transatlântico – Todos A Bordo http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br Todos a Bordo é o blog de aviação do UOL. Aqui você encontra as últimas informações, análises e notícias sobre o movimentado mundo das companhias aéreas, das fabricantes de aviões e de empresas aeroportuárias. Tue, 07 Jul 2020 19:46:06 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Sem aeroportos, aviões tinham de pousar na água; hoje hidroavião é raro http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/05/11/hidroaviao-historia-da-aviacao/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/05/11/hidroaviao-historia-da-aviacao/#respond Sat, 11 May 2019 07:00:39 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=9927

Dornier Wal, conhecido como Atlântico, foi a primeira aeronave registrada no Brasil (EBC)

Os hidroaviões, que decolam e pousam na água, são uma raridade atualmente no Brasil. Eles representam apenas 0,26% da frota da aviação geral nacional, segundo dados do Anuário Brasileiro de Aviação Civil. Das mais de 15,4 mil aeronaves registradas no país, apenas 40 são hidroaviões. Mas nem sempre foi assim.

Nos primórdios da aviação comercial no Brasil e no mundo, havia pouca infraestrutura em terra para receber os aviões em pistas preparadas para pousos e decolagens. A solução das companhias aéreas para ligar as cidades era utilizar hidroaviões, aproveitando-se dos rios, mares e lagoas.

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As aeronaves eram utilizadas para voos de longa e curta duração, para o transporte de carga ou de passageiros. Muitas companhias aéreas do mundo surgiram somente graças a esse tipo de avião.

Bancos eram de vime, e era preciso abrir a janela para se refrescar

No Brasil, um hidroavião foi responsável pelo primeiro voo da aviação comercial no país. A companhia aérea Condor Syndikat inaugurou a primeira rota com passageiros do Brasil no dia 3 de fevereiro de 1927 com o Dornier Wal D-112, conhecido como Atlântico. Ele foi a primeira aeronave registrada no Brasil. O voo fazia a linha de Porto Alegre para Pelotas e Rio Grande sobrevoando a Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul.

A aeronave voava a uma velocidade de 150 km/h e a uma altitude de apenas 50 metros. O voo não era nada confortável. Os oito passageiros viajavam em bancos de madeira e vime e, por conta do alto barulho dos motores, mal conseguiam conversar entre eles. A temperatura também era alta a bordo, e a forma de se refrescar era abrir as janelas do avião. Nos pousos e decolagens, no entanto, elas tinham de ficar fechadas, para não espirrar água dentro da cabine.

O embarque e desembarque dos passageiros era feito próximo às praias (EBC)

O mesmo avião também foi usado pela Varig, fundada em 7 de maio de 1927. Após um acordo com a Condor Syndikat, o Atlântico foi transferido para a Varig, que também assumiu a linha da Lagoa, como era conhecida a rota entre Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande.

No final de 1927, a Varig recebeu seu segundo avião. O modelo Dornier Merkur foi batizado de Gaúcho. Os dois aviões voaram pela Varig até 1930. Com o fim da parceria com a Condor Syndicat, eles tiveram de ser devolvidos, e a Varig adquiriu aviões Junker e Messerschmitt, que pousavam apenas em terra.

Pan Am fez voos transatlânticos com hidroaviões

No mesmo ano do primeiro voo comercial no Brasil, a lendária companhia aérea norte-americana Pan American Airways, mais conhecida apenas por Pan Am, também estreou suas rotas comerciais. As primeiras aeronaves da Pan Am também eram hidroaviões.

A rota inaugural foi lançada em outubro de 1927 e transportou apenas malas postais entre a cidade de Key West, no sul da Flórida (EUA), até Havana (Cuba). O voo foi feito pelo Fairchild FC-2.

Não demorou muito para a Pan Am adquirir aviões maiores que pudessem transportar passageiros em rotas internacionais. Os modelos Consolidated Commodore, Sikorsky S-38, S-40 e S-42, Martin M-130 e Boeing B-314 foram os principais hidroaviões da empresa.

Em 1929, a Pan Am inaugurou a rota entre os Estados Unidos e a América do Sul, passando pelo litoral brasileiro e chegando até Buenos Aires (Argentina). A parada no Rio de Janeiro, por exemplo, acontecia onde hoje está localizado o aeroporto Santos Dumont. Naquela época, no entanto, a estrutura se parecia muito mais com um porto. O aeroporto mesmo só foi inaugurado em 1936.

