Oficina de avião inclui costureiras e conserta até Airbus oficial do Temer
Por Vinícius Casagrande
Uma oficina de aviões não é lugar só para mecânicos. No centro de manutenção da Latam, em São Carlos, interior de São Paulo, por exemplo, o trabalho de revisão dos jatos comerciais é feito pelos mais diferentes perfis de profissionais, que inclui desde costureiras e artesãos até engenheiros químicos e de eletrônica.
O local é utilizado pela Latam para fazer a manutenção completa de seus aviões, o que inclui desde reparos no estofamento dos assentos e produção própria de peças plásticas até consertos na fuselagem do avião, revisão do trem de pouso e análise de todos os computadores de bordo.
Inaugurado em 2011, o centro de manutenção da Latam, chamado de MRO (Maintenance, Repair and Overhaul), tem um orçamento de R$ 350 milhões por ano e capacidade para fazer a revisão de aviões dos modelos da família Airbus A320, Airbus A330, Boeing 767, Embraer 170, Embraer 190, ATR 42 e ATR 72.
Alguns desses aviões nem fazem parte da frota da Latam, mas o centro de manutenção tem autorização para fazer revisões em aeronaves de outras companhias aéreas. O avião mais ilustre que passa por manutenção em São Carlos é o Airbus A319 utilizado pela Presidência da República. E quando o avião presidencial está em revisão, a segurança do local fica ainda mais reforçada.
Revisão pode demorar até um mês
Quando um avião atinge uma certa idade ou determinada quantidade de horas voadas, valores que são definidos pelos fabricantes e variam de acordo com cada modelo, ele precisa passar por uma grande revisão geral, chamada de Check C.
Nesse momento, o avião é praticamente todo desmontado para que os mecânicos possam avaliar, em detalhes, cada uma das peças. O avião é erguido por macacos hidráulicos para verificar a condição do trem de pouso, os bancos são retirados para serem limpos e substituídos em caso de necessidade, os computadores de bordo passam por uma análise feita em outros supercomputadores e até as escorregadeiras utilizadas para evacuação em caso de emergência são infladas por seis horas para verificar se estão intactas. Todo esse procedimento pode durar até um mês.
Além dos 550 mecânicos que trabalham diretamente nos aviões parados dentro dos hangares, outros 400 funcionários atuam nas 24 oficinas do centro de manutenção da Latam em São Carlos. Alguns equipamentos chegam a ser completamente desmontados para analisar peça por peça. Na oficina de hidráulica, por exemplo, são testados 240 componentes diferentes. Para isso, os técnicos utilizam 2.400 ferramentas especiais.
Em muitos casos, a manutenção dos equipamentos do avião inclui procedimentos artesanais. Depois de revisadas, as rodas dos aviões, por exemplo, precisam receber uma grande quantidade de graxa nas áreas de atrito. Toda a aplicação do material é feita manualmente, "pintando" toda a área com um dedo. Os técnicos explicam que essa é a melhor maneira de obter um resultado preciso e uniforme em todo o equipamento.
Produção própria gera economia de tempo e dinheiro
Uma das maiores oficinas do centro de manutenção da Latam é a que faz a revisão do trem de pouso dos aviões do modelo A320. O trabalho, que dura 45 dias, chega a custar até US$ 300 mil (R$ 1 milhão). A revisão deve ser feita a cada 10 anos ou 20 mil pousos. A oficina tem capacidade para fazer a revisão de até três trens de pouso simultaneamente, mas quando o Todos a Bordo visitou o local apenas dois estavam em manutenção. A Latam espera utilizar o espaço para vender o serviço a outras companhias aéreas.
Com a criação da nova marca Latam, os aviões da TAM e da LAN recebem a nova pintura da empresa na oficina localizada no centro de manutenção da empresa em São Carlos.
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