Quanto mais alto, melhor: como a altitude afeta o desempenho dos aviões
Os aviões comerciais, independentemente da rota que estão fazendo, costumam voar sempre na mesma altitude, entre 10 km e 12 km em relação ao nível do mar. A escolha dessa altitude padrão tem uma razão bem simples: economia de combustível, mais segurança e conforto dos passageiros.
Conforme sobem, os aviões encontram uma atmosfera com ar mais rarefeito, com uma concentração menor de gases. Com isso, precisam de menos combustível para realizar a queima dentro do motor. Como existem menos moléculas de ar na altitude, também são necessárias menos moléculas de combustível.
Além disso, com o ar rarefeito, o avião encontra menos resistência para se deslocar, o que faz com que a força que o motor tem de fazer em altitude também seja menor, economizando ainda mais combustível.
Seria lógico imaginar, então, que se os aviões voassem ainda mais alto, a economia de consumo seria maior. O problema é que a partir de uma determinada altitude, que varia de acordo com cada modelo de avião, eles atingem o chamado teto operacional (em torno dos 12 km de altitude). Quando isso acontece, o ar fica tão rarefeito que já não é suficiente para realizar a queima do combustível no motor.
Quanto mais longe do chão, mais seguro para um pouso de emergência
Outra vantagem de voar o mais alto possível é que, caso haja algum problema durante o voo, os pilotos têm mais tempo para tentar encontrar uma solução. Mesmo que todos os motores do avião parem, por exemplo, o avião ainda consegue fazer uma descida suave, como se estivesse se aproximando para o pouso.
Quanto mais alto o avião estiver, mais tempo ele terá para chegar até o solo e maiores as chances de os pilotos encontrarem uma pista para pousar em segurança. Em 2001, por exemplo, um Airbus A330 da companhia aérea Air Transat com 306 pessoas a bordo ficou sem combustível quando sobrevoava o oceano Atlântico. O avião conseguiu planar por meia hora e percorrer 120 km até pousar em segurança na pequena Ilha Terceira, no arquipélago dos Açores, em Portugal.
Altitude também aumenta o conforto
A altitude também aumenta o conforto dos passageiros. No nível de voo dos aviões comerciais, a atmosfera também é mais calma. O resultado é que os aviões encontram bem menos turbulência.
A formação de nuvens e chuva ocorrem somente próximas à superfície da Terra. É por isso que sempre que os passageiros olharem pela janela do avião encontrarão o céu limpo. O único fenômeno que pode causar turbulência por ali é o vento.
Em altitudes elevadas, existem as chamadas correntes de jato. São grandes corredores de vento que atingem velocidades acima dos 100 km/h. O problema é que os radares meteorológicos dos aviões não conseguem identificar essas correntes, e a turbulência pode acontecer de forma repentina, sem dar chances para o piloto desviar. Por isso, mesmo com o céu limpo, é recomendado estar sempre com o cinto de segurança.
As maiores altitudes já atingidas por aviões
Enquanto os aviões comerciais tradicionais voam a altitudes entre 10 km e 12 km, as viagens no supersônico Concorde, além de bem mais rápidas, atingiam altitudes bem maiores. O Concorde podia chegar a mais de 18 km de altitude. A bordo do avião, os passageiros podiam ver até mesmo a curvatura da Terra.
O recorde de altitude em voo, no entanto, pertence a um avião militar. Em 1997, o russo Alexandr Fedotov, a bordo de um caça soviético MiG-25M, atingiu 37,6 km acima do nível do mar.
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