os pousos e decolagens dos aviões. A escolha da cabeceira da pista usada, inclusive, depende da direção do vento naquele momento. Todas as aeronaves – aviões e helicópteros – devem decolar e pousar com vento de frente para garantir a segurança das operações.

A direção do vento é importante porque ajuda as aeronaves a ganhar sustentação com menor velocidade. Os ventos frontais fazem com que os aviões pousem ou decolem com velocidade mais baixa em relação ao solo. Isso ajuda a percorrer um trecho menor de pista tanto na hora de frear o avião nos pousos ou tirá-lo do chão nas decolagens.

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O vento, no entanto, não tem uma direção constante. As pistas dos aeroportos são construídas no sentido predominante dos ventos daquela região. Em alguns momentos, porém, o vento sopra lateralmente à pista. Nessas ocasiões, a atenção dos pilotos deve ser redobrada, pois o vento pode empurrar o avião para fora do eixo da pista.

Esse efeito atinge desde pequenos aviões monomotores até o gigante Airbus A380, o maior avião de passageiros do mundo, com 575 toneladas.

Voando de lado

Para corrigir a força lateral do vento, os aviões precisam voar “de lado”. Essa ação é chamada popularmente entre os pilotos de “caranguejar”.

Essa técnica gera belas imagens de pousos e decolagens (veja vídeos acima). Exige atenção especial dos pilotos, que treinam muito essa situação durante toda a carreira.

Antes da decolagem ou do pouso, os pilotos são sempre informados pela torre de controle da direção e velocidade do vento. Em aeroportos pequenos, que não contam com controle de tráfego aéreo, a indicação é feita pela biruta – um cone de tecido com abertura nas duas extremidades que fica localizado no alto de um poste próximo à pista.

Com essas informações, os pilotos viram o nariz do avião para encarar o vento em sentido contrário. Se o vento vem pela esquerda, a tendência é que o avião seja empurrado para a direita. Para evitar isso, o piloto vira levemente o nariz do avião também para a esquerda para corrigir o deslocamento lateral que seria causado pela força do vento.

Embora esteja virado para o lado, o avião continua voando em linha reta e alinhado com o eixo da pista do aeroporto. Instantes antes de pouso, o piloto coloca o nariz do avião novamente no sentido da pista.

Outras forças do vento

O vento também exerce força vertical nos aviões. Um dos maiores riscos no pouso é conhecido como “tesoura de vento”. É mais comum em dias de tempestades com correntes de ventos descendentes. A força do vento força o avião para baixo, fazendo com que perca altura. Esse fenômeno pode ser crítico durante o pouso, quando o avião já está baixo.

Quando ocorre algum desses fenômenos e o avião não consegue chegar estabilizado corretamente para o pouso, a melhor alternativa é a arremetida. Embora muitos passageiros tenham medo só de ouvir falar em arremeter, essa é uma manobra para garantir a segurança.

Ao verificar que o avião não terá um pouso em total condição de segurança, o piloto simplesmente aplica toda a potência nos motores, levanta o nariz do avião e começa a ganhar altura novamente. Depois, é necessário repetir todo o procedimento para o pouso seguro.

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Bombeiros têm 90s para agir em acidente aéreo; veja simulação em Guarulhos http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/12/06/treinamento-resgate-acidente-aereo-aeroporto-guarulhos/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/12/06/treinamento-resgate-acidente-aereo-aeroporto-guarulhos/#respond Thu, 06 Dec 2018 06:00:26 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=8516
Um Airbus A330 avisa à torre de controle do aeroporto de Guarulhos (SP) que está se aproximando para o pouso com fogo no motor. Imediatamente, os bombeiros são avisados da situação de emergência e se preparam para agir. Quando o avião pousa, acaba derrapando, sai da pista principal e para somente na pista de táxi, com diversos passageiros feridos. Esse foi o cenário de um treinamento realizado na última sexta-feira (30) no maior aeroporto do país.

