acidente – Todos A Bordo http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br Todos a Bordo é o blog de aviação do UOL. Aqui você encontra as últimas informações, análises e notícias sobre o movimentado mundo das companhias aéreas, das fabricantes de aviões e de empresas aeroportuárias. Tue, 07 Jul 2020 19:46:06 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Veja o que as tragédias aéreas ensinaram para aumentar segurança dos aviões http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/06/16/tragedias-viram-aprendizado-seguranca-aviacao/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/06/16/tragedias-viram-aprendizado-seguranca-aviacao/#respond Sun, 16 Jun 2019 07:00:45 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=10249

Tenente-coronel Henry Munhoz exibe fotografia de destroços do voo AF 447 (Foto: Valter Campanato/ABr)

Na aviação, tudo que sai do planejado vira um aprendizado para a segurança no futuro. No decorrer dos anos, a indústria aeronáutica vem aprendendo e desenvolvendo novos sistemas para garantir que os acidentes não ocorram, assim como novos procedimentos que visam evitar novas tragédias.

Segundo Miguel Angelo Rodeguero, diretor de segurança operacional da AOPA Brasil (Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves), “como regra geral, a investigação de qualquer acidente leva a avanços na segurança operacional. Desde alterações operacionais para tripulantes até mudanças em projetos de aeronaves”.

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Também é preciso destacar que uma investigação feita pela Aeronáutica tem como objetivo o aprimoramento da segurança, e não a busca de incriminar algum culpado pelos acidentes ou incidentes.

“O que se busca nos dias atuais é entender o que pode acontecer para evitar que acidentes ocorram. O conceito é entender os perigos existentes para mitigar os riscos das situações. Hoje o trabalho em segurança operacional é voltado bastante para a prevenção, antes que incidentes ou acidentes aconteçam”, diz Rodeguero.

Veja a seguir algumas das mudanças operacionais e inovações em segurança ocasionadas após episódios tristes na aviação:

Avião que realizou o voo MH-370, desaparecido em 2014 (Foto: Laurent Errera/L’Union, France)

Desaparecimento do voo MH-370 (14/3/2014)
Histórico: O voo MH-370, da Malaysia Airlines, desapareceu sobre o oceano Índico com 239 pessoas a bordo. O Boeing 777 fazia a rota entre Kuala Lumpur (Malásia) e Pequim (China), e até hoje não foram encontradas informações que levam ao paradeiro do avião.
Principal aprendizado:
– A criação de um sistema de rastreamento global por meio de GPS para os aviões, que ainda está sendo implementado.

Destroço do voo AF447 sendo resgatado do oceano (Foto: Flickr/louisvolant)

Queda do voo AF 447 (1º/6/2009)
Histórico: O voo partiu do Rio de Janeiro com destino a Paris (França) no dia 31/5/2009 e caiu no oceano Atlântico durante a madrugada. As caixas-pretas foram encontradas apenas dois anos depois, em 1º de maio de 2011. O relatório final apontou uma série de erros como a causa da queda, com destaque para o congelamento do tubo de pitot, uma sonda que capta a pressão do ar e indica a velocidade do avião em relação ao vento.
Principais aprendizados:
– Melhora no sistema de busca e salvamento entre a costa do Brasil e Senegal.
– Troca dos modelos do tubo de pitot dos aviões e melhora da capacidade de descongelamento das sondas.

Avião da Germanwings, que foi arremessado contra os Alpes suíços em 2015 (Foto: Sebastien Mortier)

Queda do voo Germanwings 9525 (24/3/2015)
Histórico: Um Airbus A320 partiu da Espanha com destino à Alemanha, mas acabou caindo nos Alpes suíços. A queda foi causada intencionalmente pelo copiloto, que já havia sido tratado por apresentar tendências suicidas e não havia comunicado a companhia. Ele aproveitou o momento em que o comandante saiu da cabine de comando, trancou a porta por dentro e iniciou a descida controlada até se chocar contra os Alpes suíços.
Principal aprendizado:
– Diversos órgãos reguladores da aviação pelo mundo passaram a exigir a presença constante de, pelo menos, dois tripulantes na cabine de comando. Caso um dos pilotos precise sair, um(a) comissário(a) deve ficar na cabine com o outro.

Simulação de como ocorreu o acidente de Tenerife. A neblina foi retirada na imagem para permitir visualizar os aviões (Imagem: Wikimedia Commons)

Desastre de Tenerife (27/3/1977)
Histórico: Dois aviões Boeing 747 (um da KLM e outro da Pan AM) colidiram durante a decolagem na ilha espanhola. Um dos aviões começou a acelerar para decolar enquanto outro estava na pista taxiando para aguardar sua vez de partir. Com a forte neblina no local, as pistas de taxiamento estavam bloqueadas, e os pilotos não conseguiam enxergar quase nada a sua frente. Ao todo, 583 pessoas morreram, e esse é considerado o maior desastre aéreo da história.
Principais aprendizados:
– Criação de fraseologia padrão, para evitar confusões durante as comunicações.
– Adoção do inglês como língua internacional da aviação.
– Cotejamento das instruções, que consiste em repetir o que foi dito pelos órgãos de controle do tráfego aéreo para se ter certeza de que a mensagem foi compreendida.

Atentado de 11 de setembro contra o World Trade Center (Foto: Michael Foran)

Atentados de 11 de setembro de 2001
Histórico: Um grupo de terroristas sequestrou quatro aviões com a intenção de atirá-los contra diversos locais nos Estados Unidos no dia 11/9/2001. Dois atingiram as Torres Gêmeas, no World Trade Center, em Nova York. Outro avião atingiu o prédio do Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Um quarto avião foi derrubado antes de chegar ao seu destino. Ao todo, estima-se que cerca de 3.000 pessoas morreram e outras 6.000 ficaram feridas no episódio.
Principais aprendizados:
– Proibição de embarque na bagagem de mão com líquidos acima de 100 ml.
– Uma parte dos viajantes deve remover os sapatos em alguns pontos de verificação.
– A maioria dos viajantes deve remover os produtos de higiene pessoal e os laptops das sacolas.
– As portas das cabines de comando passaram a ficar trancadas durante os voos.