Boeing B-314 da Pan Am próximo a San Francisco (EUA) (Pan Am Historical Foundation)

A grande expansão da Pan Am veio no final da década de 1930, com a chegada dos Boeing B-314. Em 1939, a Pan Am fez seu primeiro voo transatlântico ligando os Estados Unidos à Europa. O modelo também seria usado nas rotas transpacíficas, ligando os Estados Unidos até a China. Com velocidade de cerca de 300 km/h, as viagens para a Europa duravam cerca de 28 horas.

Outras companhias

Além da Varig e da Pan Am, os hidroaviões estiveram presentes em muitas outras companhias aéreas ao redor do mundo. No início da década de 1920, uma das pioneiras a usar esse tipo de avião foi a britânica Imperial Airways of London, principal companhia aérea do Reino Unido na época. A empresa fazia o transporte de passageiros e malas postais até as colônias britânicas na África e para a Índia.

A australiana Qantas foi outra companhia aérea que teve grande desenvolvimento em virtude dos hidroaviões. A empresa usou diversos modelos, que chegaram a voar da Austrália até o Reino Unido, com algumas paradas no caminho.

Com a expansão da aviação em todo o mundo, foram sendo construídos aeroportos em mais cidades, novos aviões estavam em desenvolvimento e, aos poucos, os hidroaviões foram sendo substituídos. Atualmente, esse tipo de aeronave é usado principalmente por pilotos amadores em momentos recreativos.

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Há 90 anos, Amelia Earhart era a 1ª mulher a cruzar o Atlântico de avião http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/06/17/amelia-earhart-primeira-mulher-voo-aviao-atlantico/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/06/17/amelia-earhart-primeira-mulher-voo-aviao-atlantico/#respond Sun, 17 Jun 2018 07:00:18 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=7512

A história de Amelia Earhart já foi contada até em filme (foto: Smithsonian Institution)

A norte-americana Amelia Earhart foi uma das pioneiras da aviação. Sua fama mundial começou há exatos 90 anos, quando se tornou a primeira mulher a fazer uma travessia aérea pelo oceano Atlântico. No dia 17 de junho de 1928, aos 30 anos de idade, Amelia decolava de Terra Nova (Canadá) a bordo do Fokker F.VIIb/3m para uma viagem de 3.600 quilômetros e 20 horas e 40 minutos de duração até Burry Port (País de Gales).

Nesse voo histórico, Amelia ainda não estava no comando do avião. Ela viajava apenas como passageira. O Fokker F.VIIb/3m era comandado pelo piloto Wilmer Lower Stultz com o auxílio do copiloto e mecânico Louis Edward Gordon. Nem por isso o feito de Amelia foi menos valorizado na época.

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No dia seguinte ao voo, a aventura de Amelia ganhava as manchetes de jornais em todo o mundo. O sucesso do voo se tornava ainda mais histórico porque no mesmo ano outras três mulheres que voavam como passageiras já haviam morrido tentando serem as primeiras a realizar uma travessia aérea pelo Atlântico.

 Com o patrocínio de outra mulher

A ideia de fazer o primeiro voo transatlântico com uma mulher a bordo surgiu da socialite americana Amy Phipps. Foi ela quem arrendou o avião para essa missão. O plano original é que ela mesmo estivesse a bordo do Fokker F.VIIb/3m naquele 17 de junho. No entanto, por conta dos riscos da viagem, Amy foi convencida pela família a desistir da ideia.

Foi então que Amelia Earhart, que já era piloto de avião há cinco anos, foi convidada a participar do voo. Ela só não poderia estar no comando da aeronave porque ainda não tinha a licença para fazer voos por instrumentos. Sua licença permitia apenas voos visuais, com a navegação baseada em referências no solo.

Entre as pioneiras, Amelia Earhart é a mais famosa (foto: Smithsonian Institution)

Uma ponta de frustração e um novo desafio

O fato de ter sido apenas uma passageira durante o voo não deixou Amelia completamente satisfeita. Em suas primeiras entrevistas após o pouso, ela teria dito: “Stultz fez todo o voo. Eu fui apenas bagagem, como um saco de batatas. Talvez um dia eu tente sozinha”.

Amelia não só tentou como, quatro anos mais tarde, se tornou a segunda pessoa e a primeira mulher da história a fazer sozinha a travessia aérea do Atlântico. Com isso, Amelia se igualava ao aviador Charles Lindbergh.

Após esse feito, Amelia recebeu a condecoração Distinguished Flying Cross, um reconhecimento das Forças Armadas dos Estados Unidos por atos de heroísmo e conquista extraordinária em missões aéreas.

Amelia desapareceu em 1937 quando tentava entrar para a história mais uma vez. Durante uma das etapas de sua viagem de volta ao mundo, o avião Lockheed L-10 Electra desapareceu no oceano Pacífico. Os corpos de Amelia Earhart e do navegador Fred Noonan nunca foram encontrados.

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