Nos EUA, empresas querem ‘popularizar’ voos em jatinhos particulares
A notícia de que o jogador Neymar comprou um jatinho, divulgada na última semana, reforçou o imaginário de que apenas ricos e famosos têm acesso a regalias desse tipo. Ok, viajar em um voo privado, cheio de mordomias, ainda é privilégio de poucos. Mas algumas empresas nos Estados Unidos estão querendo mudar um pouco esse cenário.
A Beacon, que prepara sua entrada no mercado, busca associados que paguem uma mensalidade em troca de voos entre Boston, Nova York, Hamptons e Nantucket, dois importantes destinos turísticos. A taxa mensal começa em US$ 2.000, valor ainda salgado, mas que pode valer a pena para viajantes frequentes.
"Há dois tipos de passageiros frequentes, os que voam sempre para destinos diferentes e os que viajam diariamente de casa para o trabalho. Este é o que queremos atender", disse ao Business Insider um dos fundadores da companhia, Wade Eyerly – que trabalhou na Casa Branca e foi espião no Iraque antes de investir no setor aéreo.
Os fundadores da Beacon já tinham experiência na área, por terem lançado em 2013 a Surf Air, que oferece um serviço semelhante, só que no outro extremo do país, atendendo várias localidades nos estados da Califórnia e de Nevada, entre elas Los Angeles, Las Vegas e Santa Barbara. O custo mensal é de US$ 1.750, mais uma taxa inicial de US$ 1.000 – que também é cobrada pela Beacon. As duas empresas oferecem condições especiais para pacotes familiares e para convidados de seus clientes.
A partir do que aprenderam na Surf Air, os donos da Beacon abriram mão de adquirirem uma frota e preferiram trabalhar em parceria com companhias que já operam voos privados. Nas duas empresas, os membros terão de fazer suas reservas a partir de rotas pré-determinadas e eventualmente dividir o avião com outros associados.
Há ainda outras formas de garantir lugar em um avião particular, sem necessariamente ter de bancar uma mensalidade, e muitas vezes pagando valores bem razoáveis. Em uma matéria recente, o site Market Watch, do Wall Street Journal, chamou a atenção para o preço de alguns voos privados, como os oferecidos pela JetSuite, que voa para mais de 2.000 aeroportos. A dica do Market Watch para conseguir os melhores preços é aproveitar as ofertas de última hora e fechar um grupo para reservar todos os lugares no avião.
Alguns preços mencionados: um voo para quatro pessoas desde Los Angeles até Cabo San Lucas, no México, custaria cerca de US$ 499, ou US$ 124 por pessoa. Uma viagem para seis pessoas de Teterboro, em New Jersey, perto de Nova York, para Nassau, nas Bahamas, sairia por US$ 1.074, ou aproximadamente US$ 179 por pessoa.
Na empresa Flite, um voo de Boston para Saratoga, em Nova York, pode sair por US$ 541 por pessoa, mas é preciso reservar todos os seis lugares do avião.
Um dos principais motivos para os preços baixarem é a ociosidade de alguns voos (que ocorre quando alguém compra só o voo de ida ou quando um avião precisa se deslocar para outro lugar para buscar um cliente, por exemplo). A dificuldade de se preencher os assentos nesses voos é grande, pois não é possível prever quando estarão disponíveis nem qual será a rota. Cientes de que a flexibilidade dos voos ofertados é baixa, as companhias tentam atrair compradores através do preço.
Aplicativos
Outra maneira de tentar preencher mais assentos nos jatinhos é investir em tecnologia. Muitas empresas com atuação também fora dos Estados Unidos apostam em aplicativos para facilitar a reserva nos aviões, dispensando intermediários e acabando com a burocracia no processo. Uma das que apostam nesse filão é a JetSmarter, que oferece voos para várias partes do mundo por meio de produtos como o JetDeals, serviço de reserva de voo privado, e o JetShuttle, que permite reservar assentos em um voo privado já agendado.
Outro site, o JetMe, funciona como uma espécie de 'leilão' de voos privativos. O usuário informa destino e data e o aplicativo indica os preços do mercado. É possível também enviar o próprio 'lance' para um voo, e o sistema indica até mesmo quais as chances de a oferta ser aceita pelos operadores, como destacou um recente artigo publicado pela rede americana CNN.
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