Aeroporto – Todos A Bordo http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br Todos a Bordo é o blog de aviação do UOL. Aqui você encontra as últimas informações, análises e notícias sobre o movimentado mundo das companhias aéreas, das fabricantes de aviões e de empresas aeroportuárias. Tue, 07 Jul 2020 19:46:06 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Aeroportos da Infraero têm, na média, avaliação melhor que os privatizados http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/03/15/aeroporto-avaliacao-passageiros/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/03/15/aeroporto-avaliacao-passageiros/#respond Fri, 15 Mar 2019 15:19:13 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=9342

Pista do aeroporto de Congonhas, em São Paulo (Vinícius Casagrande/UOL)

Entre 20 aeroportos brasileiros, o melhor avaliado pelos passageiros é o de Viracopos, em Campinas (SP), privatizado em 2011. Porém, os aeroportos administrados pela Infraero têm, em média, uma avaliação melhor do que os terminais que foram privatizados, segundo pesquisa feita pela Secretaria Nacional de Aviação Civil, ligada ao Ministério da Infraestrutura.

O aeroporto de Viracopos teve nota 4,8. Porém, se considerada a nota média de todos os terminais administrados pela Infraero versus a nota média dos privados, os que são geridos pela estatal se saem melhor: 4,45 contra 4,36. Veja mais abaixo as notas dadas aos 20 aeroportos pesquisados.

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O governo federal realizou hoje uma nova rodada de privatização, que inclui 12 aeroportos divididos em três blocos. Além de diminuir a participação estatal, o governo avalia que a iniciativa privada pode melhorar a qualidade dos serviços prestados e reduzir custos.

Privatizado, aeroporto de Florianópolis decepciona

A Secretaria Nacional de Aviação Civil adota a nota quatro como a meta mínima para um aeroporto ser considerado satisfatório. No último levantamento com 20 aeroportos, apenas o terminal de Florianópolis (SC), privatizado em março de 2017, não atingiu essa meta: teve nota 3,9.

A pesquisa ouviu 19.890 passageiros nos 20 maiores aeroportos brasileiros, que avaliaram 38 indicadores de satisfação.

Essa pesquisa é feita desde 2013. No primeiro levantamento, feito em 15 aeroportos, 69% dos usuários consideravam os terminais bons ou muito bons, com uma nota média de 3,86 (em uma escala de zero a cinco). Na pesquisa do último trimestre de 2018, o índice de satisfação de 20 aeroportos chegou a 90%, com nota média de 4,39.

Preços altos de comida e estacionamento são principal crítica

Entre os itens avaliados na pesquisa, os três com pior avaliação foram os preços de lanchonetes e restaurante, lojas e estacionamentos. Nesses quesitos, os privatizados se saem pior que os administrados pelo governo.

No quesito custo-benefício do estacionamento, dos cinco piores avaliados, quatro são privatizados. No item custo-benefício de lanchonetes e restaurantes, os aeroportos privados ocupam três das cinco últimas posições. Todos receberam nota abaixo de três em uma escala de zero a cinco.

Por outro lado, os itens melhor avaliados estão relacionados a atendimento, tempo de fila e nível das informações. No quesito cordialidade e prestatividade dos funcionários do check-in, os aeroportos privatizados lideram o índice de satisfação. O mesmo acontece com o tempo de fila para o check-in e emigração.

Melhoria começou após a privatização, diz especialista

Especialista ouvido pela reportagem aponta que a melhoria dos aeroportos brasileiros começou após as primeiras privatizações. O processo teve início em 2011, com a concessão para construção do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, em Natal (RN). No ano seguinte, foi a vez dos aeroportos de Guarulhos (SP), Viracopos, em Campinas (SP), e Brasília (DF) serem transferidos para a iniciativa privada.

Os aeroportos investiram na construção de novos terminais, aumento das pontes de embarque, ampliação dos estacionamentos de carros e aviões, além do conforto para os passageiros. “Os serviços melhoraram imensamente e isso só foi possível quando começaram as concessões”, afirmou o engenheiro aeronáutico e professor de transporte aéreo e aeroportos da Escola Politécnica da USP, Jorge Eduardo Leal Medeiros.

Crise econômica e Lava Jato

As primeiras privatizações aconteceram em um momento de euforia para o setor aéreo brasileiro. Em uma década, entre 2002 e 2012, o país praticamente triplicou o número de passageiros transportados. Saltou de 31 milhões, em 2002, para 88,7 milhões, em 2012. Somente em 2010, o setor registrou crescimento de 22,8%.

Após as concessões, no entanto, veio a crise econômica, e algumas das empresas que venceram os leilões se viram envolvidas nas investigações da Lava Jato. O ritmo de crescimento do número de passageiros caiu bruscamente, inclusive com uma retração de 7,8% em 2016, afetando as perspectivas de receitas das empresas.

O caso mais emblemático é do aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Depois de investir R$ 3 bilhões e acumular dívidas, os acionistas decidiram devolver a concessão ao governo em 2017. O processo ainda está em andamento.

Os primeiros contratos de concessão previam investimentos independentemente do número de passageiros. “Foi uma falha exigir das concessionárias os investimentos sem estar atrelados a um gatilho ligado ao crescimento da demanda de passageiros. Em Viracopos, há um terminal novo que trabalha com grande ociosidade”, afirmou o professor da USP.

Outro problema nas primeiras rodadas de concessões, segundo o especialista, foi a participação de 49% da Infraero, algo que já foi retirado desde a quarta rodada de privatização, em março de 2017.

A rodada de leilões ocorrida nesta sexta-feira (15) é o quinto lote de privatizações dos aeroportos. O Brasil conta com dez terminais administrados pela iniciativa privada e a intenção do governo federal é que todos sejam privatizados até 2021, quando deve ocorrer a extinção da Infraero.

