elevate – Todos A Bordo http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br Todos a Bordo é o blog de aviação do UOL. Aqui você encontra as últimas informações, análises e notícias sobre o movimentado mundo das companhias aéreas, das fabricantes de aviões e de empresas aeroportuárias. Tue, 07 Jul 2020 19:46:06 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 SP pode ser uma das primeiras cidades a ter táxi voador elétrico da Airbus http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/07/22/taxi-voador-eletrico-evtol-airbus-voom-sao-paulo-primeiras-cidades/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/07/22/taxi-voador-eletrico-evtol-airbus-voom-sao-paulo-primeiras-cidades/#respond Sun, 22 Jul 2018 07:00:05 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=7670

Veículo elétrico da Airbus fez primeiro voo de testes no início do ano (Divulgação)

Por Vinícius Casagrande

A cidade de São Paulo pode ser uma das primeiras do mundo a realizar voos de passageiros com os novos veículos elétricos voadores da Airbus. “Os veículos elétricos estão chegando, e acreditamos que São Paulo é uma ótima cidade para isso”, afirma Uma Subramanian, CEO da Voom, aplicativo de reserva de voos de helicóptero que pertence à Airbus.

A Voom opera atualmente em apenas duas cidades: São Paulo e Cidade do México. A empresa iniciou suas operações na capital paulista em abril de 2017 e afirma ter um crescimento mensal de 200% na quantidade de voos. A Voom, no entanto, não é dona dos helicópteros. A empresa é uma plataforma para a reserva dos voos, que são operados por empresas de táxi aéreo autorizadas pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

“A Voom é uma empresa de solução para a mobilidade aérea. A razão pela qual lançamos a Voom não foi apenas para transportar passageiros de helicóptero, mas para descobrir como esse mercado funciona”, afirma a CEO da empresa.

Leia também:

Uber quer voos mais baratos que viagens de carro, mas há muitos desafios
Embraer apresenta projeto de táxi aéreo elétrico feito em parceria com Uber
Que acontece se motor do helicóptero para? Piloto tem 2 segundos para agir

Hoje helicóptero, amanhã táxi-aéreo

Segundo Uma, ter informações precisas sobre o comportamento dos passageiros que utilizam o helicóptero se locomover dentro da cidade é essencial para o futuro lançamento dos veículos elétricos voadores, chamados também de eVTOL (veículo elétrico de pouso e decolagem vertical, na sigla em inglês).

“Nosso objetivo é fazer as pessoas voarem hoje de helicóptero e, quando o eVTOL estiver certificado pela Anac e apto a voar, podermos colocá-los em serviço. É isso o que estamos fazendo”, diz. “Estamos criando um mercado para o eVTOL”, declara.

Foi de olho nesse mercado futuro que a Airbus escolheu a cidade de São Paulo para iniciar as operações da Voom no ano passado. A CEO da Voom afirma que a capital paulista deverá ser uma das primeiras a receber os novos veículos elétricos voadores. “Mas isso depende da Anac”, ressalta.

Voos em grandes cidades devem demorar dez anos

Para iniciar os voos de passageiros, os veículos elétricos ainda têm um longo caminho pela frente. A Airbus é uma das mais avançadas no projeto. No final de janeiro deste ano, a empresa fez o primeiro voo do protótipo Vahana. A CEO da Voom prevê, no entanto, que somente em cerca de dez anos esses veículos estarão totalmente aptos a voar em grandes cidades transportando passageiros.

A Uber tem um projeto para iniciar os voos com os veículos elétricos voadores a partir de 2021 em Dallas e Los Angeles, ambas nos EUA. A CEO da Voom afirma, no entanto, não acreditar que esse prazo seja viável.

A maior dificuldade é exatamente receber a certificação das autoridades aeronáuticas. “Estamos conversando com os reguladores neste momento e não sabemos quando. Há um longo processo de certificação e não há nada concreto para agora. É certo que haverá eVTOLs transportando passageiros em breve, mas ainda não em áreas urbanas”, afirma Uma.

Voos de helicóptero para o aeroporto de Guarulhos são os mais procurados (Divulgação)

Crescimento nos voos de helicópteros

Enquanto os veículos elétricos voadores não recebem autorização de decolagem, a Voom quer aumentar a quantidade de passageiros que utilizam os helicópteros para se locomover dentro da cidade de São Paulo.

“Esperamos que seja um crescimento rápido, e que cada vez mais pessoas possam voar conosco. Queremos dobrar nossos voos nos próximos meses em São Paulo e estamos trabalhando em novas parcerias”, diz.

A Voom já tem um acordo com a Cabify no qual o passageiro pode chamar um carro para levá-lo até um heliponto mais próximo e, então, embarcar no helicóptero. A empresa também já negocia parcerias com companhias aéreas e hotéis para uma venda conjunta dos serviços.

Segundo dados divulgados pela Voom, quintas e sextas-feiras são os dias mais movimentados, especialmente no horário das 17h às 19h. O aeroporto de Guarulhos é o destino mais procurado pelos passageiros. Uma viagem entre o bairro do Itaim Bibi, em São Paulo, e Guarulhos leva 11 minutos. No trânsito do horário de pico em São Paulo, o mesmo trajeto pode levar mais de duas horas de carro.

