Cigarro a bordo, visita a piloto, caviar no lanche: lembre voos do passado
Por Vinícius Casagrande
Fumar a bordo, visitar a cabine de pilotos durante o voo, voar em linhas comerciais em hidroaviões ou mesmo ter um banquete à sua disposição são coisas impensáveis nos voos atuais. Mas esses eram hábitos bastante comuns nos voos do passado.
Por motivos de segurança, corte dos custos das companhias aéreas ou mesmo pelo avanço da tecnologia, empresas e passageiros foram obrigados a mudar seus serviços e atitudes durante os voos comerciais. Relembre alguma dessas curiosidades.
Fumar a bordo
Se hoje a lei é bastante rígida quanto a fumar em ambientes fechados, já houve uma época na qual era permitido fumar até mesmo a bordo dos aviões. No Brasil, até 1997, os passageiros podiam acender o cigarro em qualquer momento do voo. O máximo que as companhias aéreas faziam era reservar as últimas fileiras para os fumantes. Mas, claro, a fumaça se espalhava por todo o avião.
As primeiras restrições começaram em março de 1997, quando o antigo DAC (Departamento de Aviação Civil) proibiu o fumo a bordo somente na primeira hora de voo. E quando os avisos de proibido fumar eram desligados, todos os fumantes acendiam os cigarros ao mesmo tempo.
A proibição total só começou a valer em 1998, após uma liminar de um juiz federal do Rio Grande do Sul. A decisão só liberava o fumo a bordo se houvesse um isolamento total da área de fumantes. Desde o início, porém, as companhias já avisaram que não pretendiam criar esse isolamento e que não recorreriam da liminar, acatando a decisão judicial.
Hoje em dia, a legislação federal também proíbe o fumo em lugares fechados. Independentemente da legislação nacional, todas as companhias aéreas do mundo já adotam a prática de proibição completa a bordo.
Visitas à cabine de pilotos
Quando o avião se estabilizava em altitude de cruzeiro, crianças e adultos invadiam a cabine dos pilotos. No período de voo como menos trabalho para os pilotos, era a oportunidade para os passageiros conhecerem como funcionava a pilotagem de um avião.
Essa era uma tática, também, das aeromoças acalmarem as crianças. E os pais não perdiam a oportunidade de acompanhar os filhos. Em geral bastante solícitos, os pilotos tiravam fotos e explicavam as dúvidas dos passageiros (e até os convidavam para fazer a visita).
A prática mudou radicalmente após os ataques terroristas do 11 de setembro de 2001. A partir do sequestro dos aviões em Nova York, a aviação mundial passou a obrigar os pilotos a manterem as portas da cabine trancadas durante todo o voo. Hoje, só quem tem acesso são os membros da tripulação.
Voos comerciais com hidroaviões
Nos primórdios da aviação, as viagens de longa distância eram o principal desafio para as companhias aéreas. Com aviões sem muita autonomia e poucos lugares com infraestrutura, a alternativa era utilizar grandes aviões que pousavam na água, os hidroaviões.
A Panair do Brasil, por exemplo, iniciou suas operações com oito hidroaviões dos modelos Consolidated Commodore e Sikorsky S-38. Em 1939, a americana Pan-Am realizou o primeiro voo transcontinental com um Boeing B-314.
Em 1941, o mesmo avião realizou o primeiro voo comercial de volta. Durante a viagem, o avião fez uma parada no Brasil, na cidade de Natal (RN).
Máquina de escrever no lugar do notebook
Antes da existência de smartphones, tablets e notebooks, os executivos que não podiam parar de trabalhar enquanto se deslocavam durante o voo, tinham como única opção levar a bordo as antigas máquinas de escrever.
Em alguns casos, os executivos viajavam acompanhados de suas secretárias. Eram elas que faziam o trabalho de datilografia durante o voo. Muitos aviões não tinham nem mesmo as mesinhas de refeição. Assim, a máquina de escrever tinha de ser apoiada nas pernas. Pelo menos, as poltronas eram mas espaçosas.
Engenheiros de voo
A modernização dos aviões extinguiu uma das mais importantes profissões a bordo da cabine de comando dos antigos aviões. Os engenheiros de voo sentavam atrás dos pilotos e de frente para um painel lotado de botões. Eles eram responsáveis por controlar todos os sistemas do avião e fazer inúmeros cálculos, desde o tempo de voo, consumo de combustível e melhor rota.
Conforme os aviões ganharam sistemas informatizados, a cabine de comando perdeu um de seus tripulantes. Dos aviões ainda em operação no mundo, um dos poucos que ainda exige um engenheiro de voo a bordo é o gigante Antonov An-225, o maior do mundo. O avião foi produzido pela antiga União Soviética entre 1984 e 1988.
Refeições eram um grande banquete
Viajar de avião não era simplesmente se deslocar de uma cidade a outra com mais agilidade. As viagens tinham todo um glamour (e preços bem mais altos também). O momento das refeições era o auge do voo.
Com louças de porcelana, talheres de metal e copos de vidro, o serviço de bordo era requintado até mesmo para os passageiros da classe econômica. As extintas Vasp e Transbrasil serviam até mesmo feijoada em seus voos, enquanto a Varig era conhecida pelo caviar na primeira classe.
A sofisticação a bordo era um padrão das principais companhias aéreas de todo o mundo. Para popularização da aviação, no entanto, as empresas passaram a reduzir cada vez mais seus custos. Um dos pontos mais afetados foi justamente o serviço de bordo. Hoje, são comuns as empresas que cobram pelo lanchinho.
Leia também:
Quer voar no gigante A380, que terá voos diários de SP? Veja rotas e preços
Você tem ideia de quanto custa um avião de linhas comerciais normais?
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.