Voo pilotado só por mulheres entre São Paulo e BH festeja dia internacional
O voo 1304, da Gol, transcorria normalmente no fim da na manhã de sexta 6, entre São Paulo (Congonhas) e Belo Horizonte (Confins), até que os passageiros notaram muitos flashes dentro da aeronave. Um senhor abordou uma das comissárias de bordo, para perguntar o que estava acontecendo. Foi informado então de que se tratava de um voo comemorativo. Alguns minutos depois, a piloto Angelita Araújo, de 42 anos, informou pelo microfone que aquela aeronave era tripulada exclusivamente por mulheres, do atendimento de bordo à cadeira de comando. E foi aplaudida.
"Agora não dá mais para descer", brincou uma das comissárias de bordo. "É Dia das Mães?", perguntou o filho de uma passageira, ainda não familiarizado com a data. "É o dia de todas as mulheres", respondeu a mãe. A iniciativa da companhia, que também incluiu o voo 1311, de volta para São Paulo na mesma aeronave, celebrava com dois dias de antecedência o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. A única voz masculina que ecoou nas caixas de som do avião foi a da gravação que descrevia os procedimentos de segurança.
A comandante Angelita, com 19 anos de profissão, afirmou em seu discurso de apresentação que as mulheres da aviação exercem seu trabalho com "competência, precisão e sensibilidade". Mais tarde, em uma breve conversa com os jornalistas embarcados, ela frisou que as pilotos e copilotos da companhia recebem o mesmo tratamento que os colegas homens. "Esse é a melhor parte da aviação: é tudo exatamente igual, da pressão ao salário."
No último ano, o número de pilotos mulheres contratadas pela Gol cresceu 21%. Mas elas ainda são uma minoria ínfima. Entre os cerca de 1,6 mil pilotos da companhia, apenas 29 são mulheres. Destas, seis são comandantes e 23, copilotos.
Ao lado de Angelita na cabine do Boeing 737, voava a copiloto Paula Ribeiro Petean, de 33 anos, há seis anos na empresa. Filha de comandante, ela contou que sempre quis ser piloto. Disse que não enfrentou preconceitos ao longo do caminho, mas ouve "piadas afetuosas" de tempos em tempos. "Perguntam se precisamos dar ré ou estacionar, coisas do tipo."
Para as pilotos, o prazer de voar supera qualquer transtorno. "Ninguém voa porque gosta", diz Angelita. "A gente voa por que ama." Todos os passageiros dos voos 1304 e 1311 ganharam cosméticos da marca O Boticário, parceira na iniciativa. Aos homens, foi sugerido que repassassem o brinde às mulheres de suas vidas.
(Leandro Quintanilha – leandroq@gmail.com)
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