No total a Voom opera atualmente em dez helipontos da cidade de São Paulo. O voo entre o Itaim Bibi e Guarulhos custa R$ 380 por pessoa. Já a viagem entre a região de Alphaville, na Grande São Paulo, e a avenida Paulista custa R$ 250.

Segundo a empresa, quase metade dos passageiros voou de helicóptero pela primeira vez ao contratar o serviço. E, aparentemente, eles gostam de fazer inveja a quem está parado no trânsito. As fotos mais compartilhadas no Instagram durante a viagem retratam exatamente o trânsito da Marginal Pinheiros visto de cima.

Leia também:

Sonha em ter um jato executivo? O mais barato do mundo custa R$ 7,4 mi
Para economizar, empresários compram helicóptero partilhado por R$ 240 mil
O que são aqueles rastros brancos que alguns aviões deixam no céu?

]]>
0
Uber quer voos mais baratos que viagens de carro, mas há muitos desafios http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/05/09/uber-quer-voos-mais-baratos-que-viagens-de-carro-mas-ha-muitos-desafios/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/05/09/uber-quer-voos-mais-baratos-que-viagens-de-carro-mas-ha-muitos-desafios/#respond Wed, 09 May 2018 21:08:21 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=7424

Veículo elétrico terá capacidade para quatro passageiros e um piloto (Divulgação/Embraer)

Por Vinícius Casagrande
Em Los Angeles (EUA)*

A Uber diz que quer transformar o seu futuro serviço de transporte aéreo urbano em algo popular e acessível à população. A empresa pretende fazer com que as viagens com o seu táxi aéreo elétrico (que no início teria a presença de um piloto e no futuro seria autônomo) sejam mais baratas do que as corridas do serviço UberX, o mais popular da companhia. Até o projeto se tornar uma realidade, no entanto, a Uber e todos os seus parceiros ainda têm um longo caminho pela frente.

Os principais desafios para implementar o novo projeto foram discutidos nesta semana em Los Angeles (EUA), durante a Uber Elevate Summit. A empresa diz que pretende realizar os primeiros voos de demonstração em 2020 e iniciar as viagens com passageiros a partir de 2023.

Leia também:

Embraer apresenta projeto de táxi aéreo elétrico feito em parceria com Uber
Conheça os 5 jatos mais vendidos do mundo
Jatinho mais barato do mundo tem só um motor e paraquedas de emergência

As duas primeiras cidades a receber o novo serviço serão Dallas e Los Angeles, ambas nos Estados Unidos, mas a Uber procura também uma terceira cidade fora daquele país para implementar o transporte aéreo urbano. A empresa acredita que o modelo deve ser usado para viagens com distância média entre 35 e 40 quilômetros, dentro da mesma cidade ou na região metropolitana.

A expectativa da Uber é que as tarifas comecem a US$ 5,73 (R$ 20,60) para cada milha (1,6 km) voada, caindo para US$ 1,84 (R$ 6,60) a médio prazo e a US$ 0,44 R$ 1,60 a longo prazo.

A Uber já assinou acordos de cooperação com fabricantes de aeronaves (incluindo a brasileira Embraer), desenvolvedores de baterias elétricas, além de órgãos como Nasa, Exército dos Estados Unidos e FAA (órgão de administração da aviação nos Estados Unidos).

“Nossa visão é que nenhuma companhia pode fazer isso sozinha. Há muita coisa a ser feita, como infraestrutura, veículos e controle de tráfego aéreo. São muitas coisas que têm de trabalhar juntas para que esse sistema possa funcionar. Se algum desses pedaços não funcionar, não faz sentido. Por isso, estamos reunindo as pessoas para identificar os grandes problemas”, afirma Eric Allison, diretor do projeto Elevate, da Uber.

Para que o projeto funcione, a Uber precisa trabalhar com os fabricantes no desenvolvimento dos veículos voadores, criar infraestrutura para pouso e decolagem, solucionar questões de controle de tráfego aéreo e receber autorização de operação das autoridades aeronáuticas. Tudo isso em apenas cinco anos.

“Para falar a verdade, acho que o prazo é agressivo, mas que é algo possível. Até 2020, que é o prazo para os voos de demonstração, acho que teremos diversos parceiros com o veículo desenvolvido. Para os voos comerciais, precisamos ter os veículos certificados. Há muito trabalho para ser feito, e estamos trabalhando com nossos parceiros e com a FAA sobre o caminho para a certificação dessas novas tecnologias que nunca foram certificadas antes”, afirma o diretor do projeto Elevate.

Maquete de modelo desenvolvido pela Uber (Divulgação)

Veículo elétrico

A intenção da companhia é realizar os voos com um veículo elétrico de pouso e decolagem vertical, chamado de eVTOL, que teria capacidade para até quatro passageiros. Inicialmente comparado a um “carro voador”, o projeto tende a ser muito mais semelhante a um grande drone tripulado. No início, seria comandado por um piloto, mas o objetivo é que seja autônomo no futuro.

