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Metade dos aviões e helicópteros no Brasil tem mais de 20 anos de uso

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30/04/2017 04h00

Aviação geral concentra maior número de aviões antigos (Foto: Divulgação)

Por Vinícius Casagrande

Metade dos aviões helicópteros em operação no Brasil possui mais de 20 anos de idade. Segundo o Anuário Brasileiro de Aviação Civil, organizado pelo Instituto Brasileiro de Aviação, são 8.928 aeronaves com mais de duas décadas de vida. O Anuário analisou as 18.309 aeronaves com dados disponíveis. No total, o país tem 21.895 aviões e helicópteros.

A maioria dos aviões e helicópteros mais antigos, no entanto, é de aeronaves de pequeno porte da chamada aviação geral, que pertencem a empresas de táxi aéreo ou proprietários particulares. Nessa categoria, a idade média dos aviões e helicópteros é de 27 anos, com 61,56% acima dos 20 anos e 48,85% com mais de 30 anos

A frota da aviação comercial utilizada pelas companhias aéreas é bem mais nova e tem idade média de 12 anos. Entre os aviões analisados, 65,22% tem menos de 10 anos de idade, enquanto 13,95% tem entre 11 e 20 anos. Os aviões acima de 20 anos representam 20,83% da frota comercial do Brasil.

Idade não afeta segurança, diz associação

O comandante Miguel Ângelo, diretor de segurança operacional da Aopa Brasil (Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves) afirma que a idade do avião não tem nenhuma influência na segurança do voo. "No meio aéreo, as revisões são bem mais rígidas e bem diferentes dos carros. O que a idade do avião faz é deixar a manutenção mais cara", afirma.

Segundo o comandante, as companhias aéreas optam por uma frota mais nova exatamente por uma questão econômica. Além de reduzir os custos de manutenção, os aviões mais novos utilizam tecnologias mais modernas que também diminuem o consumo de combustível.

A presença de aviões mais velhos na aviação geral é mais comum, pois o impacto dos custos de manutenção é menor. "Há um impacto importante quando há uma frota grande. Para o proprietário de um ou dois aviões, isso é praticamente irrelevante e o custo de aquisição de um avião novo não compensa", afirma o diretor da Aopa Brasil.

Crescimento de 0,1% em 2016

O Anuário Brasileiro de Aviação Civil também traz dados sobre o crescimento da frota brasileira no último ano. Em 2016, o Brasil registrou aumento de 0,1% na quantidade de aviões e helicópteros. Em um ano, o país ganhou apenas 28 aeronaves. O número total de aeronaves registradas no Brasil passou de 21.867 em 2015 para 21.895 em 2016.

Na aviação comercial, no entanto, houve queda de 6% dos aviões utilizados pelas companhias aéreas. Em 2015, eram 727 aviões, que passaram a ser 686 em 2016.

A maior alta, de 1%, ocorreu na aviação experimental, que inclui as aeronaves com fins experimentais e esportivos, como planador, ultraleve, girocóptero, balão e helicóptero leve. O número total passou de 5.814 em 2015 para 5.867 em 2016.

A aviação geral seguiu a média de 0,1% de crescimento, passando a contar com 15.342 aviões e helicópteros em 2016, contra 15.326 de 2015.

São Paulo concentra maior quantidade

O Estado de São Paulo é o que possui a maior quantidade de aviões e helicópteros registrados, com 6.250 aeronaves ou 28,55% do total. São Paulo concentra 60% da frota da aviação comercial, 32% da aviação experimental e 26% da aviação geral.

O restante da frota, no entanto, é bastante pulverizado entre os demais Estados brasileiros. Minas Gerais ocupa a segunda posição com 1.851 aeronaves, seguido do Paraná com 1.648 unidades. Os Estados com menos aviões e helicópteros são Sergipe com 33 aeronaves registradas, Amapá com 74 e Acre com 79 unidades.

Estados com mais aviões e helicópteros:

1. São Paulo – 6.250 (28,55%)

2. Minas Gerais – 1.851 (8,45%)

3. Paraná – 1.648 (7,52%)

4. Mato Grosso – 1.496 (6,83%)

5. Rio Grande do Sul – 1.437 (6,56%)

6. Goiás – 1.409 (6,43%)

7. Rio de Janeiro – 1.365 (6,23%)

8. Pará – 958 (4,37%)

9. Mato Grosso do Sul – 817 (3,73%)

10. Santa Catarina – 716 (3,27%)

Estados com menos aviões e helicópteros

1. Sergipe – 33 (0,15%)

2. Amapá – 74 (0,33%)

3. Acre – 79 (0,36%)

4. Paraíba – 98 (0,44%)

5. Alagoas – 100 (0,45%)

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