Aeroflot – Todos A Bordo http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br Todos a Bordo é o blog de aviação do UOL. Aqui você encontra as últimas informações, análises e notícias sobre o movimentado mundo das companhias aéreas, das fabricantes de aviões e de empresas aeroportuárias. Tue, 07 Jul 2020 19:46:06 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Raios podem danificar avião e causar acidentes, como aconteceu na Rússia? http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/05/08/acidente-aviao-russia-raio/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/05/08/acidente-aviao-russia-raio/#respond Wed, 08 May 2019 07:00:00 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=9905

O avião russo Sukhoi Superjet-100 da companhia aérea Aeroflot, que pegou fogo durante o pouso no último domingo (5), teria sido atingido por um raio. Segundo o comandante Denis Evdokimov, o raio causou a perda de parte dos equipamentos.

“Por causa do raio, perdemos o contato de rádio e passamos para o regime de pilotagem mínima (…) Ou seja, sem um computador como de costume, mas de maneira direta. Em regime de emergência”, afirmou o piloto ao jornal russo “Komsomolskaya Pravda”.

Especialistas ouvidos pelo Todos a Bordo afirmam que não é impossível um raio causar danos ao avião, mas é algo extremamente raro. “Tem de ser um raio muito forte, que acontece um em um milhão. Se for um raio comum, não é para acontecer nada”, afirmou Shailon Ian, engenheiro aeronáutico e CEO da Vinci Aeronáutica.

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“Ser atingido por um raio é algo comum, o que não é comum é o avião sofrer algum problema por conta disso. Já fui atingido por raio em voo e nada aconteceu”, disse o comandante Miguel Ângelo, piloto de jatos comerciais e diretor de segurança operacional da Aopa Brasil (Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves).

Segundo o engenheiro sênior Edward J. Rupke, em artigo publicado no site da revista Scientific American, estima-se que, em média, um avião comercial em operação nos Estados Unidos seja atingido por raios pelo menos uma vez por ano.

As fabricantes são obrigadas a fazer testes exaustivos em relação à resistência das aeronaves a altas descargas elétricas, como os raios. Quando isso acontece, a energia é direcionada às extremidades do avião, para se dissipar novamente na atmosfera. No entanto, se essa energia não consegue ser totalmente dissipada, a descarga elétrica pode afetar o funcionamento dos sistemas elétricos do avião.

“Não acho que é um problema do projeto, mas esse avião em particular podia estar com algum problema”, afirmou o comandante.

Dificuldade de controle do avião

Com danos no sistema elétrico, além de perder os computadores de bordo e informações importantes como velocidade e altitude do avião, o piloto pode enfrentar dificuldades para controlar o voo com precisão.

“Se o avião perde todo o sistema elétrico, perde também o fly-by-wire [controle eletrônico dos comandos do avião] e [o piloto] tem de controlar na mão. Aí justifica o pouso duro”, afirmou Shailon.

Incêndio não foi causado pelo raio

Apesar dos problemas que o raio possa ter causado ao avião, não foi ele que causou o incêndio que matou 41 das 78 pessoas a bordo. Vídeos do momento do pouso mostram que o avião pegou fogo somente após fazer um pouso muito duro.

Ao se aproximar da pista, o avião ganha levemente altura, desce, sobe de novo e mergulha fortemente em direção à pista. O choque violento resultou na quebra do trem de pouso principal e na batida da cauda do avião com a pista, ocasionando o incêndio na parte traseira.

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Para o comandante Miguel Ângelo, o avião estava muito rápido e sem controle total, mas ele descartou falar em imperícia do piloto. “Não sabemos até que ponto o raio comprometeu os sistemas do avião. Se apagou as telas e ele ficou sem informações de velocidade, pode ter sido isso. Se o avião estivesse em condições normais, talvez fosse imperícia, mas é difícil afirmar sem saber exatamente as condições de voo”, afirmou.

Demora na ação dos bombeiros

Para o engenheiro Shailo Ian, o mais crítico de toda a situação foi a demora na ação dos bombeiros do aeroporto de Sheremetyevo. Nos diversos vídeos que mostram o acidente, é possível ver as pessoas saírem do avião pelos tobogãs de emergência antes mesmo da chegada da equipe de bombeiros.