Veja as notas dos 20 maiores aeroportos brasileiros:

  • Campinas: 4,80
  • Curitiba: 4,75
  • Confins: 4,61
  • Vitória: 4,58
  • Goiânia: 4,53
  • Manaus: 4,53
  • Maceió: 4,51
  • Galeão: 4,45
  • Recife: 4,44
  • Brasília: 4,43
  • Santos Dumont: 4,41
  • Natal: 4,39
  • Guarulhos: 4,35
  • Congonhas: 4,34
  • Cuiabá: 4,33
  • Porto Alegre: 4,32
  • Salvador: 4,19
  • Fortaleza: 4,14
  • Belém: 4,09
  • Florianópolis: 3,90

Por que a Boeing pediu que aéreas não usem seu avião

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Vídeos mostram o pouso nos aeroportos mais assustadores do mundo http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/02/17/videos-pouso-aeroporto-assustadores/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/02/17/videos-pouso-aeroporto-assustadores/#respond Sun, 17 Feb 2019 07:00:54 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=8917

Os aviões modernos contam com recursos sofisticados para aproximação precisa nos aeroportos. No entanto, mesmo com essas tecnologias, algumas pistas de pouso são bastante desafiadoras para os pilotos. Em outros casos, a localização no meio da cidade ou mesmo muito próxima a uma praia, por exemplo, faz com que algumas pistas de pouso deixem os passageiros apreensivos durante os pousos e decolagens.

Um dos aeroportos tidos como mais assustadores do mundo fica em um dos pontos mais altos do planeta. Para chegar ao aeroporto de Tenzing-Hillary, em Lukla (Nepal), os pilotos precisam fazer várias manobras entre a cordilheira do Himalaia. O aeroporto é o principal ponto de entrada para os alpinistas que querem escalar o monte Everest.

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Os passageiros que viajam ao Butão ou à ilha de Saba, no Caribe, têm sensação semelhante. O aeroporto de Paro (Butão) também está localizado em meio a diversas montanhas, exigindo manobras precisas a poucos metros da pista.

O aeroporto Juancho E. Yrausquin, em Saba, fica na ponta de uma pequena ilha no meio do Caribe. Toda a aproximação é feita sobre o mar, mas uma das cabeceiras da pequena pista fica exatamente ao lado de uma grande montanha.

Em outros casos, é o clima extremo que deixa a visão do pouso dos aviões bastante assustadora. Os aeroportos de Narsarsuaq, na Groenlândia, e de Courchevel, na França, costumam estar completamente cobertos de neve. O de Narsarsuaq parece estar em um grande deserto branco, enquanto o de Courchevel ainda tem o agravante de estar localizado no alto dos alpes franceses.

Outros aeroportos causam apreensão pela proximidade com o centro das cidades. O aeroporto de Congonhas, em São Paulo, é um bom exemplo.

É essa proximidade que faz do aeroporto Princesa Juliana, em St.Martin/St. Maarten um dos mais famosos do mundo. À beira da praia de Maho, o local fica repleto de turistas muito mais interessados em ver os aviões passando a poucos metros de suas cabeças do que no mar do Caribe.

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Aeroporto dos EUA sozinho tem mais passageiros que todas aéreas brasileiras http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/02/13/aeroporto-eua-mais-passageiros-que-aereas-brasileiras/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/02/13/aeroporto-eua-mais-passageiros-que-aereas-brasileiras/#respond Wed, 13 Feb 2019 06:00:41 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=8942

Aeroporto de Atlanta teve 107,4 milhões de passageiros em 2018 (Divulgação)

O Brasil teve no ano passado 103 milhões de passageiros, um crescimento de 4% em relação ao ano anterior. Apesar da alta, o número não é tão grande assim. Um aeroporto dos Estados Unidos sozinho tem mais passageiros que todas as companhias aéreas brasileiras somadas. No último ano, o aeroporto de Atlanta (Geórgia, EUA) registrou um movimento de 107,4 milhões, ou 4% a mais que as aéreas brasileiras.

O aeroporto de Atlanta é o mais movimentado do mundo desde 1998. Ele foi o primeiro aeroporto do mundo a atingir a marca de 100 milhões de passageiros. Em 2015, movimentou 101,5 milhões de passageiros. Naquele mesmo ano, segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o Brasil teve 103,4 milhões de passageiros.

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Com o agravamento da crise econômica no Brasil, o movimento de passageiros no país registrou, em 2016, uma queda de mais de 7%. O número de passageiros se recuperou nos dois anos seguintes, mas ainda não foi o suficiente para que todas as companhias aéreas brasileiras somadas conseguissem transportar mais passageiros que apenas um aeroporto dos Estados Unidos.

O segundo aeroporto mais movimentado do mundo, o aeroporto de Pequim (China), também tem número de passageiros semelhantes ao registrado em todo o Brasil. O terminal ainda não divulgou os dados finais de 2018, mas havia anunciado em 28 de dezembro que naquele dia atingira pela primeira vez a marca de 100 milhões de passageiros no ano. Foi o segundo aeroporto do mundo a chegar a essa marca.

No Brasil, o aeroporto mais movimentado é o de Guarulhos, em São Paulo. No último ano, passaram pelo terminal 42,2 milhões de pessoas. Os dados incluem os embarques e desembarques de companhias aéreas nacionais e internacionais.

Aeroporto de Atlanta tem 192 pontes de embarque e desembarque de passageiros (Divulgação)

Por que o aeroporto de Atlanta é o mais movimentado do mundo?

O aeroporto não fica em uma grande metrópole americana, mas é bem localizado. Cerca de 80% da população dos Estados Unidos está a apenas duas horas de voo de Atlanta, e há facilidade para voos internacionais.

O aeroporto tem voos para 150 destinos dentro dos Estados Unidos e 75 destinos internacionais, de 50 países. Em média, são cerca de 2.700 pousos e decolagens todos os dias com 275 mil passageiros diários.

O aeroporto de Atlanta é o principal hub (centro de conexão de voos) da companhia aérea Delta. A empresa responde por 73,7% de todos os passageiros que circulam pelo aeroporto.

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Bombeiros têm 90s para agir em acidente aéreo; veja simulação em Guarulhos

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Aeroporto de Guarulhos tem coworking por R$ 50/hora, mais R$ 40 para banho http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/12/08/coworking-aeroporto-de-guarulhos/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/12/08/coworking-aeroporto-de-guarulhos/#respond Sat, 08 Dec 2018 06:00:03 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=8551

Espaço pode ser uma alternativa ao uso de salas vip (Divulgação)

O aeroporto de Guarulhos inaugurou nesta semana o primeiro espaço de coworking para os passageiros e visitantes. A área de 350 metros quadrados conta com estações de trabalho, lounge para descanso e até banheiros com chuveiro.

