Aéreas faturam US$ 26 bi com serviços como venda de lanche e bagagem extra
Todos a Bordo
27/09/2016 06h00
Por Erin Mizuta, colaboração para o Todos a Bordo
Se você desconfiava que aquela taxa para mudar a data do voo, a decisão de carregar uma mala a mais ou o lanchinho que você esqueceu de comer no aeroporto iam sair bem caros, pode saber que está certo.
Um relatório feito pela Idea Works, agência que analisa a indústria de aviação, mostra que esses serviços pagos renderam às companhias aéreas no mundo todo a cifra de US$ 26 bilhões (cerca de R$ 84,4 bilhões) em 2015.
São considerados "extras" todos os serviços que não estão incluídos no preço da passagem: bagagem extra, reservas e "upgrade" de assentos, refeições e lanches vendidos a bordo, entre outros. Confira o ranking.
Top 10 – companhias que mais ganharam com "extras" (2015)
1. United Airlines – US$ 6,199 bilhões
2. American Airlines – US$ 4,718 bilhões
3. Delta Airlines – US$ 3,775 bilhões
4. Air France/KLM – US$ 2,166 bilhões
5. Southwest – US$ 2,119 bilhões
6. Ryanair – US$ 1,739 bilhão
7. Lufthansa Group – US$ 1,494 bilhão
8. easyJet – US$ 1,466 bilhão
9. Qantas Airway- US$ 1,167 bilhão
10. Alaska Air – US$ 1,092 bilhão
Quem encabeça a lista é a United Airlines, que faturou US$ 6,2 bilhões (R$ 20 bilhões) só com os adicionais no ano passado. Ela é a segunda maior companhia aérea norte-americana e voa para 373 destinos, com uma frota de 708 aviões. Serviços de wifi, aluguel de tablet e programação de entretenimento tarifados fazem parte da maioria dos voos.
Segundo o site da empresa, nas viagens em classe econômica entre os EUA e America Central, México e Caribe, as refeições são oferecidas apenas pelo sistema de venda. Os lanches gratuitos só são servidos nos voos entre os Estados Unidos e Colômbia, Equador, Peru e Venezuela e na região do Pacífico.
Curiosamente, as companhias "low cost" (de baixo custo), famosas por cobrarem por tudo além do seu espaço na cabine e um espacinho para a bagagem de mão, não estão entre as cinco primeiras. A Ryanair aparece em sexto lugar e a easyJet, em oitavo. Elas são as duas únicas marcas de voos econômicos entre as dez primeiras da lista.
Programas de milha rendem muito
Apesar de não indicar quais os principais serviços que geraram essa renda extra às aéreas, o relatório aponta que os programas de milhagens são grandes fontes de dinheiro.
Os bancos pagam para as companhias aéreas quando há milhas ou pontos acumulados em compras feitas com cartões de crédito. Somente para a United Airlines, isso representou US$ 3 bilhões em receita no ano passado.
O lado bom: mais promoções
Por outro lado, o relatório lembra que são esses serviços extras que permitiram um aumento da quantidade de passagens promocionais e preços competitivos para um número de clientes cada vez maior.
"Reguladores que criticam os métodos a la carte deveriam fazer uma pausa para considerar como o atual crescimento de ofertas unicamente para assentos está criando uma nova onda de opções com grandes descontos para os consumidores. O mesmo ambiente altamente competitivo já existe na Europa com as marcas tradicionais, como a British Airways e a Air France oferecendo tarifas econômicas para competir com os adeptos da easyJet e Ryanair", diz a publicação.
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