“O mais impressionante é a demora da equipe de solo. Onde estavam os bombeiros? O avião declarou emergência e eles tinha de estar prontos ao lado da pista. Quando o avião parasse já tinha de ter um monte de caminhão em volta. As mortes podem ter sido culpa do pessoal de solo”, afirmou.

As causas do acidente estão sob investigação pela agência russa de aviação. Um relatório preliminar deve ser divulgado em 30 dias.

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O dia em que o piloto deixou o filho brincar na cabine e derrubou um avião http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/03/23/acidente-aviao-aeroflot-filho-comandante-brinca-na-cabine-airbus-a310/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2018/03/23/acidente-aviao-aeroflot-filho-comandante-brinca-na-cabine-airbus-a310/#respond Fri, 23 Mar 2018 07:00:42 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=7145

Airbus A310 da Aeroflot que sofreu acidente em 1994 (Michel Gilliand/Wikimedia Commons)

Por Vinícius Casagrande

O acidente com o voo 593 da companhia aérea russa Aeroflot, na madrugada do dia 23 de março de 1994, é um dos mais surreais da história da aviação comercial. Com 75 pessoas a bordo, sendo 63 passageiros e 12 tripulantes, o Airbus A310 caiu após o comandante Yaroslav Kudrinsky colocar seu filho de apenas 16 anos em seu lugar durante o voo. Ninguém sobreviveu ao acidente.

O voo da Aeroflot decolou de Moscou (Rússia) com destino a Hong Kong (Região Administrativa da China). Mais de quatro horas após a decolagem, os filhos do comandante Yaroslav Kudrinsky resolveram visitar o pai na cabine de comando do Airbus A310. O jato era um dos mais modernos aviões da época e acabava de ser introduzido na frota da Aeroflot.

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Com os sistemas automatizados e clima calmo na região da Sibéria, onde sobrevoava naquele momento, Kudrinsky primeiro convidou a filha Yana, de 12 anos, para sentar na poltrona do comandante. Ele pede para que filha coloque as mãos no manche do avião, mas alerta para que ela não aperte nenhum botão.

O comandante aciona um comando do piloto automático para que o avião faça uma leve curva para esquerda. Dessa forma, o manche se inclina para a esquerda, e a menina tem a sensação de que está realmente pilotando o avião.

Filho assume comando e desliga o piloto automático

Depois de colocar o Airbus A310 no rumo original, é a vez do comandante Kudrinsky fazer a mesma brincadeira com o filho Eldar, de 16 anos. É aí que começam os problemas com o voo 593 da Aeroflot.

Empolgado com a sensação de pilotar um avião comercial, Eldar força demais o manche. O movimento mais brusco faz com que o piloto automático do avião seja parcialmente desligado. Com isso, mesmo após dar o comando para o piloto automático retornar ao rumo original, o avião continua aumentando a inclinação das asas.

Com o clima descontraído dentro da cabine de comando do Airbus A310, os pilotos verdadeiros do avião não percebem que algo de errado está acontecendo naquele momento. Somente quatro minutos depois, quando Eldar pergunta ao pai se o avião ainda deveria estar fazendo a curva, é que o comandante percebe o problema.

Mergulho em direção ao solo

Nesse momento, o avião já estava com as asas inclinadas em mais de 45º, acima dos limites recomendados pelo fabricante. Os pilotos demoraram a entender o que estava acontecendo. Enquanto isso, o avião chega a uma inclinação de quase 90º. Sem sustentação suficiente, o Airbus A310 começava um mergulho em direção ao solo.

O copiloto Igor Vasilyevich Piskaryov, que estava sentado na sua posição correta, tenta corrigir o problema. Ele consegue recuperar o avião e acabar com o mergulho. Somente neste momento, Kudrinsky consegue assumir novamente seu lugar na poltrona de comandante.

A manobra para tirar o avião do mergulho faz com que o Airbus A310 levante muito o nariz. Com isso, o avião perde sustentação novamente e inicia um novo mergulho, desta vez em parafuso (girando em torno do próprio eixo).

