Avianca Brasil terá voos para apenas quatro aeroportos a partir de segunda
A Avianca Brasil terá voos em apenas quatro aeroportos no país a partir da próxima semana. A empresa irá voar somente para Congonhas, em São Paulo, Santos Dumont, no Rio de Janeiro, Brasília (DF) e Salvador (BA).
A redução de voos da Avianca se intensificou nas últimas duas semanas, após a companhia aérea ser obrigada a devolver 28 aviões por atraso de pagamento do leasing das aeronaves. Nesta semana, foram mais de mil voos cancelados entre segunda-feira (22) e o próximo domingo (28).
Os cancelamentos resultaram na redução das bases de operação da companhia aérea. Hoje, a Avianca Brasil teve voos programados para 14 aeroportos. No final de março, a empresa operava em 27 aeroportos no Brasil e três no exterior.
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O objetivo da companhia aérea é concentrar seus voos nos aeroportos mais atrativos para o leilão programado para o próximo dia 7 de maio, no processo de recuperação judicial da companhia. Dos 98 voos programados para hoje, 57 estavam concentrados nos quatro aeroportos que continuarão a receber operações da Avianca Brasil.
A rota entre Congonhas e Santos Dumont tem o maior número de voos, com 14 em cada sentido. De todas as decolagens da empresa hoje, foram 20 em Congonhas, 16 no Santos Dumont, 11 em Brasília e dez em Salvador.
Os aeroportos centrais de São Paulo e Rio têm sido os mais poupados. Dos mais de mil voos cancelados nesta semana, houve apenas seis cancelamentos em Congonhas e nenhum no Santos Dumont. Por outro lado, Guarulhos, em São Paulo, tem sido o mais prejudicado. Foram mais de 600 voos cancelados nesta semana.
Venda de slots
A preocupação em poupar esses dois aeroportos tem motivo. As vagas de pousos e decolagens, chamadas de slots, da Avianca em Congonhas e Santos Dumont são o ativo mais valioso do leilão de recuperação judicial da companhia aérea. Caso cancele muitos voos, a Avianca pode perder esses slots, e não restaria praticamente nada a ser leiloado.
A disputa pelas vagas da Avianca Brasil em Congonhas e Santos Dumont gerou atritos entre as demais companhias aéreas brasileiras. A Azul foi a primeira a manifestar interesse em comprar a operação da Avianca Brasil por US$ 105 milhões.
No entanto, o fundo Elliot, principal credor da Avianca Brasil, apresentou depois um novo plano que dividia a operação da companhia aérea em sete unidades. A Latam e a Gol entraram na disputa oferecendo um mínimo de US$ 70 milhões por pelo menos uma dessas unidades.
A Azul acusou as rivais de agirem contra a concorrência para impedir o crescimento da companhia na ponte aérea Rio-São Paulo, considerada a rota mais lucrativa do país. O presidente da Azul, John Rodgerson, anunciou na semana passada que a empresa havia desistido de participar do leilão.
Pagamento antecipado aos aeroportos
A Avianca Brasil também tem enfrentado problemas com os aeroportos onde opera. Após acumular dívidas com todos os terminais, as administradoras passaram a exigir que a empresa pagasse as taxas de operação com antecedência. A medida surtiu efeito, e a Avianca passou a quitar seus débitos.
Os aeroportos privatizados adotaram a medida há cerca de duas semanas. Ontem, foi a vez de a Infraero também exigir o pagamento antecipado. A estatal afirmou que tomou a decisão "devido à crescente inadimplência" da Avianca Brasil.
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