O exercício envolveu mais de cem pessoas, de 26 organizações, como Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Defesa Civil, Cruz Vermelha Brasileira, Polícia Federal e hospitais da região. Além de caminhões de combate a incêndio e ambulâncias, foram usados dois helicópteros para o resgate das vítimas. Tudo foi acompanhado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para certificar o cumprimento das regras internacionais.

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Esse tipo de treinamento deve ser feito pelo menos uma vez por ano, segundo o diretor de Operações do aeroporto de Guarulhos, comandante Miguel Dau. “Isso é importante para que todos estejam preparados para o caso de uma emergência real. Nos preparamos para o pior e rezamos para o melhor”, afirmou.

Caminhão dos bombeiros do aeroporto de Guarulhos pode produzir até 12,5 mil litros de água (Marcio Komesu/UOL)

90 segundos para os bombeiros chegarem

Segundo o diretor do aeroporto de Guarulhos, quando um avião se acidenta na pista, o Corpo de Bombeiros do próprio terminal deve chegar até a aeronave em até 90 segundos, e o atendimento deve começar em até três minutos.

O anúncio do início do treinamento e o som das sirenes dos caminhões dos bombeiros foram ouvidos de forma praticamente simultânea. Em poucos segundos, já era possível avistar na pista do aeroporto os dois caminhões Panther Rosembauer 6×6, usados para o combate ao incêndio.

Ao chegar ao local, os caminhões acionaram imediatamente os jatos de água, que podem atingir até 90 metros de distância. Cada caminhão pode transportar até 12,5 mil litros de água e 1.500 litros de LGE (Líquido Gerador de Espuma), que, ao serem misturados, podem produzir até 60 mil litros de espuma. O Panther Rosembauer tem câmeras térmicas que ajudam a encontrar com precisão o foco do incêndio, além de braços mecânicos que podem perfurar a fuselagem e injetar o material de combate ao fogo dentro da aeronave.

Vítimas recebem primeiros atendimentos no gramada ao lado da pista do aeroporto (Vinícius Casagrande/UOL)

Resgate das vítimas

Com o fogo controlado, foi a vez de as equipes de resgate darem início ao tratamento das vítimas. Durante o treinamento, 43 voluntários estava devidamente maquiados, simulando ferimentos e queimaduras em diversas partes do corpo.

Vestidos com equipamentos de proteção contra o fogo, que inclui até cilindros de oxigênio, os bombeiros fazem a remoção dos feridos dos destroços do avião acidentado. O resgate utiliza o método Start (simples triagem e rápida remoção).

Depois, os passageiros feridos são colocados em macas e entregues aos médicos e enfermeiros, que prestam os primeiros socorros. Os feridos são colocados em lonas espalhadas no gramado ao lado da pista de táxi do aeroporto. São lonas de três cores diferentes: amarela, para feridos intermediários, vermelha, para feridos com necessidade de atendimento urgente, e preta, que fica mais afastada, para o caso de mortes. Nesse espaço, as vítimas aguardam a remoção para os hospitais.

Para os casos mais graves, o resgate conta com o auxílio de helicópteros da Polícia Militar e da Polícia Civil. O primeiro helicóptero pousou no aeroporto de Guarulhos 12 minutos após o início do treinamento, quando nem todas as vítimas ainda haviam sido retiradas do avião.

Treinamento envolve mais de cem pessoas de 26 organizações (Marcio Komesu/UOL)

Treinamento dura cerca de uma hora

O trabalho para remover do avião 43 pessoas levou 22 minutos. No total, o treinamento durou uma hora e só terminou quando o último passageiro ferido saiu de ambulância do local do acidente simulado.

“Se você não treina e não coordena as entidades, na hora, as pessoas acabam dando muita cabeçada uns com os outros, e essa perda de tempo implica em perda de vidas”, afirmou o diretor de Operações do aeroporto.

