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Electra, DC-3, Concorde: relembre aviões que marcaram época e não voam mais

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14/09/2018 04h00

Aviões Electra reinaram sozinhos na ponte aérea por 16 anos (Vidal Cavalcante/Folhapress)

A história da aviação no Brasil e no mundo é marcada por alguns modelos de aviões que foram sensação na época em que voaram. São máquinas que se destacaram na história por permitir a popularização do transporte aéreo de passageiros ou por terem realizado feitos que nunca mais se repetiram, como as viagens supersônicas na aviação comercial.

Nos primórdios da aviação, os aviões tinham bem menos tecnologia do que hoje. Mas foi exatamente a evolução gradual que permitiu a forte expansão do transporte aéreo no mundo. Alguns marcos importantes foram os primeiros aviões realmente rentáveis para as companhias aéreas, a primeira aeronave com cabine pressurizada e o primeiro avião com motores a jato.

Douglas DC-3

Douglas DC-3 ajudou a popularizar a aviação no Brasil e no mundo (Divulgação)

O primeiro Douglas DC-3 fez o seu voo inaugural em dezembro de 1935. O avião é uma evolução dos seus antecessores Douglas DC-1 e Douglas DC-2. O primeiro avião da família foi desenvolvido a pedido da companhia aérea norte-americana TWA para a renovação da sua frota.

O sucesso do DC-1 e do DC-2 na TWA chamou a atenção da American Airlines, que solicitou algumas mudanças no avião, como o aumento do tamanho. Assim, surgia o DC-3.

O avião é conhecido por revolucionar a aviação comercial, permitindo que as companhias aéreas se tornassem realmente lucrativas com o transporte de passageiros. Mais de 600 unidades foram produzidas até 1942. Com a Segunda Guerra Mundial, o avião passou a ser fabricado apenas na versão militar, com mais de 10 mil unidades feitas.

Após a guerra, muitos dos aviões foram convertidos para uso civil. No Brasil, a Varig tinha uma frota de aviões Douglas DC-3 que também ajudou no desenvolvimento da aviação nacional.

Boeing 307

Boeing 307 foi o primeiro avião comercial com cabine pressurizada (Smithsonian Institute)

O Boeing 307 ficou marcado na história por ser o primeiro avião comercial com cabine pressurizada, com o primeiro voo feito em dezembro de 1937. Isso fez com que o Boeing 307 pudesse voar mais alto do que qualquer outro avião de sua época, chegando a 20 mil pés (6.096 metros) de altitude. Hoje, os aviões chegam ao dobro disso.

Apesar da grande inovação, o Boeing 307 teve apenas dez unidades produzidas. A fabricação do modelo foi interrompida com o início da Segunda Guerra Mundial e nunca mais retomada, mas revolucionou o desenvolvimento de novos aviões nos anos seguintes.

De Havilland Comet

De Havilland Comet foi o primeiro avião comercial com motor a jato (Wikimedia)

O primeiro voo do De Havilland Comet, em julho de 1949, marca também o início da era dos aviões comerciais com motores a jato no mundo. Os quatro motores permitiam que os passageiros viajassem a uma velocidade nunca antes atingida na aviação comercial, a mais de 700 km/h (o dobro dos aviões com motores convencionais).

Após três anos de testes, o Comet começou a fazer voos com passageiros em 1952. Dois anos depois, logo após decolar de Roma (Itália), o avião se desintegrou no ar. O resultado das investigações mudaria o desenvolvimento dos aviões a jato no futuro.

Os investigadores concluíram que as janelas quadradas foram a causa dos danos na fuselagem do avião. É que a pressurização interna forçava os cantos da janela. Com o tempo, a estrutura simplesmente explodia. Foi a partir daí que as janelas ganharam o formato arredondado.

Lockheed L-188 Electra

Aviões Electra deixaram de voar na ponte aérea com a chegada dos boeing 737-300 (Cesar Itiberê/Folhapress)

Criado para atender a uma demanda da American Airlines para voos de curta e média distância, o Lockheed L-188 Electra fez sucesso no Brasil. O quadrimotor turboélice reinou absoluto durante mais de 16 anos na ponte aérea Rio-São Paulo.

Na época, as companhias Varig, Vasp e Transbrasil operavam em pool, com voos a cada meia hora em cada sentido. Todas deveriam usar o mesmo modelo de avião na rota, o Lockheed L-188 Electra. Era uma época de luxo na aviação, e os Electra contavam com serviço de bordo de primeira.

O reinado exclusivo dos Electra na ponte aérea terminou no final de 1991, quando a Vasp recebeu autorização para voar a rota com os jatos Boeing 737-300. Menos de dois meses após os jatos entrarem na rota, os Electras deixaram de voar.

Concorde

Último voo do Concorde aconteceu em 2003 (Divulgação/British Airways)

Apesar de não ter sido o primeiro nem o mais rápido avião comercial do mundo, o Concorde é o mais famoso avião supersônico a ser utilizado para o transporte de passageiros. Com velocidade de 2.213 km/h (2,04 vezes a velocidade do som), o Concorde voou pelas companhias aéreas British Airways e Air France.

O jato supersônico voava com regularidade ao Brasil na rota entre Paris (França) e Rio de Janeiro, com escala em Dakar (Senegal). Voar no Concorde era o sonho de muitos passageiros. No entanto, os altos custos de operação em função do elevado consumo de combustível deixavam as passagens extremamente caras.

O jato supersônico ficou em operação de 1976 a 2003. Em todo esse período, o Concorde teve apenas um acidente fatal. Em julho de 2000, após decolar de Paris, o jato supersônico explodiu no ar a poucos metros do aeroporto. O acidente foi causado por uma peça que havia caído de um DC-10 que acabara de decolar.

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Sobre o blog

Todos a Bordo é o blog de aviação do UOL. Aqui você encontra notícias sobre aviões, helicópteros, viagens, passagens, companhias aéreas e curiosidades sobre a fascinante experiência de voar.