Avião do voo Eastern 401 que se acidentou em 1972. Diversas de suas peças foram reaproveitadas em outros aviões (Foto: Jon Proctor)

Queda do voo Eastern 401 (29/12/1972)
Histórico: Perto do pouso do voo Eastern 401 em Miami (EUA), a luz que indica que o trem de pouso do Lockheed Tristar estaria baixado não acendeu. Todos na cabine de comando se preocuparam apenas com essa luz, e o piloto automático foi desconectado de maneira que nenhum dos pilotos percebeu. O avião foi descendo devagar até chocar-se com o chão, em uma região pantanosa, o que absorveu parte do impacto. Havia 176 pessoas a bordo, das quais 101 morreram.
Curiosidade: Esse acidente deu origem a um livro e um filme, ambos intitulados “O fantasma do voo 401”. As obras retratam rumores de que os fantasmas do capitão e do oficial do Eastern 401 foram vistos em outros aviões que utilizaram as peças do avião do voo que caiu, procedimento autorizado à época.
Principais aprendizados:
– Melhora no treinamento dos pilotos para tornar a resolução de problemas na cabine mais ágil.
– Lanterna passou a ser um item obrigatório na cabine de comando, para melhorar a visualização de diversos itens.
– Todos os assentos onde os comissários se sentam passaram a ter cinto de segurança. À época, apenas os bancos virados para a frente da aeronave possuíam o item de segurança.

Destroços do voo 52 da Avianca Colômbia (Foto: NTSB)

Queda do voo 52 da Avianca Colômbia (25/1/1990)
Histórico: O Boeing 707 da Avianca Colômbia que havia partido da Bogotá caiu próximo a Nova York (EUA) sem combustível, porque a tripulação não informou a emergência por dificuldades de entendimento da língua inglesa. Das 158 pessoas a bordo, 73 morreram.
Principal aprendizado:
– Desenvolvimento de cursos de CRM (Cockpit Resources Management, ou Gerenciamento de Recursos de Tripulação), que buscam trabalhar com as pessoas envolvidas na operação, para que os recursos sejam todos utilizados da melhor maneira possível.

Cartaz com imagens de como seria o passageiro D. B. Cooper (Foto: Reprodução)

Reprodução de como teria ocorrido a fuga de Dan Cooper do Boeing 727 (Imagem: Reprodução)

Sequestro do voo 305 da Northwest Airlines (24/11/1971)
Histórico: Um passageiro identificado como Dan Cooper sequestrou um Boeing 727 e deu orientações à tripulação para pousar em Seattle (EUA), abastecer e desembarcar passageiros. Ele ainda exigiu um resgate de US$ 200 mil em valores da época. Decolaram em seguida rumo ao México, com instruções de voar baixo e devagar. Durante o voo, o sequestrador abriu a porta traseira do avião (ainda existente no modelo) e saltou de paraquedas com o dinheiro do resgate. Dan Cooper nunca mais foi encontrado.
Principais aprendizados:
– Incorporação de um dispositivo de segurança no 727, chamada trava Cooper, que impede a abertura em voo da porta traseira naquele modelo.
– Introdução de medidas de segurança amplamente conhecidas hoje, como a identificação dos passageiros e bagagens.

Colisões contra o solo
Histórico: Diversos acidentes do tipo CFIT (Controled Flight into Terrain, ou colisão com o solo em voo controlado) ocorreram ao longo das décadas, até serem elaborados equipamentos para antecipar este tipo de ocorrência. Os acidentes CFIT ocorrem com o avião em plenas condições de voo. Sem qualquer falha no avião e sem que os pilotos percebam, a aeronave voa em direção ao solo ou a uma montanha, terminando em colisão.
Principal aprendizado:
– Por volta dos anos 1960 e 1970, os aviões passaram a incorporar um equipamento chamado GPWS (Ground Proximity Warning System). Esse equipamento informa a proximidade do avião com o solo, a elevação do terreno ou se há algum obstáculo na trajetória de voo. Hoje em dia, já há sua versão Enhanced (EGPWS), ou seja, aprimorada, que proporcionou uma sensível diminuição nos acidentes tipo CFIT.

Tela de um sistema TCAS (Foto: Domínio Público)

Colisões no ar
Histórico: Apesar da segurança e da distância entre os aviões em voo, ainda é possível ocorrer uma colisão entre duas aeronaves no ar, mesmo que remotamente.
Principal aprendizado:
– Desenvolvimento do TCAS (Trafic Collision and Avoidance System, ou Sistema de Alerta de Tráfego e Evitação de Colisão), equipamento que detecta a proximidade com outro avião e pode determinar qual a atitude que o piloto deve tomar para evitar uma colisão. Em décadas de existência, o TCAS evitou inúmeras colisões no ar, diz Rodeguero. Um exemplo desse tipo de acidente é o ocorrido com o voo 1907 da Gol, que caiu na floresta amazônica em 2006 após uma batida com um jato Legacy. Nesse caso, ambos os aviões possuíam o equipamento, mas o jato Legacy não estava com o sistema anticolisão do avião ativado, o que impossibilitou a atuação do TCAS e causou a colisão no ar.

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Modelo de avião que levava Gabriel Diniz teve 26 acidentes em 9 anos http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/05/27/modelo-de-aviao-que-levava-gabriel-diniz-teve-26-acidentes-em-9-anos/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/05/27/modelo-de-aviao-que-levava-gabriel-diniz-teve-26-acidentes-em-9-anos/#respond Mon, 27 May 2019 21:16:58 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=10098 Erramos: este conteúdo foi alterado

O modelo de avião que transportava o cantor Gabriel Diniz (autor do hit “Jenifer”) e caiu hoje na região de Porto do Mato, em Estância (SE), um Piper Cherokee P28A, registrou 26 acidentes de 2009 a 2018, com quatro mortes ao todo. O acidente de hoje não foi computado nesta conta. Os dados são do Sipaer (Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), ligado ao Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da Aeronáutica.