Diversos avaliadores estão ali só para analisar todos os passos do treinamento e fazer uma avaliação completa de erros e acertos no atendimento.

Equipe celebra o fim do treinamento com batismo dos bombeiros (Marcio Komesu/UOL)

Batismo para comemorar

Durante o treinamento, o clima de tensão é permanente em todos os participantes. A sensação é que não é apenas uma simulação, mas um acidente de verdade. Bombeiros, médicos e enfermeiros só relaxam mesmo quando a última vítima é retirada.

Depois de todo esforço, é hora de guardar uma recordação do treinamento: todos se reúnem em frente ao avião para uma foto oficial. O caminhão Panther Rosembauer aciona novamente seu jato de água, dessa vez apenas para dar um banho em todos os participantes. É o batismo, e a prova de que estão preparados caso seja necessário agir em uma situação real.

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Conheça 19 aviões usados em treinamento da FAB com os EUA e mais 11 países http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/11/24/avioes-fab-forca-aerea-brasileira-treinamento-cruzex/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/11/24/avioes-fab-forca-aerea-brasileira-treinamento-cruzex/#respond Sat, 24 Nov 2018 06:00:28 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=8389


Desde o último domingo (18), a Força Aérea Brasileira (FAB) realiza, em Natal (RN), um treinamento militar em conjunto com os Estados Unidos e mais 11 países. O objetivo é simular cenários de conflito e promover uma troca de experiências entre os países.

O Cruzex 2018 (Cruzeiro do Sul Exercise) é o maior treinamento desse tipo realizado na América do Sul. Seis países trouxeram 28 aviões para o treinamento: Peru (oito), Estados Unidos (sete), Chile (seis), Uruguai (quatro), Canadá (dois) e França (um). Somam-se a eles cerca de 70 aviões e helicópteros do Brasil. No total, são 19 modelos de aeronaves (veja álbum de fotos acima).

Outros seis países participam como observadores, com orientações e troca de experiências. São eles: Suécia, Portugal, Alemanha, Índia, Colômbia e Bolívia.

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Realizado desde 2002, essa é a primeira vez que o Cruzex faz treinamentos para atuação da Força Aérea Brasileira em missões de paz da ONU (Organização das Nações Unidas).

“Nas missões de paz, por exemplo, já treinamos nossos meios terrestres, como ocorreu no Haiti. Nossos meios navais também foram treinados, como na missão do Líbano, em que o comandante é da Marinha do Brasil. Meios aéreos realizaram só missões de transporte. Agora, nós entramos em uma auditoria da ONU para utilizar outras aeronaves em missões de paz”, afirmou o Brigadeiro do Ar Luiz Guilherme Silveira de Medeiros, diretor do Cruzex 2018, em entrevista à Agência Força Aérea.

Em futuras missões de paz, o Brasil poderá participar com os aviões C-105 Amazonas, o H-6O Black Hawk e o A-29 Super Tucano. “Essas aeronaves já estão pré-aprovadas para serem empregadas. Em uma necessidade, estamos prontos para operar. Então, o que nós vamos treinar no Cruzex 2018 são ações ligadas a esse tipo de conflito, à guerra não convencional, que são bastante específicas. Nesses casos, o risco de dano colateral, ou seja, de atingir civis ou instalações não diretamente relacionadas ao conflito, é muito alto”, disse o Brigadeiro.

O treinamento militar em Natal reúne mais de 2.000 militares brasileiros e estrangeiros e cerca de cem aeronaves. Além da Força Aérea Brasileira, participam também do treinamento membros da Marinha e do Exército do Brasil.