Vamos sair dessa, disse o comandante

Agora trabalhando em conjunto, os pilotos conseguem tirar o avião do movimento de parafuso e iniciar a recuperação do voo. O comandante chega a comemorar: “Nós vamos sair dessa. Está tudo bem”, disse, segundo as gravações de áudio da cabine. Mas era tarde demais. O avião já havia perdido muita altitude.

Na madrugada do dia 23 de março de 1994, o Airbus A310 da Aeroflot se choca com as montanhas a 20 quilômetros de Mejdurechensk (Rússia). O avião caiu sem fazer nenhum comunicado de emergência aos órgãos de controle de tráfego aéreo.

Durante as investigações, a Rússia tentou omitir o fato de que o filho do comandante estava no controle do avião quando os problemas do voo 593 da Aeroflot começaram. Autoridades chegaram a afirmar que o problema estava no projeto do avião e que, se fosse uma aeronave russa, o acidente não teria acontecido. Com o avanço das investigações, no entanto, ficou impossível esconder a verdade.

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Voo direto para Rússia na Copa? Só se o mundial fosse em 1994 ou 1998 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2017/12/07/voo-direto-russia-copa-do-mundo-rotas-extintas/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2017/12/07/voo-direto-russia-copa-do-mundo-rotas-extintas/#respond Thu, 07 Dec 2017 06:00:58 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=6599

Companhia aérea russa vou para o Brasil entre 1993 e 2000 (Divulgação)

Por Vinícius Casagrande

Os torcedores brasileiros que forem acompanhar a Copa do Mundo no ano que vem terão de fazer pelo menos uma conexão (troca de avião) em alguma cidade europeia antes de chegar à Rússia. Atualmente, nenhuma companhia aérea tem voos diretos entre os dois países. Mas no passado essa história já foi diferente.

Em 1993, a companhia aérea russa Aeroflot começou a operar voos regulares entre Moscou e São Paulo. Inicialmente, o voo era operado com um avião do modelo Ilyushin IL-62 e precisava de uma escala de reabastecimento em Salvador (BA).

No ano seguinte, o avião utilizado passou a ser o Ilyushin IL-96-300, que permitia fazer voos diretos entre Moscou e São Paulo. Assim, a escala em Salvador foi cancelada.

A presença da Aeroflot no Brasil, no entanto, não durou muito tempo. Os primeiros rumores do fim das operações da companhia aérea russa no Brasil começaram a surgir em 1998. No ano seguinte, a empresa paralisou suas operações no Brasil por alguns meses. Quando os voos foram retomados, passaram a ter escala em Tunis, na Tunísia. No ano 2000, a Aeroflot abandonou o Brasil em definitivo.

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Nos últimos anos, a companhia aérea russa chegou a fazer alguns voos fretados entre Moscou e São Paulo e Moscou e Rio de Janeiro. Em 2014, a empresa foi a responsável por trazer toda a delegação da seleção russa que disputou a Copa do Mundo no Brasil. Em 2016, a empresa transportou atletas, dirigentes e torcedores para as Olimpíadas do Rio de Janeiro.

Assim como a ligação direta com a Rússia, o Brasil já teve diversas outras rotas que foram extintas. Relembre algumas delas:

Companhia aérea israelense voou para o Brasil entre 2009 e 2011 (Divulgação)

São Paulo – Tel Aviv (Israel)

A rota entre o Brasil e Israel durou apenas dois anos. Em maio de 2009, a companhia aérea israelense El Al iniciou seus voos diretos entre Tel Aviv e São Paulo. As operações, no entanto, ficaram abaixo da expectativa da empresa e, em 2011, os voos foram suspensos.

Essa rota, no entanto, deve ser retomada no ano que vem. No mês passado, a Latam anunciou a intenção de fazer um voo direto para Tel Aviv. O voo sairá de Santiago (Chile), fará uma parada em São Paulo e seguirá direto para Israel. O trecho entre São Paulo e Tel Aviv deve ter duração de 14 horas e 30 minutos de voo. O voo da Latam deve começar a operar no final de 2018 com três frequências semanais.

