Nextant 400XTi: o jato executivo fabricado <br>a partir de aeronaves usadas
Acaba de chegar ao Brasil o jato 400XTi, construído pela fabricante norte-americana Nextant a partir da fuselagem de aeronaves usadas. Com capacidade para oito pessoas, o aviãozinho executivo é feito com células (estruturas básicas) dos antecessores Beechjet 400A e Hawker 400XP, desde de que fabricados originalmente a partir de 1997. De acordo com Cassio Polli, proprietário da Aerie Aviação Executiva, empresa que está trazendo o 400XTi para o Brasil, a lataria usada para a refabricação foi retirada de jatos que ainda estavam em uso. "Nenhuma peça vem de avião acidentado, de leilão ou de seguradora", garante.
Ele explica que um avião refabricado ou remanufaturado é diferente de uma aeronave retrofit. Nesta, o que ocorre é uma mudança pontual ou uma reforma. No caso de jatos remanufaturados, apenas a carcaça é reaproveitada. Todos os itens mecânicos e elétricos são novos, assim como os revestimentos internos e externos. A grande vantagem é o preço final: o 400XTi sai por US$ 5,2 milhões (US$ 6,25 milhões no Brasil, com os impostos).
Aeronaves novas da mesma categoria, de 2 mil milhas, como o Phenom 300 e o Cj4, custam a partir de US$ 10 milhões. O 400XTi é capaz voar de Porto Alegre a Fortaleza sem escalas e atinge uma velocidade máxima de 800 km/h. Ainda de acordo com o representante do jato no Brasil, o custo operacional do 400XTi também seria 30% mais baixo que o da concorrência. A Aerie informa também que oferece apoio técnico e burocrático aos clientes que se interessarem pela importação da aeronave.
Cuidados necessários
Para Mateus Ghisleni, diretor de segurança de voo do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), a compra de um avião construído a partir de itens usados requer cautela. "Toda peça de avião sai de fábrica com um documento em que deve constar o seu paradeiro atualizado, para que possa ser rastreada quando necessário – o problema é que nem todo proprietário respeita isso", diz. "Tem gente que usa até peça de carro em avião!"
Ghisleni acrescenta que o próprio conceito de refabricação é novo no Brasil. "Na aviação, ainda classificamos aviões como novos ou usados, simplesmente", afirma. De toda forma, o diretor de segurança pondera que arbitrariedades grosseiras são mais comuns entre proprietários particulares ou pequenas empresas irregulares. Por via das dúvidas, ele recomenda que o comprador pesquise sobre a idoneidade da empresa que vende aeronaves refabricadas antes de fechar a compra e cheque se ela está devidamente registrada na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Leandro Quintanilha (leandroq@gmail.com)
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