A maior parte das ocorrências se deve à falha do motor em voo (seis ocorrências), perda de controle no solo (também seis ocorrências) e perda de controle em voo (com três ocorrências ao todo).

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As investigações do Cenipa apontam que a maioria dos acidentes foi causada em decorrência de escolhas equivocadas tomadas pelos pilotos (dez ocorrências). Em abril, o país contava com o registro de 299 unidades desse modelo com autorização para voar, segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

O Seripa II (Segundo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), de Pernambuco (PE), órgão regional do Cenipa, investiga as causas do acidente.

Segundo a agência, o avião foi fabricado em 1974 e tinha capacidade para transportar até três passageiros e o piloto.

Táxi-aéreo clandestino

A aeronave que caiu nessa tarde poderia estar realizando o Taca (Transporte Aéreo Clandestino). O transporte de passageiros é fiscalizado pela Anac e precisa de autorização para ser realizado.

Segundo a agência, ao contratar um táxi-aéreo, o usuário deve se certificar de que a empresa tem autorização para prestar o serviço por meio da lista de prestadoras autorizadas.

Por meio do site da Anac ou do aplicativo Voe Seguro – Consulta de Táxi-Aéreo Pirata (disponível para o sistema Android), é possível checar se a empresa possui licença para prestar o serviço e se a aeronave está autorizada a transportar passageiros.

Se você encontrar alguma empresa ou pessoa oferecendo o táxi-aéreo clandestino, é importante denunciar à agência para evitar riscos e manter a segurança aérea. A Anac realiza a campanha “Voe seguro, não use táxi-aéreo clandestino”, que tem a iniciativa de incentivar a pesquisa de informações antes de se contratar o transporte aéreo. As denúncias podem ser feitas pelo telefone 163 diretamente à Anac.

Errata: o texto foi atualizado
10/06/2019 às 15h19
Uma versão anterior deste texto não informava o nome do modelo do avião, Piper Cherokee P28A. A informação foi incluída no texto. 

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Avião que levava cantor Gabriel Diniz não tinha autorização para táxi aéreo http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/05/27/aviao-gabriel-diniz-nao-tinha-autorizacao-taxi-aer/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/05/27/aviao-gabriel-diniz-nao-tinha-autorizacao-taxi-aer/#respond Mon, 27 May 2019 19:29:50 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=10088

Avião Piper Cherokee do Aeroclube de Alagoas, que transportava o cantor Gabriel Diniz (Reprodução/Instagram/kartypilot)

O avião que transportava o cantor Gabriel Diniz, autor do hit “Jenifer”, não tinha autorização para realizar táxi aéreo, segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). O modelo que levava o músico de 28 anos, um Piper Cherokee, caiu hoje na região de Porto do Mato, em Estância (SE).

O Cherokee está registrado em nome do Aeroclube de Alagoas desde outubro de 1988 e tinha seu certificado de aeronavegabilidade (documento que autorizava sua operação) válido até o ano de 2023 e a declaração de Inspeção Anual de Manutenção com validade até março de 2020.

Leia também:

A reportagem do UOL entrou em contato com o Aeroclube de Alagoas, mas até agora não obteve a resposta se a aeronave fazia o transporte aéreo clandestino. A Anac analisa as circunstâncias do acidente, se o transporte era clandestino ou se estava sendo feito algum treinamento no momento.

Segundo a agência, o avião foi fabricado em 1974 e tinha capacidade para transportar até três passageiros e o piloto.

Em abril, o país contava com o registro de 299 unidades desse modelo com autorização para voar.

Como é o teste de um avião novo, que inclui até queda de barriga

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Como avião pousa sem as rodas da frente, como aconteceu com jato da Embraer http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/05/14/pouso-aviao-sem-rodas-da-frente/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/05/14/pouso-aviao-sem-rodas-da-frente/#respond Tue, 14 May 2019 07:00:40 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=9960

O pouso de emergência de um jato Embraer 190 em Mianmar no domingo (12) foi classificado pelas autoridades de aviação civil do país como “uma proeza do piloto”. Com problemas no trem de pouso dianteiro, o piloto da Myanmar Airlines teve de aterrissar sem as rodas da frente, arrastando o nariz do avião pela pista. Estavam a bordo 89 pessoas e ninguém se feriu.

O comandante Miguel Ângelo, piloto de jatos comerciais e diretor de Segurança Operacional da Aopa Brasil (Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves), afirmou que a manobra mostrou o bom treinamento do piloto, mas que não chega a ser uma proeza nem milagre. “É um procedimento que faz parte do treinamento de todo piloto bem preparado. Treinamos bastante em simulador”, afirmou.

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Fogo, fumaça, água: saiba como é o treinamento para emergências aéreas

O problema foi verificado pelos pilotos durante o procedimento de aproximação ao aeroporto de Mandalay, a segunda maior cidade de Mianmar. Ao baixar o trem de pouso, os computadores de bordo alertaram que as rodas dianteiras não haviam descido. O avião deu duas voltas sobre a pista para que os controladores do aeroporto confirmassem a situação do equipamento.

Segundo o vice-diretor de Aviação Civil de Mianmar, Ye Htut Aung, o piloto tentou acionar o trem de pouso pelos computadores de bordo e também mecanicamente. Quando falham os sistemas hidráulico ou elétrico, o piloto pode tentar baixar o equipamento por meio de uma alavanca manual dentro da cabine.

Como é o pouso de emergência

Como nada resolveu o problema, o piloto teve de fazer uma aterrissagem de emergência mesmo sem as rodas dianteiras do trem de pouso. O comandante Miguel Ângelo afirmou que, nesses casos, o primeiro procedimento para garantir a segurança é o piloto sobrevoar a região pelo maior tempo possível para queimar combustível, diminuindo o peso do avião e o risco de uma explosão durante o pouso.

Com os tanques praticamente vazios, o piloto se encaminha para o pouso definitivo. O procedimento para tocar a pista é praticamente o mesmo de uma aterrissagem normal, mas com velocidade ainda mais reduzida.