Companhia aérea japonesa JAL encerrou suas atividades no Brasil em 2010 (Divulgação)

São Paulo e Rio de Janeiro – Tóquio (Japão)

Uma das rotas mais longas a partir do Brasil ligava São Paulo a Tóquio. Com mais de 18,5 mil quilômetros de distância entre as duas cidades, os aviões nunca tiveram capacidade para fazer o voo direto. A rota entre Brasil e Japão começou a ser operada em 1960 pela companhia aérea brasileira Real Aerovias e foi encerrada em 2010, quando a Japan Airlines deixou de voar para o país.

Os voos da Real Aerovias duraram pouco tempo. Em 1961, a empresa foi comprada pela Varig, que passou a fazer a ligação entre o Brasil e o Japão. No início, o voo decolava de São Paulo e fazia escalas em Lima (Peru), Los Angeles (EUA) e Honolulu (EUA) antes de chegar a Tóquio. A Varig também operava voos saindo do Rio de Janeiro.

Com o tempo e a aquisição de aviões mais modernos, as escalas foram sendo reduzidas. Nos últimos anos, a viagem fazia apenas uma escala em Los Angeles.

O último voo entre São Paulo e Tóquio foi realizado no dia 27 de setembro de 2010 pela Japan Airlines (JAL). A empresa operava no país desde 1978.

Nos anos 1980, Brasil teve ligação com o Iraque (Reprodução/Facebook)

Rio de Janeiro – Bagdá (Iraque)

Na década de 1980, o Brasil tinha uma ligação com o Iraque na rota entre Rio de Janeiro e Bagdá. O voo era operado pela companhia aérea iraquiana Iraqi Airways. O voo, no entanto, não era direto e precisava fazer algumas escalas no caminho.

As cidades de escala dependiam da época de operação dos voos e do modelo do avião utilizado na rota, além de outras estratégias da própria companhia aérea. Em determinada época, o voo fazia paradas em Amã (Jordânia) e Lisboa (Portugal). Quando encerrou definitivamente suas operações no Brasil, o voo da Iraqi Airways partia de Bagdá e fazia escalas em Larnaca (Chipre) e Lisboa antes de chegar ao Rio de Janeiro.

Etihad deixou de voar para o Brasil em março de 2017 (Divulgação)

São Paulo – Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos)

Atual sede da Copa do Mundo de Clubes da Fifa, Abu Dhabi deixou de ter uma ligação direta com o Brasil em março deste ano, quando a companhia aérea Etihad parou de operar no país. A empresa fazia voos diretos entre São Paulo e Abu Dhabi desde 2013.

Segundo a empresa, no período em que voou para o Brasil foram transportados mais de 460 mil passageiros. O voo direto entre as duas cidades tinha duração de 14 horas e 30 minutos.

O time do Grêmio, de Porto Alegre (RS), embarcou nesta quarta-feira (6) com destino a Abu Dhabi, onde disputará o mundial de clubes da Fifa. Sem um voo direto a partir do Brasil, os jogadores foram divididos em dois grupos. Parte da delegação fará escala em Londres (Inglaterra) e outra parte em Frankfurt (Alemanha).

O Brasil ainda tem uma ligação direta com os Emirados Árabes Unidos, mas ligando São Paulo e Rio de Janeiro a Dubai. O voo é operado pela companhia aérea Emirates. Na ligação com São Paulo, a viagem é feita com o Airbus A380, o maior avião de passageiros do mundo com capacidade para cerca de 500 passageiros. Já na rota com destino ao Rio de Janeiro, o avião utilizado é o Boeing 777, que pode levar cerca de 360 passageiros.

São Paulo – Bruxelas (Bélgica)

A cidade que abriga a sede da União Europeia não tem uma ligação direta com o Brasil desde abril de 2000, quando a Vasp encerrou todos os seus voos internacionais para a Europa e Estados Unidos.

O voo da companhia aérea brasileira era operado com o avião MD-11. A viagem saía de São Paulo, fazia uma parada em Recife (PE) ou Salvador e seguia para a capital da Bélgica. Além da Vasp, a companhia aérea belga Sabena também fez a ligação entre Bruxelas e São Paulo. O voo, no entanto, durou apenas entre 1998 e 1999.

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