O preço é de R$ 50 para a primeira hora e R$ 40 nas demais horas. Para utilizar a ducha, é necessário pagar mais R$ 40. O acesso às salas vips da GRU Airport ou da Star Alliance tem um custo de US$ 70 (R$ 272) para os passageiros que não tem direito ao acesso gratuito. No entanto, elas só podem ser usadas por passageiros em voos internacionais.

A ideia é que seja um misto entre área de trabalho compartilhada, conceito principal dos coworkings, mas também uma opção de sala VIP aos passageiros que não têm acesso aos espaços oferecidos pelas companhias aéreas dentro da área de embarque do aeroporto.

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O uso pode ser contratado por hora por qualquer passageiro ou visitante do aeroporto. O coworking está na aérea pública do terminal 2, antes do controle do raio-x dos passageiros. Não é necessário fazer reserva com antecedência para nenhuma aérea do coworking. Mais de 200 mil pessoas circulam todos os dias pelo aeroporto de Guarulhos.

Coworking tem 70 estações de trabalho (Divulgação)

Segundo a Urban Cowork, empresa de coworking com sede em Guarulhos e que desenvolveu o espaço dentro do aeroporto, foi feito um investimento de R$ 1,5 milhão. O local tem capacidade para receber até 80 pessoas simultaneamente, com cinco salas de reunião, duas salas de treinamento, 70 posições de trabalho e para relaxamento, como sofás e espreguiçadeiras, além de um lounge com vista para a pista de pouso do aeroporto.

Durante a permanência no coworking, os usuários têm direito a água mineral, café expresso, chá, brigadeiro e balas. Além disso, há máquinas para venda de refrigerante, cerveja e diversos snacks. Os usuários também podem contratar serviços de impressão, concierge e catering (serviço de alimentação para eventos). Os valores variam de acordo com o tipo de serviço.

“A ideia de levar o Urban para o maior aeroporto do Brasil atende uma demanda do público, que procura cada vez mais por serviços diferenciados. Pessoas de todo o mundo que passam por aqui terão acesso a uma experiência única, por meio de soluções práticas e um ambiente inovador, onde é possível trabalhar e descansar com total comodidade, conforto e segurança”, afirmou Paulo Futami, fundador do Urban Cowork, que tem outra unidade no centro de Guarulhos.

Área de descanso do coworking tem vista para o pátio de aeronaves (Divulgação)

Ambiente corporativo

Além dos passageiros ou visitantes que passam pelo aeroporto de Guarulhos, a Urban Cowork também pretende atrair empresas, tanto para uso das salas de reunião como para fechar pacotes para funcionários.

“Estamos oferecendo cotas limitadas a empresas que queiram oferecer a experiência de uma sala VIP gratuita a seus clientes, parceiros e colaboradores, além da possibilidade de exposição e ativação da marca no local”, disse Futami.

No plano mais completo, uma empresa pode comprar 300 horas por mês para distribuir aos funcionários ou clientes que estejam em viagem pelo aeroporto de Guarulhos. O plano inclui seis horas de uso da sala de reunião por um valor total de R$ 9.800 por mês.

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Bombeiros têm 90s para agir em acidente aéreo; veja simulação em Guarulhos http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/12/06/treinamento-resgate-acidente-aereo-aeroporto-guarulhos/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/12/06/treinamento-resgate-acidente-aereo-aeroporto-guarulhos/#respond Thu, 06 Dec 2018 06:00:26 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=8516
Um Airbus A330 avisa à torre de controle do aeroporto de Guarulhos (SP) que está se aproximando para o pouso com fogo no motor. Imediatamente, os bombeiros são avisados da situação de emergência e se preparam para agir. Quando o avião pousa, acaba derrapando, sai da pista principal e para somente na pista de táxi, com diversos passageiros feridos. Esse foi o cenário de um treinamento realizado na última sexta-feira (30) no maior aeroporto do país.

O exercício envolveu mais de cem pessoas, de 26 organizações, como Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Defesa Civil, Cruz Vermelha Brasileira, Polícia Federal e hospitais da região. Além de caminhões de combate a incêndio e ambulâncias, foram usados dois helicópteros para o resgate das vítimas. Tudo foi acompanhado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para certificar o cumprimento das regras internacionais.

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Esse tipo de treinamento deve ser feito pelo menos uma vez por ano, segundo o diretor de Operações do aeroporto de Guarulhos, comandante Miguel Dau. “Isso é importante para que todos estejam preparados para o caso de uma emergência real. Nos preparamos para o pior e rezamos para o melhor”, afirmou.

Caminhão dos bombeiros do aeroporto de Guarulhos pode produzir até 12,5 mil litros de água (Marcio Komesu/UOL)

90 segundos para os bombeiros chegarem

Segundo o diretor do aeroporto de Guarulhos, quando um avião se acidenta na pista, o Corpo de Bombeiros do próprio terminal deve chegar até a aeronave em até 90 segundos, e o atendimento deve começar em até três minutos.

O anúncio do início do treinamento e o som das sirenes dos caminhões dos bombeiros foram ouvidos de forma praticamente simultânea. Em poucos segundos, já era possível avistar na pista do aeroporto os dois caminhões Panther Rosembauer 6×6, usados para o combate ao incêndio.

Ao chegar ao local, os caminhões acionaram imediatamente os jatos de água, que podem atingir até 90 metros de distância. Cada caminhão pode transportar até 12,5 mil litros de água e 1.500 litros de LGE (Líquido Gerador de Espuma), que, ao serem misturados, podem produzir até 60 mil litros de espuma. O Panther Rosembauer tem câmeras térmicas que ajudam a encontrar com precisão o foco do incêndio, além de braços mecânicos que podem perfurar a fuselagem e injetar o material de combate ao fogo dentro da aeronave.

Vítimas recebem primeiros atendimentos no gramada ao lado da pista do aeroporto (Vinícius Casagrande/UOL)

Resgate das vítimas

Com o fogo controlado, foi a vez de as equipes de resgate darem início ao tratamento das vítimas. Durante o treinamento, 43 voluntários estava devidamente maquiados, simulando ferimentos e queimaduras em diversas partes do corpo.