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Aéreas oferecem salário de até R$ 100 mil, mas faltam pilotos de avião http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/06/08/aereas-oferecem-salario-de-ate-r-100-mil-mas-faltam-pilotos-de-aviao/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/06/08/aereas-oferecem-salario-de-ate-r-100-mil-mas-faltam-pilotos-de-aviao/#respond Fri, 08 Jun 2018 07:00:39 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=7505

Falta de pilotos afeta diversas companhias aéreas do mundo (Vinícius Casagrande/UOL)

Companhias aéreas de diversas regiões do mundo estão enfrentando um mesmo problema para continuar crescendo: a falta de pilotos comerciais de avião. Nos últimos meses, algumas das principais empresas tiveram que cancelar voos pela falta de tripulação. A crise afeta desde a australiana Qantas, a árabe Emirates Airlines, a low-cost europeia Ryanair até a pequena Great Lakes Airlines, que encerrou suas operações nos Estados Unidos por falta de tripulantes.

A Emirates, por exemplo, tem feito processos seletivos constantemente no país para contratar novos pilotos. Para atrair os profissionais brasileiros, a empresa oferece uma gama de benefício que inclui salário de mais de R$ 60 mil livre de impostos.

Na China, segundo a agência Reuters, as companhias aéreas oferecem salários de até US$ 314 mil por ano, o equivalente a cerca de R$ 100 mil por mês. E com rendimentos também livres de impostos.

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Os altos salários atraem profissionais do mundo inteiro. Para não perderem profissionais, muitas empresas são obrigadas a aumentar os salários de seus pilotos, algo que o diretor-geral de companhias aéreas da Ásia e Pacífico, Andrew Herdman, definiu como uma “guerra de salários”.

Crescimento do setor causa falta de funcionários

A falta de pilotos acontece por diversos fatores, mas um dos principais responsáveis é o forte crescimento da aviação nos mercados asiáticos. A região da Ásia e Pacífico respondeu por 33,7% do tráfego mundial no último ano, segundo dados da Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo). Somente em 2017, a região teve um crescimento de 9,4% em comparação ao ano anterior. O crescimento médio no mundo foi de 7,6%.

Nos Estados Unidos, por exemplo, até 2026, deve haver um déficit de cerca de 15 mil pilotos nas principais companhias aéreas do país, segundo um estudo de 2016 do Departamento de Aviação da Universidade de Dakota do Norte. No país, o problema deve se agravar com a grande quantidade de pilotos com idade próxima à da aposentadoria e poucos jovens procurando formação profissional.

No Brasil, com a retração do mercado de aviação comercial nos últimos anos, as companhias aéreas chegaram a reduzir seu quadro de funcionários. Nos últimos meses, porém, o mercado começou a se recuperar novamente, e as contratações podem voltar a acontecer.

Segundo um relatório recente da Boeing, serão necessários 637 mil novos pilotos em todo o mundo para suprir o crescimento da aviação nos próximos 20 anos. Somente a região da Ásia e Pacífico vai precisar de 253 mil novos pilotos nesse período, ou 40% do total de novos profissionais. A América Latina vai demandar apenas um quinto dessa quantidade, ou 52 mil novos pilotos.

Jato da Embraer é utilizado na formação de novos pilotos da Emirates (Divulgação)

Empresas criam programas de treinamento

Um dos problemas enfrentados para a formação de novos pilotos são os altos custos de treinamento. No Brasil, por exemplo, da matrícula no curso teórico de piloto privado de avião até receber a licença de piloto comercial, o futuro profissional vai ter de desembolsar entre R$ 90 mil e R$ 140 mil.

Para facilitar o acesso de jovens na carreira, diversas companhias aéreas têm investido em centros próprios de treinamento de pilotos. A Emirates, por exemplo, inaugurou no final do ano passado sua escola de formação de novos pilotos, chamada de Emirates Flight Training Academy. A escola utiliza até o jato executivo Phenom 100EV, da Embraer, no treinamento dos pilotos.

Também localizada nos Emirados Árabes Unidos, a Etihad tem um centro semelhante ao da rival Emirates. Outra empresa que deve criar uma escola de formação é a australiana Qantas.

