'Helicóptero é tão seguro quanto outros veículos', diz comandante
Quando acontece um acidente com um helicóptero, é comum a segurança desse tipo de aeronave ser colocada em dúvida por diversos motivos. Pode ser a manutenção, a idade da aeronave ou, até mesmo, se o equipamento tinha autorização para voar ou prestar determinado serviço.
Dizer que esse tipo de transporte não é seguro é um erro, afirma o comandante Miguel Angelo Rodeguero, diretor de segurança operacional da Aopa Brasil (Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves). "Voar em um helicóptero é tão seguro quanto se locomover em qualquer outro tipo de veículo. Quem diz que 'helicóptero cai toda hora' não tem noção de quantas operações de pouso e decolagem são feitas por dia, ainda mais em São Paulo", disse.
Segundo Rodeguero, alguns acidentes de helicóptero, como o que causou a morte do jornalista Ricardo Boechat, vitimaram pessoas famosas, o que leva a acreditar que esse tipo de acidente é mais notório do que os demais.
Difícil comparação
Não é possível medir, de maneira simples, qual meio de transporte é mais seguro, na opinião de Régis Pasini, professor do curso de Engenharia da Faap. "É muito simplista definir qual é o transporte mais seguro, já que as maneiras de medir e as finalidades são diferentes", disse. Segundo ele, a natureza de cada modelo e a finalidade de transporte é diferente da outra.
"A forma como a indústria aeronáutica encara a segurança é diferente da maneira como a indústria automobilística encara. A indústria aeronáutica faz de tudo para prevenir os acidentes, com manutenções muito mais frequentes, por exemplo. No caso dos automóveis, exceto em alguns projetos mais recentes, o objetivo é outro: em caso de acidente, busca-se minimizar a chance de ferimentos aos ocupantes, e não em evitar o acidente em si", afirmou.
Ainda assim, disse Pasini, a aviação apresenta um elevado nível de segurança em relação aos outros meios de transporte.
Em 2018, a aviação comercial no país registrou 966.829 decolagens, e apenas dois acidentes em todo o período, segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e do Sipaer (Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), ligado ao Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da Aeronáutica, respectivamente.
Idade não reduz segurança
Segundo Rodeguero, da Aopa Brasil, "ao contrário do que se comenta, a idade da aeronave não influencia na sua segurança". No caso do acidente que vitimou Boechat, o helicóptero havia sido fabricado em 1975.
"As aeronaves são alvo de um plano de manutenção constante, e suas peças são trocadas frequentemente", disse.
Em 2018, o Brasil tinha uma frota de 2.119 helicópteros. Desses, 1.017 eram autorizados a fazer transporte privado e transporte aéreo. Metade dessa frota foi fabricada a partir de 2010 (505 unidades) e 369 unidades foram fabricadas entre 2000 e 2009.
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