Todo avião toca obrigatoriamente primeiro com o trem de pouso principal (as rodas que ficam na parte central do avião). “O piloto faz o pouso normal, tocando as rodas do trem principal. A diferença é que, nesse caso, o piloto segura o nariz o máximo possível até diminuir a velocidade. O nariz toca o chão já bem devagar”, afirmou.

Problema nas rodas centrais é mais perigoso

Segundo o comandante, o problema poderia ser bem mais crítico se a pane fosse no trem de pouso principal.

“Sem as rodas do trem principal, o impacto é direto na barriga do avião e pode ter danos mais sérios, como quebrar uma asa e ter vazamento de combustível”, disse.

Casos semelhantes no Brasil

Casos como o do Embraer 190 não são comuns, mas já aconteceram algumas vezes no mundo.

Em 2014, um Fokker 100 da Avianca fez um pouso bastante semelhante no aeroporto de Brasília. O jato também apresentou problemas no trem de pouso dianteiro, e o piloto teve de fazer um pouso de emergência. Havia 44 passageiros e cinco tripulantes, e ninguém ficou ferido.

Em 2017, um jato executivo que transportava o então senador Aécio Neves (PSDB) também teve problemas no trem pouso. Durante a decolagem, um dos pneus estourou. Com esse problema, o trem de pouso quebrou no pouso. A fuselagem do avião tocou o chão e o avião saiu da pista. Também não houve feridos.

Veja aterrissagem da Avianca sem trem de pouso

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Raios podem danificar avião e causar acidentes, como aconteceu na Rússia? http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/05/08/acidente-aviao-russia-raio/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/05/08/acidente-aviao-russia-raio/#respond Wed, 08 May 2019 07:00:00 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=9905

O avião russo Sukhoi Superjet-100 da companhia aérea Aeroflot, que pegou fogo durante o pouso no último domingo (5), teria sido atingido por um raio. Segundo o comandante Denis Evdokimov, o raio causou a perda de parte dos equipamentos.

“Por causa do raio, perdemos o contato de rádio e passamos para o regime de pilotagem mínima (…) Ou seja, sem um computador como de costume, mas de maneira direta. Em regime de emergência”, afirmou o piloto ao jornal russo “Komsomolskaya Pravda”.

Especialistas ouvidos pelo Todos a Bordo afirmam que não é impossível um raio causar danos ao avião, mas é algo extremamente raro. “Tem de ser um raio muito forte, que acontece um em um milhão. Se for um raio comum, não é para acontecer nada”, afirmou Shailon Ian, engenheiro aeronáutico e CEO da Vinci Aeronáutica.

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“Ser atingido por um raio é algo comum, o que não é comum é o avião sofrer algum problema por conta disso. Já fui atingido por raio em voo e nada aconteceu”, disse o comandante Miguel Ângelo, piloto de jatos comerciais e diretor de segurança operacional da Aopa Brasil (Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves).

Segundo o engenheiro sênior Edward J. Rupke, em artigo publicado no site da revista Scientific American, estima-se que, em média, um avião comercial em operação nos Estados Unidos seja atingido por raios pelo menos uma vez por ano.

As fabricantes são obrigadas a fazer testes exaustivos em relação à resistência das aeronaves a altas descargas elétricas, como os raios. Quando isso acontece, a energia é direcionada às extremidades do avião, para se dissipar novamente na atmosfera. No entanto, se essa energia não consegue ser totalmente dissipada, a descarga elétrica pode afetar o funcionamento dos sistemas elétricos do avião.

“Não acho que é um problema do projeto, mas esse avião em particular podia estar com algum problema”, afirmou o comandante.

Dificuldade de controle do avião

Com danos no sistema elétrico, além de perder os computadores de bordo e informações importantes como velocidade e altitude do avião, o piloto pode enfrentar dificuldades para controlar o voo com precisão.

“Se o avião perde todo o sistema elétrico, perde também o fly-by-wire [controle eletrônico dos comandos do avião] e [o piloto] tem de controlar na mão. Aí justifica o pouso duro”, afirmou Shailon.

Incêndio não foi causado pelo raio

Apesar dos problemas que o raio possa ter causado ao avião, não foi ele que causou o incêndio que matou 41 das 78 pessoas a bordo. Vídeos do momento do pouso mostram que o avião pegou fogo somente após fazer um pouso muito duro.

Ao se aproximar da pista, o avião ganha levemente altura, desce, sobe de novo e mergulha fortemente em direção à pista. O choque violento resultou na quebra do trem de pouso principal e na batida da cauda do avião com a pista, ocasionando o incêndio na parte traseira.

Avião tenta pousar, bate contra o chão e pega fogo em Moscou

Para o comandante Miguel Ângelo, o avião estava muito rápido e sem controle total, mas ele descartou falar em imperícia do piloto. “Não sabemos até que ponto o raio comprometeu os sistemas do avião. Se apagou as telas e ele ficou sem informações de velocidade, pode ter sido isso. Se o avião estivesse em condições normais, talvez fosse imperícia, mas é difícil afirmar sem saber exatamente as condições de voo”, afirmou.

Demora na ação dos bombeiros

Para o engenheiro Shailo Ian, o mais crítico de toda a situação foi a demora na ação dos bombeiros do aeroporto de Sheremetyevo. Nos diversos vídeos que mostram o acidente, é possível ver as pessoas saírem do avião pelos tobogãs de emergência antes mesmo da chegada da equipe de bombeiros.

“O mais impressionante é a demora da equipe de solo. Onde estavam os bombeiros? O avião declarou emergência e eles tinha de estar prontos ao lado da pista. Quando o avião parasse já tinha de ter um monte de caminhão em volta. As mortes podem ter sido culpa do pessoal de solo”, afirmou.

As causas do acidente estão sob investigação pela agência russa de aviação. Um relatório preliminar deve ser divulgado em 30 dias.