Em abril, a American Airlines anunciou um programa de treinamento e financiamento para candidatos a pilotos. Os alunos selecionados para a nova Academia de Cadetes da American Airlines treinariam por até 18 meses em uma das três escolas de aviação vinculadas à empresa aérea. Os estudantes teriam a opção de obter financiamento para o custo total, incluindo hospedagem e alimentação, por meio da Discover Financial Services.

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Réplica de Boeing 737 em SP treinará situações como fogo e despressurização http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2017/08/11/gol-treinamento-aviao-737-piloto-comissario-fogo-despressurizacao/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2017/08/11/gol-treinamento-aviao-737-piloto-comissario-fogo-despressurizacao/#respond Fri, 11 Aug 2017 07:00:19 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=5986

Mockup utiliza a fuselagem de um Boeing 737-300 (foto: Vinícius Casagrande/UOL)

Por Vinícius Casagrande

A companhia aérea Gol inaugurou nesta quinta-feira (10) seu novo centro de treinamento para pilotos e comissários de bordo. A nova estrutura de 900 m² tem como principal destaque um mockup (réplica) de um Boeing 737-700 configurado com 66 assentos.

A réplica do avião, instalada dentro de um dos prédios da sede administrativa da empresa no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, servirá para treinamentos de procedimentos de emergência como retirada de passageiros, despressurização de cabine, simulação de fogo a bordo, atendimento a passageiros com algum tipo de distúrbio e primeiros socorros.

A fuselagem foi montada na mesma altura dos aviões utilizados pela companhia aérea. Esse detalhe é importante para realizar com precisão o treinamento de evacuação dos passageiros. Em casos de pouso de emergência, quando os comissários abrem a porta do avião uma grande escorregadeira se infla automaticamente para permitir a saída rápida dos passageiros. Toda essa simulação poderá ser feita dentro do novo centro de treinamento da Gol em Congonhas.

Para criar o mockup, a Gol utilizou partes da fuselagem de um antigo Boeing 737-300 que estava parado no aeroporto de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Na parte interna, a réplica segue o mesmo padrão utilizado nos atuais aviões da companhia, como os bagageiros e a iluminação interna.

Cabine de pilotos foi recriada para auxiliar treinamento de comissários (foto: Vinícius Casagrande/UOL)

Embora a réplica do avião tenha como foco o treinamento dos comissários, até mesmo a cabine de pilotagem foi recriada. “Em casos de emergência com os pilotos, os comissários precisam entrar na cabine e saber como cortar (desligar) os motores. Por isso, é importante que estejam familiarizados com todo o ambiente”, afirma Carlos Junqueira, diretor de operações da Gol.

Além das situações de emergência, os comissários também recebem treinamento em relação ao serviço de bordo aos passageiros, demonstração dos procedimentos de segurança e até mesmo sobre os anúncios que devem ser feitos no sistema de som do avião.

O centro de treinamento da companhia ainda conta com um auditório com 114 lugares. Na área do palco, um outro mockup de avião com apenas três fileiras de assentos foi instalado. Nesse caso, no entanto, o foco é o treinamento conjunto entre pilotos e comissários de bordo.

Auditório será utilizado para treinamento integrado entre pilotos e comissários (foto: Vinícius Casagrande/UOL)

Segundo o diretor de operações da companhia, a intenção é que os pilotos possam entender melhor o trabalho dos comissários nas situações de emergência e que os comissários também saibam os procedimentos adotados pelos pilotos.

Além dos treinamentos obrigatórios exigidos dos tripulantes, o local também terá cursos adicionais como segurança operacional, tráfego aéreo internacional, identificação de problemas a bordo, cargas perigosas e gerenciamento de cabine. “A aviação é uma das atividades mais seguras do mundo por conta desses vários treinamentos”, afirma Junqueira.

