Latam cobra por comida (e talvez água) e promete bilhete 20% mais barato
A partir do ano que vem, a Latam vai implantar um novo sistema de venda de passagens para voos domésticos. A ideia é que o passageiro possa 'construir' o valor de sua passagem a partir de um preço base, escolhendo os serviços que gostaria de incluir. A principal mudança será a alimentação a bordo, que passará a ser cobrada.
Questionada se depois da mudança ainda haverá alguma opção gratuita para o passageiro, como água, por exemplo, a presidente da Latam Airlines Brasil, Claudia Sender, disse que a empresa ainda está estudando o que poderá ser disponibilizado a bordo.
Ela afirmou que a Latam está desenvolvendo diferentes cardápios que devem incluir cerca de 50 opções de comidas e bebidas para os passageiros. De acordo com Sender, a ideia é atender a necessidade de cada cliente. "Num voo de 45 minutos, o que você valoriza? Valoriza a alimentação? Tem muito passageiro que não, mas também tem os que valorizam".
Atualmente, em voos nacionais, a aérea oferece de graça bebidas frias e quentes, sanduíches, salgados, de acordo com as diferentes rotas.
Outro serviço que poderá ser adquirido pelo cliente é a reserva de assento com o pagamento de uma taxa. Hoje é possível escolher o assento no momento da compra da passagem, mas a escolha é garantida apenas após o check-in, que só pode ser feito 24 horas antes do voo. Quem quer garantir uma poltrona com mais espaço já pode fazer isso, na hora da compra, pagando um valor a partir de R$ 30.
Redução nas tarifas
A companhia aérea prevê que o novo sistema de vendas poderá levar a uma redução de até 20% no preço das tarifas mais baratas disponíveis para voos domésticos até 2020. "É uma plataforma que vai viabilizar a retomada do crescimento da aviação na nossa região. Nosso objetivo é que o brasileiro sempre tenha a opção de viajar de avião", afirmou Sender.
Neste mesmo período, o Grupo Latam pretende ampliar em 50% a quantidade de passageiros transportados. A mudança também será implementada nos voos domésticos das filiais no Chile, Colômbia, Peru, Equador e Argentina.
Low cost?
A Latam não está sozinha nesta mudança. Recentemente, a British Airways anunciou que deixaria de oferecer lanche de graça para voos curtos e colocou preço até na garrafinha de água. Este mês, a aérea britânica revelou planos para incluir mais um assento por fileira na classe econômica a partir de 2018.
Em recente entrevista ao UOL, Claudia Sender defendeu mudanças na regra que permite despachar uma mala grátis em voos nacionais e duas em internacionais. As companhias aéreas argumentam que, se pudessem cobrar pelo serviço, a passagem ficaria mais barata para quem só levasse bagagem de mão. Em outros países onde a Latam tem filiais, a cobrança é permitida.
Mesmo com todas as alterações, Sender nega que a Latam esteja se tornando uma companhia aérea de baixo custo. "De maneira nenhuma. Nosso foco continua sendo o serviço oferecido. As low cost em geral não têm programa fidelidade, não têm foco no serviço nem no atendimento".
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