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Caixa-preta mostra como pilotos tentaram evitar queda de Boeing na Etiópia http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/04/10/caixa-preta-queda-boeing-737-max-8-etiopia/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/04/10/caixa-preta-queda-boeing-737-max-8-etiopia/#respond Wed, 10 Apr 2019 07:00:03 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=9634

Boeing 737 Max 8 da Ethiopian Airlines (Divulgação)

O acidente com o Boeing 737 Max 8 da Ethiopian Airlines completa um mês nesta quarta-feira (10). Foi a segunda queda de um avião do modelo em menos de cinco meses (outro Boeing 737 Max 8 da Lion Air havia caído em outubro na Indonésia).

Os relatórios preliminares dos dois acidentes apontam para falhas no sistema MCAS, que serviria para evitar o estol (perda de sustentação do avião). Com indícios de falha de projeto, todos os mais de 350 aviões do modelo foram impedidos de voar enquanto a Boeing prepara uma atualização do sistema para corrigir as falhas.

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A investigação detalhada sobre as causas do acidente com o avião da Ethiopian Airlines ainda estão em andamento. A agência de investigação de acidentes aeronáuticos da Etiópia divulgou um relatório preliminar sobre a queda do Boeing 737 Max 8, que aponta as possíveis causas da queda do avião. O acidente matou todas as 157 pessoas a bordo (149 passageiros e oito tripulantes).

Nas 33 páginas do relatório, a agência etíope descreve em detalhes como foram os seis minutos entre a decolagem e a queda do Boeing 737 Max 8. Dados das caixas-pretas do avião mostram os problemas do avião e a luta dos pilotos para retomar o controle da aeronave e tentar evitar o acidente.

O comandante tinha 29 anos de idade e experiência de 8.122 horas de voo, sendo 1.417 no Boeing 737 e 103 na versão 737 Max 8. Ao seu lado, o copiloto do voo tinha 25 anos de idade e experiência de 361 horas de voo, sendo 207 no Boeing 737 e 56 na versão 737 Max 8.

Veja os principais eventos durante os seis minutos de voo, no horário local de Adis Abeba:

08:37:34: A torre de controle do aeroporto de Adis Abeba (Etiópia) autoriza a decolagem do voo ET-302 com destino a Nairóbi (Quênia). É um dia de céu claro, com pouco vento e temperatura de 16 ºC. O Boeing 737 Max 8 de prefixo ET-AVJ estava quase cheio, com 149 passageiros de 35 nacionalidades diferentes.

08:38:00: O comandante acelera os motores a 94% da potência máxima, e o Boeing 737 Max 8 começa a corrida de decolagem pela pista 07R do aeroporto de Adis Abeba, localizado a 2.333,5 metros acima do nível do mar. Os dados da caixa-preta mostram que a decolagem ocorreu normalmente.

08:38:44: Os problemas do voo começam segundos após a decolagem. O sensor esquerdo de ângulo de ataque (que mede a inclinação do avião) apresenta leitura inconsistente. Em três ou quatro segundos, a indicação do sensor esquerdo cai para 11,1º, sobe para 35,7º e chega a 74,5º. Enquanto isso, o sensor direito indica o ângulo de 14,94º, chegando ao máximo de 15,3º.

Com a indicação de ângulo de ataque elevado, o avião começa a emitir alertas de risco de estol. O manche do comandante começa a ter uma forte vibração em função do sistema de alarme de perda de sustentação. Os sensores também mostram divergências de dados de velocidade e altitude.

08:39:22: Ao atingir 1.000 pés (305 metros) de altura em relação ao solo, o piloto automático foi ativado, mas se desligaria 33 segundos depois. O avião estava programado para subir até 32 mil pés (9.750 metros). A velocidade naquele momento era de 238 nós (440 km/h).

08:39:45: O comandante solicita ao copiloto o recolhimento dos flapes (dispositivos de hipersustentação localizados na parte de trás da asa). Com o flapes recolhidos, é acionado o sistema MCAS do Boeing 737 Max 8. O avião faz uma curva de mais de 90º.

08:40:00: Cinco segundos após o piloto automático ser desligado, o sistema MCAS entra em ação pela primeira vez e baixa o nariz do avião durante nove segundos, causando uma leve perda de altitude. Ao mesmo tempo, o avião emite um alerta de “não afunde” por conta da baixa altitude. Os pilotos conseguem retomar o controle e levantar novamente o nariz do avião para ganhar altitude.

08:40:20: O nariz do avião volta a baixar por conta da ação do MCAS. O sistema de alerta de proximidade do solo emite o sinal de “não afunde” durante oito segundos. O comandante pede a ajuda do copiloto para conseguir estabilizar o avião.

08:40:35: O copiloto sugere desligar o controle de compensação elétrica do profundor (que fazem o avião subir ou descer). O comandante concorda. É o sinal de que eles perceberam que a falta de controle estava sendo causada pelo MCAS. Com o sistema desligado, o MCAS também é desativado. Mesmo assim, o avião baixa o nariz pela terceira vez.

08:40:50: O copiloto avisa ao controle de tráfego aéreo que estão com problemas de controle do voo.

08:41:46: Com o controle de compensação elétrica desligado, os pilotos não conseguem colocar o compensador dos profundores em posição neutra, e o avião continua com a tendência de baixar o nariz. Além disso, os pilotos mantêm os motores na potência máxima. Com isso, precisam exercer força excessiva nos manches para levantar o nariz do avião.

08:42:10: O copiloto pede ao controle de tráfego aéreo para retornar ao aeroporto de Adis Abeba. Com a autorização concedida, o comandante faz uma curva à direita em direção ao oeste para voltar ao aeroporto.

08:43:04: O comandante se esforça para manter o nariz do avião levantado, enquanto o Boeing da Ethiopian continua com a tendência constante de baixar o nariz. Com o controle de compensação elétrica desligado, a única forma de manter o nariz levantando é puxando o manche. O comandante solicita ajuda do copiloto para conseguir manter a inclinação correta do avião.

08:43:11: Os pilotos acionam o controle elétrico de compensação do profundor por duas vezes para tentar estabilizar manualmente o avião sem a necessidade de forçar o manche. Há uma leve alteração da compensação para manter o nariz levantado.

