Chateado com cobrança de mala? Aéreas de fora taxam até check-in presencial
Todos a Bordo
14/12/2016 06h00
Por Vinícius Casagrande
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) aprovou nesta semana as novas Condições Gerais do Transporte Aéreo e criou polêmica ao permitir que as companhias aéreas cobrem pelo despacho do bagagem. No entanto, a prática já é bastante comum, principalmente, nos Estados Unidos e na Europa.
Mais do que a taxa de bagagens, muitas companhias, especialmente as de baixo custo, cobram outras tarifas para serviços triviais, como marcação de assentos, impressão do cartão de embarque, fila do raio-x, correção do nome e pagamento com cartão de crédito.
Bagagem de mão
No mês passado, a companhia aérea norte-americana United Airlines anunciou a criação de uma nova classe tarifária chamada econômica básica. Os passageiros que optarem pelo bilhete mais barato não terão direito nem mesmo a utilizar o compartimento de bagagens acima dos assentos.
Com isso, poderão levar a bordo somente uma pequena bolsa ou mochila, que caiba embaixo da poltrona. Além disso, serão os últimos a embarcar no avião, não receberão milhas no programa de fidelidade da companhia e os assentos serão marcados, aleatoriamente, no momento do check-in.
Marcação de assentos
Em diversas empresas ao redor do mundo, caso o passageiro queira marcar seu assento com antecedência, é necessário pagar uma taxa extra. Não são apenas as empresas de baixo custo que adotam essa prática.
A British Airways, por exemplo, afirma em seu site que "a escolha do lugar pode ser grátis ou ter custos suplementares, dependendo de uma série de fatores, incluindo o tipo de bilhete que compra, a classe de viagem e as circunstâncias pessoais".
Na classe econômica, o valor para reserva antecipada de assento pode variar de £ 7 (R$ 29,60) nos voos dentro da Europa a até £ 50 (R$ 211,40) para poltronas com mais espaço na saída de emergência dos voos internacionais de longa distância.
Embarque prioritário
Na Europa, com a cobrança pelo despacho de bagagem, a grande maioria dos passageiros viaja apenas com a mala de mão. Para garantir espaço dentro da aeronave, as filas de embarque costumam ser formadas com bastante antecedência.
Caso o passageiro queira embarcar primeiro sem ter de ficar parado na fila, é possível comprar o embarque prioritário. Na Ryanair, por exemplo, a taxa é de € 5 (R$ 17,75) por passageiro.
Fura-fila no raio-x
Outra consequência do excesso de bagagem de mão dos passageiros é que as filas do raio-x também costumam ser bem mais lentas. No entanto, diversos aeroportos contam com o Fast Track, uma espécie de fura-fila, destinado somente a passageiros que adquiriram o benefício.
O acesso a essa área privilegiada e com menos filas pode estar incluído nas tarifas mais caras ou ser adquirido separadamente. O valor cobrado depende da companhia aérea e do aeroporto de embarque. Para passar mais rápido no raio-x do aeroporto de Barcelona, na Espanha, a Ryanair cobra € 3,5 por passageiro (R$ 12,40).
Check-in no aeroporto
Algumas companhias de baixo custo podem cobrar caso o passageiro não realize o check-in pela internet. Essa é uma forma das empresas reduzirem os custos dentro dos aeroportos.
Na Ryanair, por exemplo, caso o passageiro faça o check-in somente no balcão da empresa no aeroporto, é cobrado um valor de € 45 (R$ 160). Se o check-in foi realizado, mas há a necessidade de reimprimir o cartão de embarque, a empresa cobra uma taxa de € 15 (R$ 53,30).
Taxa de cartão de crédito
Em algumas companhias aéreas, o pagamento com cartão de crédito conta com uma taxa extra. No caso da espanhola Vueling, por exemplo, o valor cobrado é de 3% sobre o preço total da tarifa. A Ryanair cobra 2% e a EasyJet tem taxa de 1%.
Tarifa de acordo com o peso da pessoa
De todas as taxas cobradas pelas companhias aéreas, uma das mais polêmicas foi adotada pela Samoa Air. Em 2013, a empresa foi pioneira a cobrar pelo peso dos passageiros e das malas que eles levavam.
A lógica da empresa está relacionada ao consumo de combustível dos aviões. Quanto mais pesado o avião, maior o gasto de combustível. Até agora, no entanto, nenhuma outra companhia aérea se aventurou em tomar a mesma medida.
Correção da grafia do nome
Se na hora de comprar uma passagem, o consumidor digitar o nome com algum erro de grafia, muitas companhias aéreas costumam cobrar altos valores para fazer a correção no sistema da empresa. Em muitos casos, o valor cobrado é tão alto que é melhor comprar uma nova passagem.
Na Ryanair, por exemplo, para os passageiros que compram passagens promocionais o valor mudança de nome é de € 160 (R$ 568). A mudança só pode ser feita gratuitamente até 24 horas após a compra da passagem.
No Brasil, as novas normas aprovadas na terça-feira (13) pela Anac garantem que a correção do nome é feita gratuitamente até o momento do check-in nos voos nacionais. No caso de erro no nome em voo internacional interline (prestado por mais de uma empresa aérea), os custos da correção poderão ser repassados ao passageiro.
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