Projeto de brasileira propõe sintetizador de comida como em Star Trek
Um projeto desenvolvido por uma designer brasileira parece ficção científica e pretende mudar o jeito como os viajantes se alimentam a bordo de aviões. A ideia é utilizar uma impressora 3D para materializar o alimento a ser servido de acordo com a preferência do passageiro.
A proposta lembra o replicador de alimentos da série "Star Trek / Jornada nas Estrelas" (Nova Geração e Voyager, por exemplo), em que tripulantes pediam o que desejassem para comer e tudo ficava pronto na hora.
Danielle Hirsch desenvolveu o trabalho para concluir sua graduação em desenho industrial na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). "A ideia inicial era desenvolver uma nova embalagem para os alimentos servidos nos aviões. Mas, com a ajuda do meu orientador, passou a ser uma ideia futurística", diz.
O modelo foi um dos selecionados para o prêmio Crystal Cabin Awards, voltado para a inovação. Os vencedores serão anunciados em abril.
Dificuldades a superar
Além de permitir que o passageiro crie um cardápio personalizado, o projeto também pretende reduzir a quantidade de lixo produzida a bordo. O trabalho prevê que até mesmo o prato em que a refeição é servida seja comestível.
Para a designer, é algo que vai se tornar realidade nos voos. "Não acredito que seria um processo rápido nem simples. Mas é uma tendência natural", afirma.
O professor Luiz Vidal de Negreiros Gomes, que orientou o trabalho, diz que alguns "tabus culturais" precisam ser superados antes que uma ideia como essa seja implementada por companhias aéreas nacionais. As pessoas teriam de se acostumar a comer alimentos que teriam um formato ou textura diferente do usual.
Ele torce para que as barreiras sejam ultrapassadas e o projeto vire um produto. "O Brasil é um dos grandes fornecedores de ciência, mas não de tecnologias para o mundo. O Brasil só tem ideia, mas não coloca a ideia em prática", diz, citando a necessidade do envolvimento de profissionais das áreas de nutrição, higiene pública, abastecimento e logística, entre outros, para fazer com que a proposta saia do papel.
A designer diz que imaginava os alimentos impressos em 3D como uma opção a bordo até 2030. Mas, em suas pesquisas sobre o tema, viu que as expectativas envolvem um futuro bem mais próximo, de aproximadamente cinco anos.
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