08:43:20: Cinco segundos após o último comando manual no sistema elétrico de compensação do profundor, há um comando automático do sistema, e o Boeing 737 Max 8 inicia um mergulho. O sistema MCAS estava ativado novamente. Comandante e copiloto puxam ao mesmo tempo os manches para levantar o avião, mas ele continua em queda. O Boeing da Ethiopian desce com uma inclinação de 40º.

08:44:00: Os pilotos não conseguem retomar o controle do avião, e o Boeing 737 Max 8 cai seis minutos após a decolagem. O impacto com o solo aconteceu a 850 km/h.

Por que os voos com o 737 Max foram suspensos no mundo

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Vídeos mostram 5 vezes em que shows aéreos acabaram em acidentes http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/03/30/videos-acidentes-shows-aereos/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/03/30/videos-acidentes-shows-aereos/#respond Sat, 30 Mar 2019 07:00:23 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=9519

A acrobacia aérea é uma das atividades mais arriscadas da aviação. Para realizar manobras como loopings (giro vertical de 360 graus), parafuso (queda livre girando) ou mesmo voos em formação com vários aviões, os pilotos precisam de um treinamento exaustivo. Mesmo com toda preparação, muitos acidentes acontecem durante apresentações dos shows aéreos em todo o mundo (veja cinco acidentes no vídeo acima).

Esses espetáculos atraem uma multidão para assistir às apresentações das esquadrilhas mais famosas do mundo. Com a proximidade do público, quando algo sai errado, as pessoas em terra firme também ficam vulneráveis.

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Um dos acidentes mais graves em uma apresentação desse tipo aconteceu em 2002 durante o Sknyliv Air Show, na Ucrânia. Mais de 10 mil pessoas assistiam às manobras realizadas pelo caça russo Sukhoi Su-27 quando os dois pilotos a bordo perderam o controle do avião. Eles conseguiram se ejetar do caça, mas após a queda o avião atingiu parte do público, matando 77 pessoas e deixando outras 543 feridas.

Outro caso famoso aconteceu durante o show aéreo de Ramstein, na Alemanha, em 1988. A esquadrilha da Força Aérea Italiana Frecce Tricolori fazia uma apresentação com dez aviões Aermacchi MB-339. Em uma das manobras, os aviões deveriam se cruzar no ar a curta distância. Por erro de um dos pilotos, três aviões se chocaram. As aeronaves explodiram no ar e foram lançadas em direção à plateia. Além dos três pilotos, morreram mais 67 pessoas e mais de 500 ficaram feridas.

No caso do acidente durante o Shoreham Air Show de 2015, na Inglaterra, a queda de um jato militar atingiu uma estrada próxima ao local de apresentação. O jato realizava um looping, mas não conseguiu retomar a altitude no final da descida e se chocou com a rodovia, atingindo diversos carros. O piloto conseguiu se ejetar antes da queda, mas o acidente deixou 11 mortos e 16 pessoas feridas.

O acidente em Reno, nos Estados Unidos, não foi durante uma manobra de acrobacia. Os pilotos disputavam a tradicional corrida aérea local, quando o piloto de um avião North American P-51D Mustang perdeu o controle e caiu bem em frente ao público. O piloto e dez espectadores morreram no acidente e outras 69 pessoas ficaram feridas.

O Paris Air Show é uma das principais feiras de aviação do mundo. É o local preferido para as fabricantes apresentarem seus novos projetos. Em 1999, a russa Sukhoi apresentava na feira o caça Su-30MKI. Depois de realizar diversas manobras, o caça faria uma passagem a baixa altura sobre a pista. Durante a manobra, o avião tocou levemente o chão. Os pilotos conseguiram ganhar altura novamente, mas o toque no solo danificou um dos motores, que começou a pegar fogo. Os pilotos conseguiram se ejetar antes da queda e o acidente não deixou feridos ou mortos.

Para ser piloto da Esquadrilha da Fumaça, precisa ter 1.500 horas de voo

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Após acidente, aéreas suspendem uso de 70% dos Boeing 737 Max no mundo http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/03/12/companhias-aereas-suspendem-operacao-boeing-737-max/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/03/12/companhias-aereas-suspendem-operacao-boeing-737-max/#respond Tue, 12 Mar 2019 22:59:41 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=9271

Boeing 737 Max 8 (Divulgação)

Cerca de 70% dos aviões da família Boeing 737 Max estavam parados em todo o mundo até a noite de hoje. O novo modelo do jato comercial mais vendido do mundo teve as operações suspensas por diversas companhias aéreas após o acidente com um avião da Ethiopian Airlines no domingo. Das 350 unidades entregues pela Boeing, 239 estão paradas.

Um avião do mesmo modelo, da Lion Air, caiu em outubro do ano passado, na Indonésia. Nos dois casos, há suspeita de que os sistemas de prevenção de estol (perda de sustentação) tenham falhado, causando a queda dos aviões. As semelhanças nas características dos dois acidentes gerou dúvidas sobre a segurança do modelo.

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Por precaução, mais de 30 companhias aéreas de todo o mundo decidiram suspender suas operações com o Boeing 737 Max. No Brasil, a Gol paralisou os voos com o modelo na noite de ontem. A companhia tem sete aviões do modelo.

Além das companhias aéreas, muitos países também proibiram a operação do 737 Max. A China foi a primeira a ordenar que todas as companhias do país deixassem os aviões em solo até que a situação seja esclarecida. As empresas chinesas têm mais de cem aviões do modelo.

Hoje, a Easa (agência de aviação civil da União Europeia) também fechou seu espaço aéreo para operação de aviões 737 Max. A medida afeta 32 países do bloco.

A Boeing afirmou que tem total confiança na segurança de seu avião e que não há motivos para a suspensão das operações do 737 Max. A fabricante promete também liberar uma atualização do software, que corrigiria o problema que teria causado os acidentes.

