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Associação pede recall de uniformes de aeromoças por reação alérgica

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08/12/2016 06h00

Imagem do vídeo de divulgação do novo uniforme da AA

Imagem do vídeo de divulgação do novo uniforme da AA

A companhia aérea American Airlines mudou os uniformes de mais de 70 mil funcionários em setembro deste ano. A mudança de visual, no entanto, está sendo problemática.

Empregados têm reclamado de dores de cabeça, irritação nos olhos, coceira e problemas respiratórios atribuídos ao novo modelo. Depois de receber mais de 1.600 reclamações, a associação dos comissários de bordo da empresa americana resolveu pedir um recall dos uniformes."O crescente número de relatos de reações suspeitas, provocadas por contato direto e indireto com o uniforme, levou a APFA [Associação de comissários de bordo profissionais, na sigla em inglês] a pedir que todos os uniformes sejam recolhidos até a conclusão de testes adicionais em conjunto com a companhia", diz um comunicado divulgado a funcionários na última semana.

"A American Airlines tem trabalhado com especialistas e testado extensivamente as peças do novo uniforme para garantir que atendam todos os padrões químicos e toxicológicos. A companhia está totalmente empenhada e trabalha continuamente com seus colaboradores para solucionar qualquer questão relacionada ao assunto", afirma a empresa, em comunicado.

O jornal americano "Dallas Morning News" informou que três testes já foram realizados, todos com resultado normal. Uma nova avaliação deverá ser feita em conjunto com a associação de funcionários. A companhia aérea também está oferecendo testes dermatológico aos que tiverem sido afetados – o objetivo é identificar pontos em comum entre os que relataram problemas. Uma visita ao depósito do fabricante Twin Hill também está prevista, segundo o jornal.

Para a associação de funcionários, as medidas não descartam a necessidade de recall. "A companhia reafirmou seu comprometimento em continuar a realizar testes em conjunto com a APFA para determinar o que está causando essa situação, mas isso deixa de fora um recall completo. Achamos que uma solução que exclui um recall dos uniformes falha em proteger adequadamente nossos membros".

Modelo antigo

Até agora 600 funcionários solicitaram versões do uniforme confeccionadas com outro tecido que não a lã e outros 200 foram autorizados a voltar a usar os modelos antigos. No final de novembro, a associação divulgou resultados iniciais de um teste independente detectando a presença de produtos químicos comumente encontrados em pesticidas, fungicidas e fertilizantes. As substâncias estavam dentro dos limites regularmente aceitáveis.

Em comunicado enviado ao Todos a Bordo, a diretoria de Relações Públicas da empresa controladora da Twin Hill afirmou que "a segurança e o conforto de nossos uniformes foi e sempre será nossa maior prioridade". O comunicado cita os resultados das análises realizadas. "Testes extensivos conduzidos por laboratórios independentes nos uniformes da American Airlines não levantaram preocupações em relação à segurança".

Segundo a rede de TV americana CNN, o fornecedor já esteve envolvido em problemas com uniformes da Alaska Airlines, que acabou recolhendo as peças em 2014. Um grupo de funcionários da empresa entrou com um processo alegando que as reações alérgicas eram resultado de um produto químico. A justiça rejeitou as alegações.

Veja vídeo divulgado pela American Airlines com os bastidores da sessão de fotos para o lançamento do uniforme:

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