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Para economizar, empresários compram helicóptero partilhado por R$ 240 mil

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22/03/2018 04h00

Helicóptero Colibri H120 vendido em regime de compartilhamento (Divulgação)

Por Vinícius Casagrande

Até os ricos sentem necessidades de economizar um dinheiro na crise. Por isso o mercado de aviões e helicópteros particulares tem a opção de vender aparelhos compartilhados. É possível, por exemplo, comprar uma cota de 5% de helicóptero e pagar R$ 240 mil. O preço normal de um helicóptero inteiro da mesma categoria é R$ 7,24 milhões.

Com a crise econômica dos últimos anos, os empresários se viram obrigados a procurar alternativas para a redução de custos. Assim, diversas empresas decidiriam trocar a aeronave própria por uma de uso compartilhado. "Com os cortes de custos, os empresários viram que não fazia sentido ter um avião próprio e deixá-lo parado", afirma Rogério Andrade, CEO da Avantto, empresa de administração de aeronaves.

Segundo Andrade, um helicóptero particular voa, em média, cerca de 100 horas por ano, enquanto um avião chega a 150 horas anuais. Na maior parte do tempo, a aeronave fica parada no hangar.

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Andrade estima que mais de 500 aeronaves brasileiras usadas tenham sido vendidas no último ano para o exterior (dados oficiais só devem ser divulgados no meio do ano). Com a expectativa de retomada da economia, ele diz que boa parte desses ex-proprietários de aviões e helicópteros devem migrar para o mercado de compartilhamento de aeronaves. "Nossa expectativa de crescimento é de 20% nesse ano", diz.

Como funciona o compartilhamento de aeronaves

Nos planos de compra compartilhada de aviões ou helicópteros, o cliente adquire apenas uma fração do bem – no mínimo 5% de um helicóptero ou 16,6% de um jato executivo –, o que dá direito a voar até 60 horas por ano com o helicóptero ou até 120 horas no caso do jato, mas ainda é preciso pagar os custos de manutenção e de combustível.

A empresa que faz a gestão das aeronaves fica responsável pelos cuidados com manutenção, contratação e treinamento de pilotos e documentação da aeronave.

Helicóptero no alto de prédio no bairro da Vila Olímpia, em São Paulo (Vinícius Casagrande/UOL)

No caso de um helicóptero do modelo Colibri H120, da fabricante Eurocopter e com capacidade para quatro passageiros, é possível comprar uma cota de 5% a partir de R$ 240 mil, já incluídos todos os custos de manutenção no primeiro ano. Depois, há uma mensalidade de R$ 8.000. Quando faz um voo, o cliente ainda paga R$ 30 por minuto voado para os gastos de combustível.

"Para um comprador independente adquirir um helicóptero próprio desse modelo, o investimento inicial é de US$ 2,2 milhões (R$ 7,24 milhões) e ainda há um custo fixo mensal entre R$ 40 mil e R$ 50 mil", afirma Andrade.

No caso de um jato executivo Embraer Phenom 300, o avião pode ser compartilhado por até seis proprietários. Cada cota custa R$ 1,5 milhão. Os cotistas ainda pagam uma taxa de R$ 33 mil por mês para cobrir os custos fixos do avião, como contratação de pilotos, estacionamento e revisões periódicas, além de R$ 5.400 por hora de voo pelo combustível e manutenção. Andrade afirma que um proprietário privado gasta mais de R$ 100 mil por mês só com os custos fixos de um avião desse modelo.

Compra uma aeronave, mas pode usar outra

Na compra compartilhada, o proprietário não tem um avião ou helicóptero exclusivo para chamar de seu. Por outro lado, não importa o que acontecer, ele terá sempre uma aeronave para fazer suas viagens. O CEO da Avantto afirma que a empresa garante 100% de disponibilidade para seus clientes. Para isso, basta que a solicitação do voo seja feita com seis horas de antecedência no caso dos helicópteros ou de 24 horas para os jatos executivos.

A empresa tem 12 helicópteros e oito aviões exclusivos para o regime de compartilhamento, mas também faz a administração de mais 45 outras aeronaves de proprietários particulares. "Quando há uma procura grande para o mesmo horário, nós alugamos outra aeronave para garantir o voo do cliente", afirma Andrade.

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Sobre o blog

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