Veja as companhias que suspenderam as operações e quantos aviões 737 Max elas possuem:

  • 9 Air (China) – 3
  • Aerolineas Argentinas (Argentina)– 5
  • Aeromexico (México) – 6
  • Air China (China) – 15
  • Air Italy (Itália) – 3
  • Cayman Airlines (Ilhas Cayman) – 2
  • China Eastern Airlines (China) – 3
  • China Southern Airlines (China) – 26
  • Comair (África do Sul) – 1
  • Eastar Jet (Coreia do Sul) – 2
  • Ethiopian Airlines (Etiópia) – 4
  • FlyDubai (Emirados Árabes Unidos) – 14
  • Fuzhou Airlines (China) – 2
  • Garuda Indonesia (Indonésia) – 1
  • Gol (Brasil) – 7
  • Hainan Airlines (China) – 11
  • Icelandair (Islândia) – 3
  • Kunming Airlines (China) – 2
  • Lion Air (Indonésia) – 10
  • Lot Polish (Polônia) – 5
  • Lucky Air (China) – 3
  • Mongolian Airlines (Mongólia) – 1
  • Norwegian Air (Noruega) – 18
  • OKAir (China) – 2
  • Oman Air (Omã) – 5
  • Royal Air Maroc (Marrocos) – 1
  • Shandong Airlines (China) – 7
  • Shangai Airlines (China) – 12
  • Shenzhen Airlines (China) – 6
  • SilkAir (Singapura) – 7
  • SpiceJet (Índia) – 14
  • TUI fly (Alemanha e outros países da Europa) – 16
  • Turkish Airlines (Turquia) – 12
  • Xiamen Airlines (China) – 10

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Após suspender Boeing 737 Max 8, Gol cancela 3 voos aos EUA nesta terça http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/03/12/gol-boeing-737-max8-cancelamento-voos-eua/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/03/12/gol-boeing-737-max8-cancelamento-voos-eua/#respond Tue, 12 Mar 2019 16:42:34 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=9240

Gol recebeu primeiro Boeing 737 Max 8 no final de junho (Divulgação)

Um dia depois de anunciar a suspensão das operações com o avião Boeing 737 Max 8, a Gol cancelou três dos quatro voos programados para hoje com destino aos Estados Unidos. A empresa afirmou que os cancelamentos ocorreram de forma pontual para readequação da frota.

Os voos cancelados foram Brasília-Miami, Brasília-Orlando e Fortaleza-Miami. Foi mantido apenas o voo Fortaleza-Orlando. Todas essas rotas eram feitas com aviões do modelo 737 Max 8, o mesmo que sofreu dois acidentes nos últimos cinco meses. Nos próximos dias, os voos para os Estados Unidos deverão ser feitos com aviões do modelo 737-800NG usados em voos nacionais, segundo a companhia.

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Nesta terça-feira, foi mantido apenas o voo entre Fortaleza e Orlando (EUA). O avião decolou às 8h54 do aeroporto de Fortaleza. Como o 737-800NG tem uma autonomia menor de voo, o avião deve fazer uma escala de reabastecimento em Punta Cana (República Dominicana) antes de prosseguir para Orlando.

Nos voos nacionais, a operação da Gol segue normal nesta terça-feira. Nos aeroportos administrados pela Infraero, a empresa teve apenas quatro cancelamentos, o que representa 1,98% das operações.

Delta Air Lines auxilia operação da Gol

Passageiros que já estavam nos Estados Unidos viajaram de volta ao Brasil em aviões da Delta Air Lines, parceira da Gol. Um Boeing 767 pousou hoje às 8h31 em Brasília vindo de Orlando, enquanto um Airbus A330 pousou às 9h30, também em Brasília, vindo de Miami.

Os voos para os Estados Unidos que decolariam hoje de manhã foram cancelados e os passageiros devem embarcar amanhã nos aviões da Delta. Os aviões não poderiam decolar ainda hoje por questões operacionais, incluindo o período de descanso da tripulação.

A Delta não tem voos regulares para Brasília e os dois voos foram feitos exclusivamente para auxílio da gestão da malha aérea da Gol.

Apesar dos problemas, a Gol afirmou que não pretende cancelar nenhuma das rotas que opera por causa da suspensão temporária das operações com o Boeing 737 Max 8. É possível, no entanto, que ocorram cancelamentos pontuais de voo nos próximos dias por conta da readequação da frota.

“Os clientes com viagens previstas nas aeronaves 737 Max 8 serão comunicados e reacomodados em voos da empresa ou de outras companhias aéreas, como a nossa parceira Delta Air Lines. A central também permanece à disposição pelo telefone 0800 704 0465”, afirmou a Gol em nota.

Entenda o caso

Após dois acidentes com o Boeing 737 Max 8 em apenas cinco meses (com a Ethiopian Airlines, no último domingo, e com a Lion Air, em outubro), várias companhias aéreas de todo o mundo decidiram suspender as operações com o modelo. A primeira decisão veio do órgão de aviação da China. Naquele país, mais de 90 aviões do modelo estão parados no chão.

A suspeita é que uma falha nos sistemas computadorizados de manobras pode ter causado os acidentes com os aviões da Lion Air e da Ethiopian Airlines. Enquanto não se chega a uma conclusão sobre o caso, as companhias aéreas optaram pela precaução ao suspender as operações com os aviões do modelo.

A Gol tem atualmente sete aviões do modelo 737 Max 8, de uma encomenda total de 130 aviões da linha. A primeira unidade foi recebida pela companhia brasileira em junho do ano passado.

Em nota, a Gol afirmou que já realizou 2.933 voos com o 737 Max 8, totalizando mais de 12.700 horas, com total segurança e eficiência. A companhia afirmou que a decisão foi tomada para garantir a segurança dos voos, mas que confia no novo avião.

“A Gol reitera a confiança na segurança de suas operações e na Boeing, parceira exclusiva desde o início da companhia em 2001, e esclarece que está acompanhando de forma intensiva todos os fatos, que permitam o retorno das aeronaves às operações regulares da companhia no menor espaço de tempo possível”, afirmou.

