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Índice de mala perdida cai 71% em 10 anos no mundo; prejuízo é de US$ 2 bi

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28/04/2018 04h00

Transferência em voos de conexão é a principal causa de extravio (Lucas Lima/UOL)

O índice de malas perdidas em viagens de avião em todo o mundo teve queda de 70,5% nos últimos dez anos. Dados do relatório anual da Sita, empresa especializada em tecnologia para aeroportos, apontam que, de 2007 para 2017, o índice caiu de 18,88 para 5,57 malas para cada 1.000 passageiros.

Em números absolutos, o total de malas extraviadas caiu de 46,9 milhões para 22,7 milhões no mesmo período. Na contramão, o número de passageiros saltou de 2,48 bilhões para 4,08 bilhões.

O extravio de bagagem representa 0,49% do total de 4,6 bilhões de malas em todo o mundo durante as viagens aéreas. O problema, no entanto, ainda é uma grande preocupação para o mercado de aviação. O relatório da Sita aponta que as companhias aéreas tiveram um prejuízo total de US$ 2,3 bilhões (R$ 8 bilhões) somente no último ano por conta das malas perdidas.

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No último ano, o índice de malas perdidas para cada 1.000 passageiros teve melhora de 2,8% em relação a 2016. Em números absolutos, porém, o número total de bagagem extraviada em todo o mundo teve crescimento de 4,1% no último ano. Por outro lado, a quantidade total de passageiros teve aumento ainda maior, de 7,1% em relação ao ano anterior. Com isso, o índice de extravio de bagagem caiu de 5,73 em 2016 para 5,57 malas perdidas para cada 1.000 passageiros em 2017.

O relatório da Sita mostra que o maior problema para o extravio de bagagem está no momento de transferência em voos de conexões, quando as malas precisam trocar de avião. Do total de casos, 47% dos problemas ocorrem nessa fase, o que representa um total de 10,6 milhões de malas.

Apesar do extravio, a maioria das malas ainda consegue ser recuperada pelos passageiros. Segundo o relatório da Sita, 78% dos casos são de malas que chegam com atraso aos seus donos, outros 17% são de malas danificadas, enquanto os roubos ou perdas totais representam 5% dos casos de extravio de bagagem.

Novas tecnologias para redução do problema

O objetivo do setor é reduzir ainda mais esses índices nos próximos anos. A partir de 2018 começa a vigorar uma nova resolução da Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo, na sigla em inglês) para aumentar o rastreamento de bagagens durante todos os processos críticos.

"A transformação digital está chegando para o manuseio de bagagem. Nos próximos dois anos, serviços como notificações em tempo real e um serviço mais rápido de despacho feito pelo próprio passageiro serão mais comuns", afirma Barbara Dalibard, CEO da Sita.

Direitos dos passageiros em caso de extravio de bagagem

Em caso de bagagem extraviada, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) determina que as companhias aéreas têm até sete dias para localizar as malas transportadas em voos nacionais. Em viagens ao exterior, em virtude de acordos internacionais, o prazo é de 21 dias.

Caso não encontre a bagagem, a empresa terá até mais sete dias para pagar a indenização. No entanto, há um teto de indenização de cerca de R$ 5.000. Caso o passageiro tenha bens de valor na bagagem, deverá fazer uma declaração no momento do despacho para garantir a indenização superior aos R$ 5.000. Nesse caso, a empresa poderá cobrar valor suplementar ou seguro para aceitar a bagagem.

Caso o extravio da bagagem ocorra fora do domicílio do passageiro (no voo de ida), a empresa deverá ressarcir despesas essenciais que a pessoa tenha para comprar itens de higiene pessoal ou roupa. O pagamento deve ser feito em até sete dias após a apresentação dos comprovantes de despesa. A companhia aérea, no entanto, pode estabelecer um limite máximo para os gastos diários.

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Sobre o blog

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