Vestidos com equipamentos de proteção contra o fogo, que inclui até cilindros de oxigênio, os bombeiros fazem a remoção dos feridos dos destroços do avião acidentado. O resgate utiliza o método Start (simples triagem e rápida remoção).

Depois, os passageiros feridos são colocados em macas e entregues aos médicos e enfermeiros, que prestam os primeiros socorros. Os feridos são colocados em lonas espalhadas no gramado ao lado da pista de táxi do aeroporto. São lonas de três cores diferentes: amarela, para feridos intermediários, vermelha, para feridos com necessidade de atendimento urgente, e preta, que fica mais afastada, para o caso de mortes. Nesse espaço, as vítimas aguardam a remoção para os hospitais.

Para os casos mais graves, o resgate conta com o auxílio de helicópteros da Polícia Militar e da Polícia Civil. O primeiro helicóptero pousou no aeroporto de Guarulhos 12 minutos após o início do treinamento, quando nem todas as vítimas ainda haviam sido retiradas do avião.

Treinamento envolve mais de cem pessoas de 26 organizações (Marcio Komesu/UOL)

Treinamento dura cerca de uma hora

O trabalho para remover do avião 43 pessoas levou 22 minutos. No total, o treinamento durou uma hora e só terminou quando o último passageiro ferido saiu de ambulância do local do acidente simulado.

“Se você não treina e não coordena as entidades, na hora, as pessoas acabam dando muita cabeçada uns com os outros, e essa perda de tempo implica em perda de vidas”, afirmou o diretor de Operações do aeroporto.

Diversos avaliadores estão ali só para analisar todos os passos do treinamento e fazer uma avaliação completa de erros e acertos no atendimento.

Equipe celebra o fim do treinamento com batismo dos bombeiros (Marcio Komesu/UOL)

Batismo para comemorar

Durante o treinamento, o clima de tensão é permanente em todos os participantes. A sensação é que não é apenas uma simulação, mas um acidente de verdade. Bombeiros, médicos e enfermeiros só relaxam mesmo quando a última vítima é retirada.

Depois de todo esforço, é hora de guardar uma recordação do treinamento: todos se reúnem em frente ao avião para uma foto oficial. O caminhão Panther Rosembauer aciona novamente seu jato de água, dessa vez apenas para dar um banho em todos os participantes. É o batismo, e a prova de que estão preparados caso seja necessário agir em uma situação real.

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Além de Congonhas e Campo de Marte: 10 aeroportos dentro de grandes cidades http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/12/05/aeroportos-dentro-de-grandes-cidades-pelo-mundo/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/12/05/aeroportos-dentro-de-grandes-cidades-pelo-mundo/#respond Wed, 05 Dec 2018 06:00:21 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=8494 O acidente com um avião Cessna 210 na última sexta-feira (30) no Campo de Marte, em São Paulo, levantou novamente a discussão sobre os riscos de haver aeroportos em áreas populosas de grandes cidades. Além do Campo de Marte, São Paulo tem também o aeroporto de Congonhas, o segundo mais movimentado do país.

Ter aeroportos movimentados convivendo com casas e prédios não é uma exclusividade de São Paulo. Pelo mundo, há vários aeroportos bem próximos ao centro de grandes cidades. É o caso, por exemplo, das norte-americanas Chicago, Nova York, Las Vegas e San Diego.

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Na maioria dos casos, os aeroportos foram construídos em locais remotos. Com o passar dos anos, o crescimento das cidades acabou “abraçando” esses aeroportos. Mas nem sempre é assim. O aeroporto London City, por exemplo, foi construído às margens do rio Tâmisa exatamente para facilitar o deslocamento ao centro de Londres (Reino Unido).

Veja alguns exemplos de aeroportos que estão no meio de grandes cidades.

London City Airport

Aeroporto London City foi construído para facilitar o acesso ao centro de Londres (Divulgação)

Diferentemente da maioria, o aeroporto central de Londres (Reino Unido), o London City Airport, foi planejado para estar no meio da cidade. Inaugurado em 1987, fica às margens do rio Tâmisa e a pouco mais de dez quilômetros do centro financeiro da cidade.

Para pousar no aeroporto de London City, os aviões precisam fazer uma descida mais íngreme. Outro desafio é a pista curta, de 1.500 metros, menor que a do aeroporto de Congonhas. Por conta disso, pilotos e aviões precisam passar por um processo de certificação específico para provar as condições de pouso no aeroporto.

O aeroporto recebeu no último ano 4,5 milhões de passageiros que voaram para mais de 40 destinos. O London City Airport foi eleito neste ano pela Syktrax, considerado o “Oscar” da aviação, o melhor aeroporto do mundo na categoria de até 5 milhões de passageiros.

Chicago

Aeroporto Chicago Midway fica no centro da cidade de Chicago (Reprodução)

Os dois principais aeroportos de Chicago estão em áreas bastante populosas e cercados de casas. O Chicago Midway, inaugurado em 1927, foi o primeiro da cidade e reinou absoluto até 1955, quando foi inaugurado o aeroporto Chicago O´Hare, a cerca de 30 quilômetros de distância.

Atualmente, o aeroporto Midway recebe, principalmente, voos domésticos de companhias aéreas de baixo custo, enquanto o O’Hare concentra voos internacionais de longo alcance, além de voos nacionais das principais companhias aéreas norte-americanas.

No ano passado, o aeroporto de Chicago Midway recebeu 22,4 milhões de passageiros. No aeroporto de Chicago O’Hare, passaram 79,8 milhões de passageiros em 2017.

Lisboa

Aeroporto de Lisboa fia a apenas 6 quilômetros do centro da capital portuguesa (iStock)

O aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa (Portugal), foi inaugurado em 1942 em uma aérea desabitada a apenas seis quilômetros ao norte do centro da capital portuguesa, na freguesia dos Olivais. A região, hoje, conta com mais de 50 mil habitantes. É o único aeroporto civil na capital portuguesa.

O aeroporto é o maior de Portugal, com um movimento anual de mais de 26 milhões de passageiros. Lisboa é a cidade europeia com mais voos para o Brasil e a principal ligação entre a Europa e a América do Sul.