Avião foi instalado em um dos prédios da sede administrativa da Gol em Congonhas (foto: Vinícius Casagrande/UOL)

A Gol conta atualmente com 2.900 comissários de bordo que devem fazer o treinamento uma vez por ano. Além disso, são 1.600 pilotos que fazem a reciclagem duas vezes por ano. A parte teórica do treinamento dos pilotos será feita no centro de treinamento de Congonhas enquanto as atividades nos simuladores de voo serão feitas em Guarulhos na sede da CAE, empresa que presta esse tipo de serviço.

A nova estrutura criada no aeroporto de Congonhas deve receber cerca de 400 tripulantes por dia e 70% dos comissários e pilotos da companhia. Além de São Paulo, a Gol realiza treinamento no Rio de Janeiro, Porto Alegre (RS) e Brasília (DF).

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Simulador do Airbus A320 na sede da Azul, em Campinas (Foto: Vinícius Casagrande/UOL)

A Airbus inaugurou nesta quinta-feira (8) o seu primeiro centro de treinamento de pilotos na América do Sul. O local é resultado de uma parceria com a companhia aérea brasileira Azul e fica localizado na sede da empresa, em Campinas (SP).

Apesar de estar localizado na sede da Azul, outras empresas aéreas poderão usar o espaço para o treinamento de seus pilotos. O espaço já está sendo utilizado por tripulantes da Avianca e pela Smile Aviation, uma empresa de recrutamento chinesa que utiliza o simulador para testes com pilotos brasileiros que serão contratados por companhias aéreas da China.

Atualmente, está disponível somente o treinamento para o modelo Airbus A320. A Azul também utiliza o modelo A330, da Airbus. No entanto, não há planos no médio prazo para instalar um simulador desse modelo de avião. “Não temos demanda que justifique esse investimento. Para o futuro, faria mais sentido ter um segundo simulador do A320”, afirmou Antonoaldo Neves, presidente da Azul.

Os treinamentos no novo centro da Airbus em Campinas devem seguir o mesmo padrão internacional da fabricante. “Temos um padrão comum no mundo inteiro. Vamos dar todo o treinamento que temos em outros lugares do mundo”, afirmou o Fabrice Hamel, vice-presidente de treinamento da Airbus. O centro de treinamento em Campinas é o 12º do mundo.

Os investimentos para a instalação do simulador foram custeados pela Airbus, enquanto a Azul cedeu o espaço físico na UniAzul, que treina pilotos de outros modelos de avião e comissários de bordo.

Pilotos recebem treinamento no simulador do Airbus A320 (Foto: Vinícius Casagrande/UOL)

A instalação de um centro de treinamento próprio reduz o custo na formação de pilotos, mas para o presidente da Azul o ponto principal está na qualidade do treinamento. “Tenho certeza de que todos os pilotos preferem ficar no Brasil. É muito mais conveniente e prático para todos. Isso, com certeza, melhora a qualidade”, afirmou.

O local tem capacidade para treinamento de 600 pilotos por ano. A Azul tem cerca de 50 pilotos voando com o modelo A320neo. Para atender a capacidade disponível, a Airbus pretende fechar contratos com outras companhias aéreas do continente.

“Nossa perspectiva é de crescimento, tanto no número de clientes como de companhias aéreas da América do Sul”, afirmou o vice-presidente de treinamento da Airbus.

“Construímos esse centro para a Azul, mas isso é um negócio e, enquanto houver capacidade, vamos negociar com outras empresas”, disse Arturo Barreira, vice-presidente da Airbus para América Latina e Caribe.

Em tom de descontraído, o presidente da Azul brincou com a presença de pilotos de outras companhias aérea na sede da empresa. “Tenho de ser sincero. Não gosto muito quando vejo pilotos de outras companhias aqui”, disse. “Mas não há brigas entre as empresas quando se trata de treinamento. Essa é uma questão de segurança na qual estão todas juntas”, completou.

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