Para desenvolver o seu veículo, a Uber firmou parcerias com cinco fabricantes de aeronaves: Embraer, Aurora Flight Sciences (subsidiária da Boeing), Bell, Pipistrel e Karem Aircraft. Até o momento, apenas algumas imagens de conceito foram divulgadas. Os veículos só devem ficar prontos efetivamente próximo à data prevista para a realização do primeiro voo, em 2020.

Todos os fabricantes devem seguir as especificações básicas do projeto, como a de ser um veículo elétrico com múltiplos rotores (hélices), capacidade para quatro passageiros, velocidade de até 320 km/h, altitude de 600 metros e autonomia de voo para cem quilômetros.

Segundo o diretor do projeto Elevate, com um padrão estabelecido, a Uber poderá operar veículos de fabricantes diferentes em uma mesma cidade. “Acreditamos que, por conta da demanda, vamos precisar de veículos de vários parceiros. Isso vai nos ajudar a derrubar o preço ao longo do tempo”, diz.

A brasileira Embraer, por exemplo, apresentou durante o evento as primeiras imagens do conceito que está desenvolvendo. O presidente da EmbraerX, braço da companhia que trabalha no projeto, Antonio Campello, afirmou que se trata de uma aeronave que nunca foi desenvolvida antes no mundo. “Mas o desafio é igual para todos os fabricantes”, diz.

Conceito criado pela Embraer em parceria com a Uber (Divulgação)

Voos sem piloto no futuro

Uma das exigências para o desenvolvimento dos veículos voadores é de que no futuro eles possam ser operados de forma autônoma, sem a presença de um piloto. O diretor do projeto Elevate afirma que isso é essencial para atingir o objetivo de ter viagens baratas, que possam aumentar a demanda pelo serviço.

Com um veículo autônomo, seriam cortados os custos com contratação e treinamento de pilotos. Além de problemas na regulação e certificação das autoridades aeronáuticas, há o desafio de convencer as pessoas de que voar em um drone gigante sem ninguém no comando é algo seguro.

“No começo vai haver pilotos, mas será um veículo de fácil pilotagem porque haverá muitos recursos autônomos. Se as pessoas se acostumarem com a experiência com pilotos, quando se transformar em autônomo já vão estar acostumadas com o serviço e confiantes nele. Isso vai levar um tempo, mas tudo tem um período de adaptação”, diz Alisson.

Projeto de skyport apresentado pela Uber (Divulgação)

Uber quer pontos de pouso em prédios

Um dos grandes desafios da Uber para a implementação do projeto é a infraestrutura das cidades. Os veículos aéreos precisam de um local específico para os pousos e decolagens, que até podem ser os mesmos já utilizados pelos helicópteros.

No entanto, a Uber pretende criar o que chamou de skyports. São grandes prédios com vários helipontos juntos. O problema é que a Uber quer implementar o serviço em cidades populosas, nas quais há pouco espaço livre para novas construções.

“Estamos olhando para diferentes modelos. Uma opção é criar prédio próprios para os skyports. É algo que entendemos que pode surgir com tempo e não no começo. O que estamos focados para o início das operações são skyports menores, como o topo de um edifício-garagem. Podemos tirar as linhas das vagas de carro e pintar de acordo com as nossas configurações”, afirma Allison.

Além do local de pouso dos veículos aéreos da Uber, os skyports também precisam de infraestrutura para embarque e desembarque dos passageiros e pontos para recarga das baterias.

Problemas para o controle de tráfego aéreo

Outra questão a ser resolvida para o início das operações é com o controle de tráfego aéreo. O serviço deve ser implementado em cidades com trânsito congestionado, nas quais o uso de helicópteros já é um padrão.

Para solucionar o problema, a Uber trabalha em parceria com a Nasa e com a FAA. O diretor de engenharia para sistemas de espaço aéreo da Uber, Tom Prevot, trabalhou por mais de 20 anos na Nasa em projetos de controle do espaço aéreo. Segundo ele, todo o sistema funcionará de forma autônoma, com capacidade para controlar e orientar uma grande quantidade de aeronaves simultaneamente.

“Tem de ser feito dentro da nossa rede. O problema do tráfego aéreo comercial é que os os controladores têm uma limitação humana e não conseguem gerenciar um número maior, e não adianta simplesmente contratar mais controladores que isso não resolveria. Dentro da nossa rede, a quantidade pode ser bem maior”, diz.

Há ainda o risco de conflito do tráfego dos veículos da Uber Elevate com os aviões e helicópteros que voam nas mesmas cidades. Prevot afirma que uma solução para o problema já está sendo avaliada com a FAA. “Em relação aos aviões comerciais, nossos veículos voam a uma altitude mais baixa. Acredito que também não haverá problemas com os helicópteros”, afirma.

* O jornalista viajou a convite da Uber

Leia também:

Vídeo mostra aproximação perigosa de drone com avião de passageiros nos EUA
Por que aviões sofrem turbulência de repente e mesmo com céu claro?
Para economizar, empresários compram helicóptero partilhado por R$ 240 mil

]]>
0