Gibraltar

A avenida Winston Chruchill cruza a pista de pouso e decolagem do aeroporto de Gibraltar (iStock)

O aeroporto de Gibraltar, um território ultramarino do Reino Unido, é um dos mais inusitados do mundo. A proximidade com o centro da cidade faz com que a avenida Winston Churchill cruze a pista de pouso e decolagem do aeroporto.

Quando os aviões estão chegando ou saindo, o semáforo fecha para os carros para deixar a pista do aeroporto livre. A sorte dos motoristas é que o aeroporto recebe apenas entre quatro e cinco voos comerciais por dia. O aeroporto também serve como base para a Força Aérea Real do Reino Unido.

Teterboro

Aeroporto de Teterboro foi o primeiro da região de Nova Jersey e Nova York (Reprodução)

Atualmente voltado exclusivamente à aviação executiva, o aeroporto de Teterboro foi o primeiro a ser construído na região metropolitana de Nova Jersey e Nova York (EUA). Inaugurado em 1919, serviu de base militar na Primeira e na Segunda Guerra. A partir de 1970, foi cedido à companhia aérea Pan Am e hoje é administrado pela autoridade de portos e aeroportos de Nova Jersey e Nova York.

Localizado no estado de Nova Jersey e a 19 quilômetros do centro da ilha de Manhattan, em Nova York, o aeroporto fica em uma região bastante populosa. Em 2003, o governo limitou as operações a aviões com peso máximo de 45 toneladas como forma de diminuir o ruído na região.

Mas os moradores continuam descontentes. Segundo o jornal “The New York Times”, somente em 2016 foram 2.300 reclamações às autoridades de aviação por conta do barulho dos aviões, o que representa uma reclamação a cada quatro horas.

Há movimentos que pedem o fechamento do aeroporto de Teterboro. No entanto, não há sinais de que o pedido seja levado adiante. O terminal para aviões executivos é visto como essencial para aliviar o tráfego dos três principais aeroportos da região (La Guardia, JFK e Newark). Anualmente, o Teterboro registra 170 mil pousos e decolagens, gera 15 mil empregos e movimenta cerca de US$ 2 bilhões.

La Guardia

Aeroporto de La Guardi (à direita) fica bem em uma aérea populado próximo à ilha de Manhattan (iStock)

Outro aeroporto de Nova York que sofre com a proximidade da cidade é o La Guardia, localizado cerca de dez quilômetros ao leste de Manhattan. O aeroporto foi construído em 1929, mas só começou a operar voos comerciais em 1939. Opera somente voos para os Estados Unidos e Canadá, com distância máxima de 2.400 quilômetros.

O aeroporto de La Guardia está na baía de Flushing, às margens do East River. As pistas de pouso terminam na água, mas, após a decolagem, os aviões não têm áreas para pousos de emergência.

Foi do aeroporto de La Guardia que decolou, em janeiro de 2009, o voo 1549 da US Airways. Após a decolagem, o Airbus A320 foi atingido por um bando de gansos-do-Canadá. Com a colisão, os dois motores pararam de funcionar, e o avião precisou fazer um pouso de emergência no rio Hudson.

Las Vegas

Aeroporto de Las Vegas fica a poucos metros da principal avenida da cidade, que concentra os hotéis-cassino (Divulgação)

Construída no meio do deserto, Las Vegas tem o seu principal aeroporto a poucos metros da avenida mais famosa da cidade, a Las Vegas Boulevard. Uma das cabeceiras da pista fica bem próxima ao famoso letreiro da cidade.

O aeroporto foi aberto em 1948, apenas dois anos após a inauguração do primeiro hotel-cassino da cidade, o Flamingo. Em outubro, o aeroporto internacional McCarran registrou seu recorde histórico, com 4,4 milhões de passageiros. Em 2018, já passaram pelo terminal 41,7 milhões de viajantes.

St. Maarten

Banhistas acompanham bem de perto o pouso e a decolagem dos aviões em St. Maarten (iStock)

O aeroporto internacional Princesa Juliana, na ilha de St. Maarten, no Caribe, impressiona não pela proximidade com a cidade, mas por estar tão perto de uma das mais famosas praias da ilha. Muitos turistas vão à praia de Maho somente para ver os pousos e decolagens dos aviões.

Em julho do ano passado, uma turista neozelandesa de 57 anos morreu na praia de Maho após ser atingida por uma forte rajada de vento de um avião. De acordo com a polícia, a vítima estava pendurada em uma cerca que permite a observação de pousos e decolagens quando foi derrubada pelo vento, causado pela força dos motores.

O aeroporto recebe desde aviões particulares até grandes aviões comerciais. Até 2016, a companhia aérea holandesa KLM realizava voos regulares para a ilha com o Boeing 747-400. O jumbo foi substituído pelo Airbus 330-200.

Aeroparque Jorge Newbery

Aeroparque Jorge Newbery fica no bairro de Palermo, a 9 quilômetros do centro de Buenos Aires (iStock)

O aeroporto central de Buenos Aires (Argentina) está localizado às margens do rio da Prata, no bairro de Palermo e a nove quilômetros do centro. Em julho do ano passado, o governo da Argentina proibiu a operação de voos internacionais no aeroporto, que estão sendo transferidos gradativamente ao aeroporto Ministro Pistarini, em Ezeiza, na região metropolitana de Buenos Aires e a 32 quilômetros do centro.

Segundo o órgão de aviação da Argentina, a medida busca abrir espaço para o aumento de voos domésticos no aeroporto central de Buenos Aires. O aeroporto recebe cerca de 340 voos diários.

San Diego

Aeroporto de San Diego recebe 20,7 milhões de passageiros por ano e fica no centro da cidade (iStock)

O aeroporto internacional de San Diego está a apenas cinco quilômetros do centro de San Diego, na Califórnia (EUA). Os arranha-céus da cidade estão a apenas dois quilômetros de uma das cabeceiras da pista.

O terminal recebe voos nacionais e internacionais, inclusive para o Japão e a Europa. A maioria dos voos, no entanto, é de companhias aéreas de baixo custo que fazem viagens nacionais. Por dia, são mais de 500 voos para 60 destinos. Segundo a FAA (Administração Federal de Aviação, na sigla em inglês), o aeroporto de San Diego é o 27º mais movimentado dos Estados Unidos, com 20,7 milhões de passageiros por ano.

