Primeiro avião elétrico da Embraer deve voar no ano que vem
A Embraer anunciou na manhã de hoje que está desenvolvendo um avião elétrico e que pretende fazer até o ano que vem o voo inaugural de demonstração. A primeira aeronave da empresa a usar um motor 100% elétrico será o avião agrícola Ipanema.
O motor elétrico está em desenvolvimento por meio de um acordo de cooperação científica e tecnológica com a multinacional brasileira Weg. O vice-presidente executivo de engenharia e tecnologia da Embraer, Daniel Moczydlower, afirmou que o avião Ipanema foi o escolhido por permitir uma adaptação rápida e de custos reduzidos. "Vamos trabalhar em uma plataforma que já conhecemos, o que agiliza o conhecimento", afirmou.
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De acordo com Moczydlower, por enquanto, o avião movido a energia elétrica ainda não é considerado um produto novo da Embraer, mas um demonstrador que será utilizado para testar a tecnologia de motores elétricos em aviões. "Essa pesquisa serve para resolver problemas que nem sabemos que existem ainda", disse.
O Ipanema deve sofrer apenas adaptações para receber o motor elétrico. Os compartimentos usados para o transporte de defensivos agrícolas, por exemplo, devem ser usados para acomodar as baterias necessárias para a alimentação dos motores.
Futuro da aviação
O desenvolvimento de motores elétricos eficientes é um passo vital para o avanço de um dos principais projetos atuais da Embraer. Os táxis voadores que estão sendo criados pela subsidiária EmbraerX em parceria a Uber, chamados de eVTOL (veículos elétricos de pouso e decolagem vertical), são apontados como o futuro para a mobilidade urbana em grandes cidades. Como o próprio nome diz, uma das exigências principais é que propulsão seja elétrica.
Além do eVTOL, a indústria aeronáutica procura intensamente novas soluções para reduzir os gastos com combustíveis tradicionais e as emissões de carbono na atmosfera. No futuro, os motores elétricos podem ser usados até mesmo no desenvolvimento de novos aviões comerciais.
A própria Embraer já afirmou algumas vezes que acredita que um novo avião turboélice pode ser desenvolvido utilizando a alimentação híbrida de motores convencionais e elétricos. A nova parceria da Embraer pode ser o primeiro passo concreto para criar essa tecnologia. "Vemos a eletrificação com um forte impacto em toda a linha de produtos", afirmou Moczydlower.
Um dos principais problemas ainda é a durabilidade das baterias, o que impede a realização de voos de longa distância. No entanto, após a venda da área de aviação comercial da Embraer para a Boeing, a tecnologia pode fazer com que a Embraer volte às suas origens de fabricação de aviões regionais. "A Embraer nasceu com a missão de integração regional do Brasil. Essa tecnologia pode ser o renascimento da aviação regional", declarou.
Tecnologia brasileira
O desenvolvimento de novos motores elétricos para aviões será uma tecnologia totalmente brasileira, que não fará parte do acordo firmado com a Boeing. "A Boeing levou o que já estava desenvolvido e era vital para a continuidade do negócio. O que está somente na cabeça dos nossos cientistas continua com a Embraer", afirmou Moczydlower.
No entanto, é possível que, no futuro, novos acordos comerciais permitam a transferência de tecnologia tanto para a Boeing como para outros fabricantes de aviões. "Esse é um assunto de interesse de toda a indústria aeronáutica mundial. A Embraer deve ser uma das pioneiras e podemos fazer novos acordos no futuro", afirmou o vice-presidente executivo de engenharia e tecnologia da Embraer.
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