Avião cai com 157 pessoas a bordo na Etiópia

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Boeing 737 Max8, que teve 2 acidentes em 5 meses, possui sistema polêmico http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/03/11/boeing-737-max-que-teve-2-acidentes-em-5-meses-possui-sistema-polemico/ http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2019/03/11/boeing-737-max-que-teve-2-acidentes-em-5-meses-possui-sistema-polemico/#respond Mon, 11 Mar 2019 23:27:49 +0000 http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/?p=9206

Novo modelo da Boeing já conta com cerca de 5.000 pedidos realizados, e 350 aeronaves entregues (Divulgação)

A nova geração de um dos aviões comerciais mais vendidos no mundo, o Boeing 737 Max, realizou seu primeiro voo em 2016, e traz diversas inovações em relação aos seus modelos anteriores. Concorrente direto do Airbus A320neo, a aeronave também conta com mudanças em sua aerodinâmica, operação e consumo.

Entretanto, dois acidentes envolvendo o Max nos últimos cinco meses trouxeram à tona a segurança desta aeronave.  A queda no final de semana na Etiópia e a ocorrida em outubro de 2018 na Indonésia deixaram 345 mortos ao todo. Ele tem um modelo de manobra considerado polêmico. Há suspeitas, mas não se sabe se isso poderia causado os acidentes. A Boeing disse lamentar o acidente e que acompanha as investigações (leia nota da empresa no final deste texto).

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5.000 pedidos do modelo já foram feitos

A família 737 Max é dividida em quatro modelos principais: Max 7, Max 8, Max, Max 9 e Max 10, com valores entre R$ 383 milhões (US$ 99,7 milhões) e R$ 518 milhões (US$ 134,9 milhões), dependendo do modelo e da configuração, segundo informações da Boeing.

O número máximo de assentos vai de 172 (Max 7) a 230 (Max 10), e o alcance pode chegar a 7.130 km, a uma velocidade de cruzeiro de 839 km/h.

Em janeiro, o modelo contava com cerca de 5.000 pedidos e já haviam sido entregues 350 dessas aeronaves.

Sistema polêmico de manobra

Uma das novidades da linha Max tem sido alvo de diversas observações no meio da aviação. Cogitou-se que o MCAS (Maneuvering Characteristics Augmentation System, ou, Sistema de Aumento das Características de Manobra) teria alguma influência no acidente da Lion Air em outubro de 2018, na Indonésia.

Entretanto, o relatório preliminar sobre a queda indicou que houve uma série de problemas com a leitura da velocidade do ar e da altitude pelos instrumentos dias antes do acidente.

De maneira simplificada, o MCAS atua para evitar que o avião entre em situação de estol, ou seja, perca velocidade e sustentação e comece a cair. Para isso, o sistema baixa o nariz da aeronave lentamente para um ângulo seguro.

Ele é ativado automaticamente quando o piloto automático está desligado, quando a aeronave está com o nariz muito elevado, quando está sendo realizada uma curva muito inclinada etc.

Suspeitas precisam ser confirmadas

Especula-se que este sistema teria mudado a pilotagem da aeronave, resultando na queda em outubro. Entretanto, ainda é necessário aguardar o relatório final sobre a queda do avião da Lion Air, esperado para este ano ainda.

Associações de pilotos americanos chegaram a manifestar preocupação sobre como este novo sistema funcionaria, alegando que a empresa não teria fornecido informações suficientes sobre o MCAS.

A Boeing informou em nota à época que forneceu atualizações às empresas aéreas sobre o novo sistema de segurança, e que está confiante sobre a capacidade da aeronave.

Telas maiores e menos gasto de combustível

A série Max tem algumas outras diferenças em relação às gerações anteriores. Na cabine de comando, destacam-se as telas maiores, com 15 polegadas (38 centímetros). Esse diferencial é importante em uma aviação que cada vez mais usa as telas para manter a tripulação informada sobre o que se passa na aeronave.

O painel do 737 Max é mais amplo, com telas maiores, permitindo um melhor acesso às informações da aeronave pelos pilotos (Divulgação)

A mudança nos materiais que compõem a aeronave também representa uma melhora energética. No motor, um modelo LEAP-1B, as blades (“pás” que movimentam o ar) são feitas de fibra de carbono, com bordas em titânio, o que garante uma maior leveza em comparação com os modelos feitos de alumínio ou aço inoxidável. Isso representa menos combustível gasto com o tempo e maior resistência a impactos.

A ponta da asa também traz um diferencial em relação aos demais modelos da companhia. Com aproximadamente 3 metros de altura, os winglets (dispositivos que diminuem o arrasto do ar e melhoram a performance da aeronave) são bifurcados, esticando uma ponta da asa para cima e outra para baixo.

Na ponta das asas, novos modelos de winglets, agora bifurcados, buscam economizar combustível, diminuindo o arrasto causado pelo ar (Divulgação)

O interior da aeronave tem novo design e pode ser dividido em duas classes (Divulgação)

Voos suspensos no exterior e no Brasil

Após os dois acidentes, autoridades da China, Indonésia e Etiópia suspenderam novos voos com o Boeing 737 Max 8, mesmo modelo que caiu no domingo na Etiópia. Entre as companhias aéreas brasileiras, apenas a Gol opera o 737 Max. A empresa também anunciou a suspensão das operações com o modelo.

Boeing diz que acompanha investigações

Em nota, a Boeing diz lamentar o acidente e que irá acompanhar as investigações. Leia a íntegra:

“É com profunda tristeza que a Boeing recebe a notícia da morte dos passageiros e tripulantes do voo 302 da Ethiopian Airlines, a bordo de um Boeing Max 8. Oferecemos nossas condolências às famílias e amigos dos passageiros e tripulantes e estamos à disposição para apoiar a equipe da Ethiopian Airlines. Uma equipe técnica da Boeing irá ao local do acidente para fornecer assistência técnica sob a direção do Departamento de Investigação de Acidentes da Etiópia e do Departamento Nacional de Segurança dos Transportes dos EUA.”

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