Diferentemente do que o texto informava, a pista do aeroporto London City não é menor que a do aeroporto Santos Dumont, que tem 1.323 metros. O texto foi corrigido.

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36 aviões por hora e foco total: a rotina na torre de controle de Congonhas http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/11/17/bastidores-torre-de-controle-congonhas/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/11/17/bastidores-torre-de-controle-congonhas/#respond Sat, 17 Nov 2018 06:00:14 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=8358

Torre de controle do aeroporto de Congonhas (Vinícius Casagrande/UOL)

O aeroporto de Congonhas recebe todos os dias uma média de 600 pousos e decolagens, ou cerca de 36 por hora (funciona das 6h às 23h). No último ano, foram exatamente 223.989 movimentos aéreos. Congonhas é o segundo aeroporto com mais pousos e decolagens do país, atrás apenas de Cumbica, em Guarulhos (SP).

Para organizar todo o fluxo de aviões que chegam a Congonhas e saem de lá, a torre de controle funciona o tempo inteiro com nível máximo de atenção. No prédio instalado ao lado do terminal de passageiros, bem no centro da pista principal do aeroporto, os controladores têm uma visão de 360 graus, que inclui o aeroporto e o espaço aéreo ao redor.

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A torre de controle é responsável pelas movimentações dos aviões dentro da área do aeroporto e pelo espaço aéreo ao redor, em um raio de cerca de cinco milhas náuticas (nove quilômetros). Quando os aviões iniciam a descida ou estão em subida para a rota de voo, o controle de tráfego aéreo é feito por um órgão chamado APP, que fica em uma sala fechada dentro de Congonhas.

No aeroporto de Congonhas, os controladores de tráfego aéreo dividem-se em quatro funções, chamadas de posições:

  • 1. Posição de autorização: o controlador confirma com o piloto todos os dados do plano de voo, como rota, velocidade e altitude. Se tudo estiver correto e dentro dos padrões aeronáuticos, o controlador dá a autorização para o voo.
  • 2. Posição de controle de solo: o controlador é responsável por todas as autorizações necessárias para que os aviões possam se movimentar em solo dentro da área do aeroporto, desde o portão de embarque até a cabeceira de pista e vice-versa.
  • 3. Posição torre de controle: é responsável pela aproximação final, pousos e decolagens. A cerca de cinco milhas náuticas (nove quilômetros) da cabeceira da pista, o piloto passa a se comunicar com a torre de controle para receber a autorização de pouso. Na decolagem, o contato começa com a autorização para entrar na pista e decolar e dura até sair da área de jurisdição da torre de controle.
  • 4. Helicontrol: responsável pelo controle de tráfego aéreo dos helicópteros que sobrevoam uma área de 102 km² ao redor do aeroporto de Congonhas.

Controladora de Congonhas na posição de controle de solo (Vinícius Casagrande/UOL)

Forte presença feminina

Chama atenção também a forte presença feminina. As mulheres já representam entre 40% e 50% do total de controladores de tráfego aéreo no Brasil.

Na manhã desta terça-feira (13), quando a reportagem do blog Todos a Bordo visitou a torre de controle do aeroporto de Congonhas, dos quatro controladores, três eram mulheres, nas posições de autorização, controle de solo e helicontrol.

Com o tráfego intenso no período da manhã, com até quatro aviões próximos à cabeceira esperando para decolar (e outros tantos para pousar), a presença de visitantes foi completamente ignorada pelos controladores, focados nos procedimentos padrões.

Essencial para a segurança dos voos

O trabalho dos controladores de tráfego aéreo é frenético. Eles estão sempre de olho nos monitores (cada controlador pode ter duas ou três telas) que mostram informações dos radares e dados de voo de cada avião. Ao mesmo tempo, estão de olho em tudo o que acontece do lado de fora. Um supervisor ainda auxilia na coordenação entre as diversas posições para agilizar o fluxo das operações.

Os controladores de tráfego aéreo têm como função principal garantir a segurança dos voos, organizando o fluxo dos aviões e a distância entre eles. Nenhum avião pode pousar, decolar ou se movimentar dentro do aeroporto sem uma autorização do controlador responsável, feita por uma comunicação via rádio em uma frequência VHF. Uma falha poderia terminar até mesmo em um acidente.

A ordem dos aviões que decolam ou pousam primeiro geralmente ocorre de acordo com quem chegou primeiro. No entanto, há alguns casos especiais. Aviões em emergência, que estejam transportando alguém doente em estado grave ou órgãos para transplante, aeronaves militares ou até mesmo com a presença do presidente da República têm prioridade. Nesses casos, o controlador tem de reorganizar o fluxo de todos os aviões.

Ajuda de radares e computadores

Além de ver tudo o que acontece dentro e fora do aeroporto, os controladores contam com recursos tecnológicos. O principal deles são os radares, que identificam a posição exata do avião, além de dados como altitude e velocidade. O primeiro radar brasileiro foi instalado justamente no aeroporto de Congonhas, em 1971.

Tela de radar do Serviço Regional de Proteção ao Voo São Paulo (Vinícius Casagrande/UOL)

Os computadores são outro aliado dos controladores. Antigamente, as mesas desses profissionais eram repletas de fichas impressas com os dados dos voos. Hoje, todos os dados aparecem diretamente no computador, o que ajuda no cálculo de distância, velocidade e tempo de voo.

Mas esses sistemas também falham. Foi o que aconteceu no dia 20 de julho deste ano, quando uma oscilação de energia tirou os radares do ar. Os controladores passaram a trabalhar de maneira manual, baseados nas informações de localização informadas pelos pilotos. Para garantir a segurança, muitos aviões ficaram retidos em solo, e os que estavam no ar tiveram de adotar uma distância maior entre si.

“Passamos a operar no modo convencional. O radar é um auxílio importante, mas todo o controle de tráfego aéreo é feito via rádio entre o controlador e os pilotos”, afirma o capitão Custódio, responsável pelo controle da Terminal São Paulo.

Controladora orienta os aviões dentro da Terminal São Paulo com auxílio dos radares (Vinícius Casagrande/UOL)

O espaço aéreo brasileiro

A torre de controle é apenas um dos três órgãos de controle do espaço aéreo. Quando os aviões deixam a área sob responsabilidade da torre de controle de Congonhas, passam a ser orientados pelo Controle São Paulo (ou APP São Paulo), responsável pela Terminal São Paulo, uma área que se estende de Campinas (a 93 km da capital) até o litoral paulista.

O controle do tráfego aéreo da Terminal São Paulo é feito em uma sala fechada do SRPV (Serviço Regional de Proteção ao Voo), que também fica no aeroporto de Congonhas. Os controladores são divididos nos setores oeste, norte e sul.

A função da Terminal São Paulo é orientar a aproximação ou saída dos aviões que pousam ou decolam nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos, Campo de Marte e Viracopos. Há controladores focados nas chegadas e outros dedicados à saída dos aviões.

Quando os aviões entram nas aerovias (caminhos determinados pelas cartas aeronáuticas) passam a ser controlados pelo Centro de Controle de Área, ou ACC.

Quem organiza todo o sistema de controle do tráfego aéreo brasileiro é o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), órgão da Força Aérea Brasileira. Assim, a maioria dos controladores de tráfego aéreo no Brasil são militares da Aeronáutica. No entanto, há algumas torres de controle operadas por controladores civis, sob responsabilidade da Infraero, como o caso do aeroporto de Guarulhos.

O espaço aéreo sob controle do Decea abrange uma área total de 22 milhões de km², quase o triplo da aérea territorial do Brasil, de 8,5 milhões de km². É que o espaço aéreo brasileiro se estende ainda por 3,5 milhões de km² na chama Zona Economicamente Exclusiva, próxima ao litoral brasileiro. Por acordos internacionais, o Brasil também controla o espaço aéreo sobre o oceano em uma área de 9,9 milhões de km² para missões de orientação, busca e salvamento.

Controladores são formados pela Força Aérea Brasileira (Vinícius Casagrande/UOL)

Como ser um controlador de tráfego aéreo

Para se tornar um controlador de tráfego aéreo no Brasil, é necessário prestar um concurso da Aeronáutica e, depois, fazer um curso de dois anos na EEAR (Escola de Especialistas de Aeronáutica). Depois de formado, o aluno sai da escola com o cargo de 3º Sargento da Aeronáutica. Sua base de trabalho dependerá de onde houver necessidade de mão de obra.

Os controladores civis fazem o curso de formação no Icea (Instituto de Controle do Espaço Aéreo), órgão também vinculado à Força Aérea Brasileira. Concluído o curso, pode trabalhar nas torres de controle administradas pela Infraero ou por outros órgãos civis.

Tanto militares como civis precisam ter o ensino médio completo e bom nível de inglês, além de passar por exames médicos e psicológicos. Neste ano, a Força Aérea Brasileira abriu apenas 21 vagas de controlador de tráfego aéreo para os DTCEA (Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo) de Manaus (AM), Belém (PA), São Luís (MA) e Confins (MG).

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Gol inaugura serviço de despacho automático de bagagem no Galeão (RJ) http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/08/24/gol-autodespacho-de-bagagem-aeroporto-galeao/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/08/24/gol-autodespacho-de-bagagem-aeroporto-galeao/#respond Fri, 24 Aug 2018 19:17:01 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=7857

Serviço de autodespacho de bagagem começou nesta sexta-feira (Vinícius Casagrande/UOL)

Por Vinícius Casagrande

A Gol inaugurou nesta sexta-feira (24) o primeiro serviço de autodespacho de bagagem do Brasil. O serviço começou a funcionar por volta das 13h20 no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. O próprio passageiro imprime as etiquetas para colar na mala e despacha a bagagem.

No início, apenas quatro dos 30 guichês da Gol serão dedicados ao serviço automatizado, que estará disponível apenas para voos nacionais . “Nossa experiência em aeroportos da Europa mostra que o sistema reduz em mais da metade o tempo para o despacho de bagagem”, afirmou Elbson Quadros, vice-presidente da Sita para a América Latina, empresa que desenvolveu o sistema.

A expectativa da empresa é que o passageiro demore cerca de 40 segundos para realizar o despacho da bagagem. Enquanto um guichê com atendente tem capacidade para cerca de 20 passageiros por hora, o autodespacho pode atender até 60 passageiros por hora.

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A gerente operacional de aeroportos da Gol, Ana Cristina Souza, afirmou que até o final do ano o autodespacho de bagagem será implementado também no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. “Estamos em uma fase experimental, avaliando a aceitação do passageiro, para depois pensar na expansão do sistema”, disse.

 

Como funciona o autodespacho

Quando o passageiro realiza o check-in nos totens de autoatendimento da Gol, a máquina imprime o cartão de embarque e a etiqueta da mala que será despachada. Mesmo quem fizer o check-in online terá que imprimir a etiqueta da bagagem no aeroporto.

Depois de colocar a etiqueta na mala, o passageiro vai para o guichê de autodespacho. Na máquina, basta escanear o cartão de embarque e a etiqueta da bagagem.

Se a mala estiver dentro dos padrões de peso e tamanho (a própria máquina faz a checagem), a bagagem segue direto para a esteira, e o sistema imprime o recibo da mala.

Caso a bagagem esteja acima do peso permitido ou a passagem não inclua o despacho gratuito de mala, o passageiro deve se encaminhar ao atendimento tradicional para pagar as taxas necessárias.

A gerente operacional da Gol afirmou que funcionários da companhia irão auxiliar os passageiros com dificuldade para utilizar o equipamento. “Acho que o principal problema é a insegurança do passageiro, mas acreditamos que haverá uma adaptação rápida”, disse.

Infraero terá sistema em sete aeroportos

A Infraero anunciou em maio que pretende implementar o sistema de autodespacho de bagagem até o próximo ano. O primeiro a receber o novo serviço será o aeroporto de Recife (PE). No início do ano que vem, o serviço estará disponível nos aeroportos de Congonhas (SP), Santos Dumont (RJ), Curitiba (PR), Belém (PA), Goiânia (GO) e Maceió (AL).

O vice-presidente da Sita afirmou que, nos aeroportos administrados pela Infraero, o sistema será compartilhado por todas as companhias aéreas que operam no terminal.

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Aeroporto de Congonhas tem desembarque expresso para passageiro sem bagagem http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/08/07/aeroporto-congonhas-desembarque-expresso-bagagem/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/08/07/aeroporto-congonhas-desembarque-expresso-bagagem/#respond Tue, 07 Aug 2018 13:43:43 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=7763

Desembarque expresso de Congonhas fica antes das esteiras de bagagem (Divulgação)

Para facilitar o desembarque dos passageiros que viajam apenas com a mala de mão, o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, inaugurou na semana passada uma nova área de desembarque expresso. A nova saída do terminal está localizada antes da área de esteira de bagagem. “O objetivo é agilizar o fluxo de passageiros sem bagagem despachada, que, portanto, não precisam aguardar por malas nas esteiras do terminal”, afirma a Infraero, em nota.

Segundo a empresa, a nova área de desembarque deve ser usada pela maioria dos passageiros que passam diariamente pelo aeroporto de Congonhas, o mais movimentado sob administração da Infraero.

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Desde que as companhias aéreas passaram a cobrar pelo despacho de bagagem, aumentou o número de passageiros que viajam apenas com a mala de mão. Segundo dados da Abear (Associação Brasileira de Empresas Aéreas), 65% das passagens são vendidas sem o direito de despachar a bagagem.

“A medida também visa proporcionar mais conforto e uma melhor experiência a quem chega a São Paulo pelo aeroporto de Congonhas, principalmente nos horários de maior movimento, já que grande parte dos usuários de Congonhas é constituída de empresários e executivos em viagens de negócios, que costumam trazer apenas a bagagem de mão e precisam economizar tempo”, diz a nota da Infraero.

Aeroporto tem nota 4,36

O aeroporto de Congonhas ficou na 15ª colocação entre os 20 terminais avaliados na pesquisa trimestral do Ministério dos Transportes. Na escala de 1 a 5, Congonhas obteve a nota 4,36 na avaliação dos próprios usuários do terminal.

Entre os quatro aeroportos avaliados que transportam mais de 15 milhões de viajantes anuais, Congonhas ficou na última posição. O aeroporto de Brasília (DF) é o líder da categoria com nota 4,40, seguido de Galeão (RJ), que obteve nota 4,38, e Guarulhos (SP), com 4,37.

No ano passado, o aeroporto de Congonhas recebeu 21,8 milhões de passageiros, o que representa 20,15% de toda a rede da Infraero. Foram quase 218 mil pousos e decolagens.

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Que tal passar no raio-X do aeroporto sem ter que tirar o laptop da mala? http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/07/24/raio-x-aeroporto-nova-tecnologia-bagagem-de-mao-embarque-mais-rapido-eua/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/07/24/raio-x-aeroporto-nova-tecnologia-bagagem-de-mao-embarque-mais-rapido-eua/#respond Tue, 24 Jul 2018 07:00:26 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=7685

Sistema usa tomografia computadorizada para inspecionar malas de mão (Divulgação)

Passar pelo raio-x do aeroporto é uma das partes mais chatas para quem viaja de avião. É preciso tirar o laptop da mala, colocar todos os líquidos – de até 100 ml – em um plástico transparente e, muitas vezes, esperar em uma longa fila. Mas essa “rotina” pode mudar em breve. Os Estados Unidos começaram a testar na última semana no aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, um novo sistema de escâner de bagagem de mão para ser utilizado nos aeroportos do país.

O novo equipamento funciona como uma tomografia computadorizada, que permite aos agentes de segurança terem uma visão mais precisa dos itens dentro das malas dos passageiros. Com o aparelho, as autoridades de aviação afirmam que os processos de inspeção de segurança poderão ser mais ágeis.

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Com o sistema atual, os passageiros são obrigados a retirar líquidos e laptops da mala de mão, e a fila do raio-x fica mais lenta. A substituição das máquinas de raio-x por equipamentos de tomografia computadorizada permitirá que esses itens permaneçam dentro da bagagem de mão durante todo o tempo. É que os agentes de segurança podem ter uma visão 3D dos itens dentro da mala e girar a imagem em todas as direções. O atual sistema de raio-x permite apenas uma visão 2D estática.

Novo equipamento gera imagens 3D para os agentes de segurança (Divulgação)

O novo equipamento de tomografia computadoriza faz centenas de imagens semelhante ao raio-x em todas as direções, criando uma imagem em 3D. Segundo a American Airlines, o sistema aplica algoritmos sofisticados para a detecção de explosivos, armas de fogo e outros itens proibidos em bagagem de mão. O equipamento já é utilizado para inspecionar as malas que são transportadas no porão do avião.

A empresa afirma que o uso da tecnologia de tomografia computadorizada melhora significativamente a capacidade de detecção de ameaças nos postos de controle. “Essa parceria nos permite implementar rapidamente uma nova tecnologia e ver uma melhora imediata na eficácia da segurança”, afirma David Pekoske, administrador da TSA (Administração da Segurança do Transporte, na sigla em inglês).

Itens proibidos na mala de mão

Apesar da melhora na inspeção das bagagens de mão, não há informações se recipientes com mais de 100 ml poderão ser liberados no futuro nos Estados Unidos. Atualmente, frascos que levem líquidos, géis ou pastas e tenham capacidade superior a 100 ml só podem ser transportados nas malas que são despachadas no check-in e viajam no porão do avião.

Em voos nacionais dentro do Brasil, não há essa restrição em relação à quantidade de líquidos. “Em voos internacionais, existe restrição para o transporte de quaisquer líquidos e géis que estiverem em embalagens com mais de 100 ml, e o limite máximo de líquidos a ser transportado deve caber em uma embalagem plástica transparente de no máximo um litro com fechamento hermético (tipo ziplock)”, afirma a Anac.

Além disso, é proibido levar na bagagem de mão armas, objetos cortantes como facas, lixas, cortadores de unhas, barbeadores, ferramentas ou pinças, substâncias explosivas, venenos, ácidos, gás comprimido, tacos de beisebol ou de bilhar, entre outros.

Desde o dia 30 de junho, os Estados Unidos também restringiram o transporte dentro da bagagem de mão de produtos em pó em recipientes maiores que 350 ml. Esses produtos só podem ser transportados na mala despachada.

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